Para quem ainda não acredita no futuro inexorável do carro elétrico é preciso saber que, uma a uma, todas as barreiras vêm sendo derrubadas: autonomia, desempenho, tempo de recarga e drivebility.
Hoje restam ainda as barreiras do elevado custo de aquisição de um carro elétrico, infelizmente longe de ter uma solução palatável para o consumidor comum e do conhecimento de suas características e reações. José Carlos Secco, produtor do podcast Muito Além de Rodas e Motores, decidiu alugar um carro elétrico em uma das locadoras disponíveis no mercado para experimentar. O modelo avaliado foi um Nissan Leaf.
“O mais interessante e surpreendente é que o carro elétrico é, acima de tudo, muitos carros em um. É eclético, polivalente, multifuncional ou como preferir chamar. O carro elétrico pode ser predominantemente sustentável, não poluente e econômico, sem ser lento, como pode ter um comportamento nervoso, apenas ao toque de um botão, como de um verdadeiro esportivo, e até assustar quem está acostumado às reações normais de um automóvel convencional a combustão”, comentou Secco.
Dirigir um carro elétrico é uma experiência que o produtor de podcast recomenda a todos. Para Secco, guiar um carro elétrico é acima de tudo um prazer, pois é silencioso, interna e externamente, suave, agradável e macio, segundo ele.
“Conduzir um elétrico está longe de ser chato, entediante ou sem graça. Nos meus 87 anos, me senti no dever de acionar o modo ECO e senti, além da economia que proporciona um convite à segurança, cordialidade no trânsito e tranquilidade”, afirmou.
Sem poluir ou fazer ruído, o segredo, de acordo com o “jovem motorista” é pisar suavemente no acelerador durante quase todo o tempo. Secco afirmou, ainda, que ‘basta apenas desligar o botão ECO para se ter um carro de respostas imediatas e um surpreendente torque, como se fosse outro veículo, quase um esportivo (fica faltando uma suspensão acertada para mais desempenho e comportamento agressivo)”, disse.
Para José Carlos, as respostas são tão fortes que o veículo experimentado cantou pneus nas retomadas, quando o acelerador foi acionado energicamente. “A sensação é de se estar guiando um automóvel com motor de mais de 200 cavalos”, completou.
Uma das características mais importantes é a segurança e garantia de resposta rápida e eficiente, segundo o motorista. “Sabemos que o foco do elétrico não é o desempenho (a não ser que seja um modelo mais sofisticado). O foco é a sustentabilidade, mas para desfrutar totalmente dessa nova tecnologia é preciso estudar, observar e aprender com as próprias reações e respostas do veículo, seus instrumentos e até o manual do proprietário”, afirma.
O Nissan Leaf alugado tinha dois carregadores, um para a residência, com tomada convencional, e outro para recarga nos eletropostos. O tempo para carregar 30% da bateria (algo equivalente a 100 km de autonomia) foi de 19 horas em uma tomada 110 ou 9h30 em uma tomada 220.
“Mesmo utilizando uma tomada de 220v-20A, pode ser preciso esperar até 12 horas para a carga total, a menos que se invista numa estação de carregamento residencial, e o tempo cai para 6 horas. O preço médio de uma estação residencial é de R$ 7 mil e demanda obras para quem não tem a rede trifásica”, disse Secco.
Outra opção de carregamento são as estações públicas, como as de shopping centers, também conhecidas por eletropostos. Além da recarga tradicional, que leva de uma a quatro horas para atingir 100%, existem as Estações de Carregamento Rápidas, que alcançam 80% da capacidade da bateria em cerca de 30 minutos. Outra vantagem de rodar com veículos elétricos é o menor gasto. Na residência, o consumo de energia elétrica para recarregar 30% foi de cerca de 10-12 kW. Isso dá um gasto de, mais ou menos, 1 kW para cada 10 quilômetros de autonomia, ou menos de 10 centavos de real por quilômetro rodado.
Para quem roda 500 quilômetros em um mês, representará consumo de 50 kW e custo de cerca de 45 reais, contra quase 350 reais de um automóvel a combustão abastecido com gasolina e que faz média de 10 km/l.
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