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Alerta de Inovação: computação quântica vem aí

Cris Alessi
Cris Alessi
Consultora de Inovação e Transformação Digital; Palestrante. Conselheira. Investidora Anjo; Diretora de programas da Funpar - UFPR. Mãe do Victor e da Marina. Maratonista. Ex-Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Conselho Municipal de Inovação. Co-fundou e presidiu o Fórum InovaCidades ligado à Frente Nacional de Prefeitos. Atua no Conselho de Mulheres na Tecnologia.

A computação quântica está emergindo silenciosamente enquanto o mundo foca na inteligência artificial

Há uma revolução silenciosa na inovação acontecendo enquanto o mundo discute a Inteligência Artificial: a computação quântica. Esse debate ainda está longe dos holofotes, infelizmente, mas tem gente saindo na frente. Há alguns meses, a Microsoft anunciou um chip que pode inaugurar uma era completamente nova na tecnologia, um único chip “capaz de resolver problemas que nem todos os computadores da Terra poderiam solucionar”, como afirmou a própria Microsoft.

Durante décadas, a computação quântica foi um campo restrito à pesquisa teórica e a experimentos em laboratório. Agora, ela começa a se tornar uma tecnologia aplicável, com potencial para transformar setores inteiros da economia e redefinir o que entendemos como capacidade computacional.

O grande diferencial dos computadores quânticos está na forma como eles processam a informação. Enquanto a computação tradicional se baseia em bits que assumem valores de 0 ou 1, os qubits da computação quântica operam em superposição, podendo representar múltiplos estados simultaneamente. Isso significa que cálculos extremamente complexos, que levariam anos ou até séculos para serem realizados por supercomputadores convencionais, podem ser resolvidos em questão de minutos.

O desenvolvimento do chip da Microsoft representa um avanço significativo da computação quântica, tornando-a mais viável para aplicações reais. Na segurança cibernética, por exemplo, a computação quântica tem o potencial de quebrar os sistemas de criptografia atuais em questão de segundos. Na saúde, a capacidade de simular interações moleculares com precisão inédita pode acelerar a descoberta de novos medicamentos e tratamentos, revolucionando a indústria farmacêutica. Em logística e planejamento, problemas de otimização que hoje exigem bilhões de cálculos sequenciais poderão ser resolvidos de forma instantânea.

Seguindo a Microsoft, gigantes como Google, IBM e diversas startups especializadas estão investindo pesadamente na área quântica. Há projetos em empresas como Vodafone, Bosch, HSBC, Itaú, Bradesco, Boeing, Cleveland Clinic, LG, ExxonMobil, Hyndai, Wells Fargo, Mitsubishi, Toyota e Pfizer. A Amazon também entrou na disputa e lançou o Ocelot, focado em um dos maiores desafios da computação quântica: a correção de erros quânticos.

Assim, pela primeira vez, chips quânticos começam a ser anunciados como produtos viáveis, aproximando-se da comercialização em larga escala.

O Brasil, que já possui centros de pesquisa avançados em física quântica, precisa acompanhar esse movimento de perto, se não, vai ficar muito para trás.

O Exército Brasileiro tem uma iniciativa importante e interessante, com um projeto de computação quântica focado em cibersegurança.

O Governo do Paraná deu um grande passo, firmando parceria inédita com as Forças Armadas em Cibersegurança, Inteligência Artificial e Computação Quântica. Este é um passo estratégico para a criação do Centro Tecnológico de Defesa Integrada de Cibersegurança do Paraná. Ao lado do Itamir Viola, do Instituto Synapse, e Cid Vianna, da Quantika, tenho a honra de participar deste projeto.

Mas espero que mais iniciativas como essa aconteçam no País. O avanço da computação quântica pode representar uma oportunidade única para o Brasil posicionar-se como protagonista em áreas estratégicas, como inteligência artificial, segurança de dados e inovação na indústria.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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Consultora de Inovação e Transformação Digital; Palestrante. Conselheira. Investidora Anjo; Diretora de programas da Funpar - UFPR. Mãe do Victor e da Marina. Maratonista. Ex-Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Conselho Municipal de Inovação. Co-fundou e presidiu o Fórum InovaCidades ligado à Frente Nacional de Prefeitos. Atua no Conselho de Mulheres na Tecnologia.
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