A falta de qualificação é um dos fatores que atuam contra o ingresso de jovens nas primeiras experiências de trabalho, outra questão importante é o desenvolvimento comportamental, as chamadas soft skills.
Dados da consultoria Plano CDE apontam que gestores têm enfrentado dificuldades com jovens no dia a dia de trabalho gerado pela falta dessas habilidades que o mercado procura.
Atenta a esse cenário, a ONG PAC (Projetos Amigos das Crianças) — que atua há mais de 19 anos com crianças, jovens, adultos e idosos em situação considerada de ‘extrema vulnerabilidade social’ nas regiões de Pirituba, São Domingos e Jaraguá — tem conectado executivos voluntários de empresas do setor de Tecnologia, aos jovens para ajudá-los a aprimorar essas ferramentas comportamentais, por meio da ‘Mentoria Jovem com Futuro’.
A iniciativa é parte do projeto ‘Jovem com Futuro’ – que oferece cursos de formação profissional para jovens de 15 a 24 anos da comunidade do Cantagalo, comunidade da região noroeste de São Paulo — atende 45 alunos e tem como premissa o desenvolvimento comportamental do jovem, construindo por meio de um mentor para cada aluno, desenvolvimento pessoal, profissional e geração de oportunidades.
O foco é prepará-los para ‘o mundo do trabalho’ e colocá-los como protagonistas da aprendizagem. Por isso, além de simulações de processos seletivos e desenvolvimento de soft skills, são trabalhados de forma simultânea aulas de Português, Matemática, Gestão Empresarial e Ferramentas Tecnológicas. Os mentorados recebem de seus mentores dicas, conselhos e direcionamentos de de carreira profissional que também impactam na vida pessoal desses jovens.
É o exemplo, da Barbara Borda, 18 anos, que mesmo antes de participar do projeto tinha um sonho: ser empreendedora na área de estética. Tímida e com dificuldades de interações, o projeto foi essencial para a jovem desenvolver soft skills e seguir seu sonho. “A mentoria foi fundamental, pois as orientações do meu mentor sobre como gerir um negócio, pensar nos custos, receita, previsões, estruturar uma divulgação, foram muito importantes”, comenta a estudante.
Além disso, a mentoria foi decisiva para Bárbara descobrir uma outra área de interesse: a Tecnologia. “Com a mentoria, eu pude compreender que também gostava da área da programação. Isso ficou mais evidente quando passei a trabalhar em uma empresa do setor tecnológico, a Sky.One, vaga que consegui com o apoio do projeto do PAC. Hoje, não penso em seguir a área da estética, tenho o sonho de ser programadora e quero ingressar na faculdade e cursar Análise de Desenvolvimento de Sistemas”, conta Barbara.
A mentoria acontece por vídeo, uma vez por semana durante uma hora, conciliando as agendas entre mentor e mentorado. Ao final do projeto – que dura um semestre – os jovens têm a oportunidade de apresentar um trabalho de conclusão do curso aos seus mentores, o que se torna uma vitrine para a busca de vagas no mercado de trabalho.
Assumir um papel de transformação social
Além dessa transferência de conhecimento, a mentoria também gera impacto na construção de referência positiva para jovens periféricos, fazendo com que o mentor sirva de inspiração e assuma o papel legítimo de agente de transformação social.
Esse é o caso de Roberto Ruiz Júnior, CEO da R3 Viagens e mentor no programa. O executivo vê no projeto uma oportunidade de dividir com esses jovens um pouco da sua experiencia e prepará-los para o mercado de trabalho. “Na mentoria você encontra diferentes realidades e isso também se reflete na rotina profissional. Por isso, poder trocar experiências, conduzi-los e ajudá-los a buscar os melhores caminhos é muito gratificante. Compartilho com os demais colaboradores da minha empresa o quanto esse projeto é importante porque nos torna um referencial muito positivo na vida desses jovens” relata o executivo.
Por meio do incentivo especialmente das áreas de Recursos Humanos e Sustentabilidade das empresas, os possíveis mentores são selecionados de acordo com alguns critérios. Entre esses profissionais há CEO’s, gestores e analistas que veem na mentoria uma possibilidade de gerar impacto positivo na vida de outros jovens.
“O mentor exerce papel fundamental na vida do jovem periférico, que por vezes o adota como referência profissional e pessoal. Também traz a muitos deles perspectivas de futuro que vão para além do mundo do trabalho, e impactam suas vidas pessoais e na comunidade em que vivem. Para o mentor, é uma possibilidade de se conectar com realidades diferentes e isso pode dar a ele um olhar mais humanizado e que certamente ele carregará também para o mundo corporativo”, conclui a empreendedora social e diretora do PAC, Rosane Chene.
Com informações da Assessoria de Imprensa
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