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O que você decide em 2025 define o que sua prefeitura entrega em 2026

Marco Antonio Zanatta
Marco Antonio Zanatta
Arquiteto, fundador e CEO da Aprova, a suíte de soluções que moderniza a gestão pública, agiliza o atendimento ao cidadão e já ancorou a economia de R$ 50 milhões em cidades brasileiras. Em 2022 captou a maior rodada de investimentos em uma govtech na América Latina, liderada pela Astella, Banco do Brasil, Vox Capital, CAF e Endeavor. UX (User Experience), especialista em Processos Industriais e Regulamentos, gerência Estratégia, Vendas e Relações com Investidores. Foi presidente do Comitê de Desburocratização do Sinduscon Paraná-Oeste e atuou como arquiteto Sênior na Aba Arquitetura e Construções por quase cinco anos. Possui MBA em Construções Sustentáveis, Ciência e Tecnologia da Arquitetura na Universidade Cidade de São Paulo, foi aluno no programa de extensão em Arquitetura da Temple University na Filadélfia e obteve graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Assis Gurgacz, no Paraná.

Quem já viveu a rotina de uma prefeitura sabe: o segundo ano do mandato separa gestões que entregam de gestões que apenas reagem.

E essa diferença não nasce em janeiro de 2026. Ela nasce agora. Escolhas feitas em 2025 determinam, com precisão cirúrgica, a capacidade real de execução no próximo ano.

Prefeituras que entram no ciclo com processos lentos, fluxo manual, baixa previsibilidade e pouca visibilidade interna começam janeiro em desvantagem.

Elas gastam energia com tarefas repetitivas, apagam incêndios e perdem tempo precioso tentando localizar processos, priorizar demandas e entender gargalos.

A consequência é conhecida: atrasos, ruídos, desgaste político e um cidadão cada vez mais frustrado.

Por outro lado, gestões que decidem organizar a casa ainda no primeiro ano criam vantagem competitiva. Modernizam fluxo, integram equipes, aceleram análise e passam a operar com visão clara do que acontece dentro da máquina pública. Essa antecipação muda tudo.

O gestor deixa de reagir e passa a decidir. E decisão em governo vale ouro: ela reduz retrabalho, melhora a qualidade do gasto e libera a equipe para fazer o que importa.

O ponto de virada está na digitização

Digitizar não é trocar papel por PDF. É criar capacidade de enxergar, medir e ajustar. É transformar a prefeitura em uma organização que consegue responder rápido, documentar cada etapa, padronizar decisões e operar com rastreabilidade. Quando isso acontece, a gestão ganha três pilares fundamentais: previsibilidade, velocidade e transparência.

Esses pilares têm efeito direto na entrega de políticas públicas.

Um processo que antes parava na mesa de alguém, hoje avança automaticamente. Uma demanda que antes sumia no meio do caminho agora fica registrada e acompanhável. Uma equipe que antes operava no improviso agora segue um fluxo claro, com etapas definidas e tempos conhecidos.

A prefeitura se torna mais leve e mais confiável.

2025 é o ano mais importante do mandato — e não há como fugir disso

Tradicionalmente, o segundo ano é o momento em que o planejamento estratégico precisa se transformar em obra, serviço, atendimento, licenciamento, política setorial e resultado.

É o ano em que o gestor enfrenta a cobrança por tudo o que prometeu no primeiro. Chegar a essa fase com desorganização interna significa perder metade do mandato apagando incêndios.

O cenário é ainda mais crítico em cidades que dependem de licenciamento, gestão urbana, demandas de alto volume ou redes de atendimento com muitos pontos de contato.

Nessas estruturas, um fluxo manual trava a cidade inteira. E é por isso que tantas administrações municipais têm decidido antecipar o movimento de modernização: entrar no ano seguinte com a máquina operando de forma mais previsível e responsiva.

A diferença entre adiar e agir muda o destino do mandato

Há um padrão claro entre gestões que avançam e gestões que estagnam. As que avançam tomam três decisões simples, mas estratégicas:

  1. Organizam o fluxo antes de crescer a demanda.
    Quando o fluxo está digital e padronizado, a prefeitura responde melhor mesmo com aumento de volume.

  2. Eliminam tarefas manuais e repetitivas.
    Isso libera a equipe para análise, fiscalização, planejamento e decisões técnicas — não para empurrar papel.

  3. Criam visão integrada da gestão.
    Com dados reais, o gestor entende gargalos, ajusta rotas e age antes que o problema se torne crise.

Essas três decisões, tomadas em 2025, determinam o ritmo de 2026. Não são promessas abstratas. São práticas já adotadas por diferentes administrações que buscaram maior controle e velocidade nos seus processos internos.

Por que esperar virou um risco institucional?

O maior inimigo da gestão pública não é a falta de recurso, de equipe ou de tempo — é a cultura do “depois eu vejo isso”. Essa lógica empurra decisões estruturais para o futuro, cria acúmulos e transforma ajustes simples em problemas grandes.

Quando o gestor percebe, já está preso ao ciclo de urgências. E nenhuma prefeitura funciona bem sob estresse contínuo.

2025 oferece uma janela rara de reorganização. O ano ainda não está contaminado pela pressão eleitoral do fim do mandato e permite fazer ajustes estruturais sem ruídos políticos.

Deixar essa janela passar reduz a margem de manobra e compromete entregas que só se concretizam com planejamento adiantado.

Janeiro de 2026 começa agora

Muitas administrações já fazem um movimento importante: iniciam a modernização no final do ano para entrar no próximo ciclo com tudo organizado. Esse timing importa.

Quando o fluxo digital está em implantação entre novembro, dezembro e janeiro, a prefeitura começa o ano com treinamento adiantado, padronização estabelecida e processos já adaptados ao novo modelo.

Essa antecipação evita o erro histórico da gestão pública: tentar organizar o sistema no momento de maior demanda, quando as equipes já estão sobrecarregadas.

Começar antes reduz atrito interno, acelera adaptação e gera ganho de eficiência logo nos primeiros meses.

A pergunta que cada gestor precisa responder

Você quer iniciar 2026 entregando ou apagando incêndio? A resposta não está no futuro. Está nas decisões que você toma agora.

Gestões que escolhem organizar o fluxo, digitalizar processos e integrar equipes ainda em 2025 chegam ao segundo ano do mandato com um ambiente mais previsível, menos turbulento e mais produtivo.

O contrário também é verdadeiro: quem adia sofre.

O futuro da gestão pública municipal não se constrói no improviso. Ele se constrói com decisões tomadas no tempo certo.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Portal CSC

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