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BC demonstra preocupação com ‘tarifaço’ e não descarta nova alta dos juros

O BC (Banco Central) divulgou a ata com as motivações para a interrupção do ciclo de altas que elevou a taxa básica de juros para 15% ao ano, o maior patamar desde 2006. No documento, o Copom (Comitê de Política Monetária) destaca o compromisso de levar a inflação novamente ao centro da meta e não descarta uma eventual retomada das altas.

Entre as preocupações no radar, a autoridade monetária destaca o ambiente externo “adverso e incerto” em meio ao tarifaço determinado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre os produtos com origem no Brasil e outros países.

O que aconteceu

  • Ata do Copom explica a manutenção da taxa Selic em 15% ao ano. A interrupção da sequência de sete altas consecutivas dos juros básicos é justificada como a estratégia adequada para direcionar a inflação para a meta definida em 3% pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o período acumulado de 12 meses. O patamar tem margem de tolerância de 1,5 ponto percentual (entre 1,5% e 4,5%).
  • Futuras altas da taxa básica de juros não são descartadas pelo BC. A ata destaca que o cenário econômico ainda exige cautela. De acordo com a ata, a interrupção das medidas de aperto monetário depende da constatação de que o atual patamar da Selic é suficiente para garantir o objetivo de inibir a alta dos preços. A citação surge no momento em que o índice oficial de preços aparece com variação acima do limite de tolerância desde outubro do ano passado.

“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em retomar o ciclo de ajuste caso julgue apropriado.” Ata da 272ª reunião do Copom

  • Indicadores econômicos apontam para moderação do crescimento. A percepção do BC, no entanto, destaca que o dinamismo do mercado de trabalho “tem dado bastante suporte ao consumo e à renda”, fatores que estimulam o aumento dos preços. A avaliação surge no momento em que a taxa de desemprego opera no menor patamar da história, com 5,8% da população desocupada ao final do segundo trimestre.
  • Mercado prevê que a taxa Selic ficará estável até o fim deste ano. A edição mais recente do Boletim Focus aponta que a Selic persistirá no patamar atual até dezembro. Para 2026, a expectativa é que a taxa sofra um corte de 0,5 ponto percentual, para 14,5% ao ano, no segundo encontro realizado pelo colegiado no próximo ano.
  • Selic é a principal ferramenta de política monetária contra a inflação. Com o avanço dos preços, a elevação dos juros é utilizada como alternativa para encarecer o crédito e limitar o consumo. Com o dinheiro mais caro, a demanda por bens e serviços tende a diminuir e, consequentemente, segurar o avanço do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), principal índice inflacionário do Brasil.

“Para assegurar a convergência da inflação à meta em ambiente de expectativas desancoradas, exige-se uma política monetária em patamar significativamente contracionista por período bastante prolongado.” Ata da 272ª reunião do Copom

Cenário internacional

  • ‘Tariffaço de Trump’ motiva preocupações da autoridade monetária. Os diretores do Copom dizem acompanhar com atenção a economia dos Estados Unidos e a imposição de uma cobrança de 50% sobre 35,9% das exportações brasileiras aos EUA. “A política fiscal e, em particular para o Brasil, a política comercial norte-americana torna o cenário mais incerto e mais adverso”, avalia o BC.
  • Cobranças têm “impactos setoriais relevantes”, afirma a autoridade monetária. O BC entende que os impactos ainda incertos vão depender da evolução das negociações e a da “percepção de risco inerente” às conversas entre os governos. “Como usual, o Comitê focará nos mecanismos de transmissão da conjuntura externa sobre a dinâmica de inflação interna e seu impacto sobre o cenário prospectivo”, destaca a ata.

“O ambiente externo está mais adverso e incerto em função da conjuntura e da política econômica nos Estados Unidos, principalmente acerca de suas políticas comercial e fiscal e de seus respectivos efeitos.” Ata da 272ª reunião do Copom

Fonte: UOL

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