Anúncio foi feito após uma reunião no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (23). Ideia é que três entes participantes dividam igualmente tarifa técnica.
A governadora em exercício do Distrito Federal, Celina Leão (PP), e o governador do Goiás, Ronaldo Caiado (UB), afirmaram que planejam criar um consórcio interfederativo que una o DF, Goiás e a União para o transporte público do Entorno da capital.
O anúncio foi feito após uma reunião no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira (23). Segundo os governadores, a ideia é que os três entes participantes dividam uma tarifa técnica para arcar com a diferença entre a tarifa paga pelo cidadão e a paga por eles. O valor seria dividido de forma igualitária.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reassumiu, no dia 14 de fevereiro, a gestão do transporte público entre o Distrito Federal e as regiões do Entorno. O governador Ibaneis Rocha (MDB) desistiu de administrar o serviço em dezembro do ano passado, após tentar aumentar as passagens de ônibus em até 26% e ser barrado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Celina Leão disse também que a fiscalização do transporte será responsabilidade do consórcio. “Há a percepção de que o DF terá que arcar com uma parte, o Goiás com outra, e tem um apelo para que a União também entre”, afirmou a governadora em exercício.
Ronaldo Caiado afirmou que a intenção é que a implementação do consórcio ocorra o mais rápido possível e que uma outra reunião para discutir o assunto deve ocorrer na semana que vem.
Entenda a polêmica
No dia 2 de dezembro do ano passado, o GDF autorizou o aumento no valor da passagem do ônibus do Entorno em até 26%. A medida entrou em vigor dois dias depois.
No entanto, o ministro André Mendonça, do STF, atendeu a um pedido do governo de Goiás, que acionou a Justiça contra o reajuste da tarifa. No início da noite do dia 5, a Secretaria de Mobilidade do DF atendeu à decisão do tribunal.
Em uma edição extra do Diário Oficial, a pasta publicou uma portaria confirmando a suspensão do aumento. A tarifa voltou ao preço anterior ao reajuste nesta terça.
De acordo com a decisão do ministro André Mendonça, não houve “debate prévio nem demonstração dos critérios técnico-financeiros adotados” para o reajuste. O ministro citou ainda “risco de dano grave à população” do Entorno.