Recursos tecnológicos podem determinar melhor precisão na construção dos veículos, otimizar processos e apresentar novas oportunidades para a mobilidade
Em minhas leituras contínuas, deparei com o estudo global Trust in Artificial Intelligence (Confiança na Inteligência Artificial, em tradução livre), produzido pela KPMG e a Universidade de Queensland (Austrália), com o Brasil entre os países que serviram de fonte para o estudo. A pesquisa avaliou a confiança das pessoas em relação ao uso da Inteligência Artificial (IA) e o resultado chamou minha atenção, uma vez que 84% dos brasileiros entrevistados afirmaram que confiam na IA, superior aos 61% da média global. Outro dado interessante é que 93% dos brasileiros têm expectativas boas ou moderadas em relação aos benefícios proporcionados pela IA em suas vidas.
Pensando neste otimismo brasileiro e nos debates sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) que avançam no mundo, principalmente quando o assunto é o ChatGPT, uma ferramenta que simula a linguagem humana, favorecendo o atendimento de clientes e a automatização de processos, avalio que essas discussões são sempre válidas. No entanto, busco trazer sempre a visão mais técnica e direcionada para o segmento de transporte, especialmente, o coletivo.
Diante disso, com os avanços tecnológicos dentro do segmento de ônibus e de outros modais, é possível ampliar recursos para o atendimento de passageiros. A academia já avalia, por meio de pesquisas, estatísticas e literatura, estruturas de como o avanço dessa tecnologia pode ajudar o setor automotivo, com otimização das análises técnicas e vendas das companhias que atuam no segmento.
Essas melhorias podem ocorrer por meio de aplicações de redes neurais artificiais, um modelo computadorizado matemático focado na estrutura dos neurônios humanos. Ou seja, o conhecimento é contraído com base na experiência obtida a partir do processamento de uma rede artificial com centenas ou milhares de iniciativas diferenciadas e, a partir disso, são estruturadas operações mais eficientes.
Pensando neste conjunto e avaliando outras posições dos avanços tecnológicos para o transporte de passageiros, é possível compreender que o campo de atuação é diverso e mutável, principalmente quando compreendemos que acessórios de segurança também podem ser programáveis, como as câmeras inteligentes instaladas dentro dos ônibus. Esses sistemas de monitoramento possibilitam a identificação de problemas a bordo, além de assimilar movimentos dentro do veículo e contar com personalizados para atender os condutores.
A Internet das Coisas (IoT) também está inserida nesse contexto. Como exemplo, podemos destacar os sistemas de monitoramento das linhas de produção, que avaliam de forma contínua as condições dos equipamentos e maquinários utilizados na fabricação dos veículos.
Todo esse conceito pode soar de forma futurista, mas está cada vez mais presente no dia a dia. Há sempre uma preocupação para que esses sistemas avançados se mantenham eficazes sob os cuidados e o olhar atento de profissionais focados em seu desenvolvimento.
Para a indústria automotiva, sempre serão bem-vindos soluções que proporcionam maior precisão, segurança e inovação.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo: Profissional com experiência internacional na indústria automotiva, João Paulo Pohl Ledur atualmente é diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, onde responde também pelas áreas de Corporate Venture Capital e Inovação da companhia. Atuando na gestão da estratégia de inovação e seus desdobramentos na cultura organizacional, fazendo conexão do atual negócio com o futuro da mobilidade. Há 18 anos na empresa, parte deles atuando na África do Sul, o executivo tem formação pela Universidade do Vale dos Sinos – Unisinos e Fundação Getúlio Vargas – FGV.