Tendências globais que estão redefinindo o papel dos governos e apontando caminhos para uma gestão mais inteligente, sustentável e humana.
Planejar o futuro de um governo nunca foi tarefa simples. Entre a pressão por
resultados imediatos e a necessidade de preparar o terreno para o longo prazo,
gestores públicos vivem o desafio de decidir onde investir energia, tempo e recursos.
Nesse contexto, compreender as principais tendências globais de inovação ajuda a
definir prioridades inteligentes, aquelas que combinam impacto real, custo acessível e
capacidade de execução.
seguir, apresento uma análise dos cinco grandes temas de inovação que, segundo
fontes como o World Economic Forum, a MIT Technology Review e a Harvard Business
Review, estão moldando o presente e o futuro das organizações. A intenção não é
esgotar o assunto, mas inspirar lideranças públicas a refletirem sobre o que deve estar
no centro do planejamento dos próximos dois anos.
1. Inteligência Artificial e Automação: a nova base da eficiência pública
A Inteligência Artificial (IA), especialmente em sua vertente generativa, entrou em fase de escala global. Para o setor público, trata-se de uma ferramenta capaz de transformar completamente a gestão e o atendimento ao cidadão.
Governos que já testam copilots e automações inteligentes têm reduzido drasticamente o tempo de resposta em áreas como protocolo, análise de documentos, auditoria e atendimento digital.
O desafio agora é criar governança e ética no uso da IA, assegurando transparência, privacidade e qualidade dos dados. Como alerta o World Economic Forum, a IA não substituirá o servidor público, mas amplificará a capacidade do Estado de servir melhor.
2. Sustentabilidade e Inovação Climática: política pública com retorno econômico
A sustentabilidade deixou de ser apenas uma pauta ambiental para se tornar estratégia de desenvolvimento e competitividade. No mundo todo, governos utilizam inovação climática para atrair investimentos, gerar empregos verdes e reduzir custos com energia e infraestrutura.
O MIT Technology Review cita avanços em tecnologias como biogás, novos materiais e sistemas energéticos inteligentes como vetores de inovação acessível. Para o poder público, isso se traduz em oportunidades reais: programas de transição energética, incentivos a startups verdes, cidades carbono neutro e compras públicas sustentáveis.
A agenda verde é hoje uma agenda econômica, e governos que a entenderem dessa forma sairão na frente.
3. Saúde Digital e Biotecnologia: mais acesso e menos desigualdade
A pandemia acelerou uma transformação silenciosa na saúde pública. O avanço da biotecnologia e das soluções digitais tornou possível ampliar o acesso, reduzir filas e antecipar diagnósticos com menor custo.
Governos que apostam em telessaúde, prontuários eletrônicos integrados e uso de IA em regulação e diagnóstico já colhem resultados expressivos.
Segundo a Harvard Business Review, a próxima fronteira está em combinar dados clínicos, genéticos e sociais para personalizar políticas públicas de saúde. O desafio, e a oportunidade, é integrar sistemas e fazer da saúde digital um pilar de equidade e prevenção.
4. Transformação Digital e Cibersegurança: de digitalizar a proteger
Digitalizar processos deixou de ser inovação; é agora o padrão mínimo esperado. A nova fronteira é a integração inteligente dos sistemas e a proteção das informações que circulam entre eles.
Governos digitais maduros, segundo a OCDE e a McKinsey, economizam até três vezes mais em custos administrativos e aumentam exponencialmente a confiança do cidadão.
Mas junto com a transformação digital, cresce a superfície de risco. A cibersegurança tornou-se tema estratégico, não apenas técnico, nas ainda é tema secundário.Controles de acesso, monitoramento de IA e autenticação multifatorial precisam estar no planejamento com o mesmo peso de qualquer obra pública.
O futuro dos governos será digital, mas só será confiável se for seguro.
5. Educação e Capacitação Contínua: preparar pessoas para o novo Estado
Nenhuma tecnologia cria impacto se as pessoas não estiverem preparadas para usá-la. A transformação pública começa por dentro, com servidores e gestores capacitados para pensar digitalmente, tomar decisões com base em dados e liderar com propósito.
De acordo com o World Economic Forum, metade dos trabalhadores do mundo precisará de requalificação até 2025, e isso inclui o funcionalismo público.
Os governos que avançam nesse campo estão substituindo treinamentos genéricos por trilhas práticas de aprendizagem, conectadas a metas reais: reduzir tempo de processo, melhorar atendimento, otimizar recursos.
Mais do que ensinar sobre inovação, é preciso ensinar a inovar na prática.
Olhar estratégico para os próximos dois anos
Os cinco temas aqui apresentados, IA, sustentabilidade, saúde digital, transformação segura e capacitação, formam um mapa de prioridades para o ciclo 2026–2027.
Enquanto o setor privado inova por competitividade, o setor público inova por legitimidade e impacto. A diferença está na intencionalidade, não na tecnologia.
Governos que compreenderem isso e estruturarem planejamento baseado em dados, pessoas e propósito estarão mais bem posicionados para transformar seus territórios.
O futuro da gestão pública será definido pelos governos que conseguirem unir dados,
pessoas e propósito.
A Exxas acompanha cidades e instituições nessa travessia, por meio da Jornada de Inovação, uma abordagem que transforma a transformação digital em uma prática diária, com foco em resultados e governança.
Inovar é mais do que digitalizar, é construir um novo jeito de governar, e nós podemos ajudar você nessa travessia.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

Co-fundador e CEO da Exxas Smart City Bureau e da Habitat 4.0 e mentor da Locomotiva Aceleradora. Atuou como Secretário de Desenvolvimento Econômico, Tecnologia e Inovação de Tubarão/SC 2017/2023 e Vice Presidente de Desenvolvimento Regional do Fórum Inova Cidades entre 2021/2023.






