Documento divulgado pelo Fórum Econômico Mundial chama a atenção para tendências tecnológicas que devem ter um impacto significativo em nossas vidas
Em meio aos desafios dos dias atuais como o compartilhamento de falsas notícias, emissão de gases poluentes e mudanças climáticas, o Fórum Econômico Mundial (WEF) destaca as 10 Principais Tecnologias Emergentes de 2025 – um relatório anual divulgado pela instituição que reúne soluções tecnológicas potencialmente capazes de transformar o mundo como conhecemos.
Lançada durante a 16ª Reunião Anual dos Novos Campeões, popularmente conhecida como “Davos de Verão”, a lista reúne projetos tecnológicos inovadores que levam em conta três premissas: possiblidade de desenvolvimento, aplicabilidade e que possam gerar benefícios sociais entre os próximos três a cinco anos.
Para Frederick Fenter, editor executivo da editora Frontiers (especializada em publicações científicas) e Jeremy Jurgens, diretor executivo do Fórum Econômico Mundial, que assinam o prefácio do documento, o compilado lança mão de insights imprescindíveis para a resolução de decisões estratégicas em escala global.
Entre os projetos apresentados, o relatório aponta para uma tendência crescente de convergência tecnológica, onde áreas como inteligência artificial, biologia e desenvolvimento de novos materiais se unem para impulsionar conquistas para o futuro da humanidade como, por exemplo, a produção de energia limpa.
Do combate à desinformação à produção de energia limpa
Com um leque diversificado de tecnologias, o relatório de 2025 destaca mecanismos tecnológicos que podem atuar desde o combate à disseminação de falsas notícia à criação de marcas d’água geradas por IA, ferramenta crucial para garantir a segurança da produção de conteúdo no ambiente digital.
No campo da sustentabilidade, a fixação de nitrogênio verde surge como uma alternativa mais ecológica para a produção de fertilizantes, por meio da utilização de energia limpa.
Em vez de usar 2% da energia global, como no método atual, o projeto emprega sistemas de base biológica ou bioinspirados (tecnologias desenvolvidas a partir de ações da natureza), para reduzir o impacto ambiental da agricultura.
A energia renovável também ganha destaque no relatório com os sistemas de energia osmótica, que têm o potencial de gerar eletricidade levando em conta a diferença de salinidade entre água doce e salgada, visando a concepção de uma fonte de energia limpa e de baixo impacto.
Para o setor de veículos elétricos, os compósitos estruturais para baterias prometem revolucionar o mercado automotivo elétrico, implementando tecnologias como a utilização de fibra de carbono no design dos protótipos a melhorias na capacidade de armazenamento de energia, tornando veículos mais leves e eficientes.
Saúde do futuro
Na medicina, a engenharia de vida terapêutica propõe transformar bactérias benéficas em “biofábricas” de medicamentos dentro do corpo.
Isso significa que, sem bem sucedida, essa abordagem inovadora poderia gerar tratamentos mais baratos e contínuos, como por exemplo a produção de insulina sob demanda para pacientes com diabetes.
Outro ponto de destaque do relatório acena para a classe de medicamentos GLP-1s, originalmente desenvolvida para tratar diabetes e obesidade – investigada atualmente por seu potencial no combate a doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson – com propriedades capazes de atuar contra a inflamação e eliminação de proteínas tóxicas no cérebro.
Enquanto a detecção bioquímica autônoma promete transformar diferentes campos da saúde humana, com dispositivos capazes de monitorar permanentemente parâmetros como níveis de glicose no sangue, qualidade da água e segurança alimentar.
Inovação em múltiplas áreas
Definidos como materiais sintéticos em nanoescala (dimensões em bilionésimos de metro), as nanoenzimas são projetadas para replicar funções das enzimas naturais, só que com maior estabilidade, custo reduzido e facilidade de produção.
Inicialmente, seu desenvolvimento deve ser aplicado em uma ampla gama de setores, incluindo biomedicina, indústria e meio ambiente.
Na área da saúde, as nanoenzimas demonstram o seu maior potencial. Isso porque elas podem ser utilizadas na composição de medicamentos para o tratamento do câncer, permitindo que os fármacos atinjam as células cancerosas com maior precisão.
Além disso, estudos indicam que podem ajudar a mitigar o estresse oxidativo, um fator chave em doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
Com um crescimento projetado de 27% ao ano, o mercado global de nanoenzimas está em forte expansão, com estimativas de que alcance o valor de US$ 57,95 bilhões até 2034.
Soluções para impactos cotidianos
O relatório aponta ainda os avanços em tecnologias nucleares, com uma nova onda de inovação em andamento, incluindo o desenvolvimento de Pequenos Reatores Modulares (SMRs).
A meta de longo prazo é alcançar a fusão nuclear, vista como uma solução inovadora para os desafios energéticos globais.
Por fim, a detecção colaborativa propõe conectar sensores individuais em uma rede alimentada por IA. Essa integração pode otimizar a gestão de cidades, ajustando semáforos para reduzir congestionamentos ou monitorando dados ambientais para prever tempestades.
Marcas d’água contra fake news
Em uma era de deepfakes, essa tecnologia adiciona tags invisíveis ao conteúdo gerado por IA (por meio de marcas d’água), o que facilita a identificação do que é real e do que não é, ajudando a combater a desinformação e a aumentar a confiança on-line.
Embora diversas empresas de tecnologia já adotem a marca d’água, a tecnologia ainda enfrenta desafios, como por exemplo a tentativa de remoção ou falsificação das marcas d’água. Além disso, a rotulagem falsa de conteúdo real como gerado por IA ainda inspira preocupações éticas.
Fonte: CNN Brasil
