Com 360 parques eólicos em operação, a Bahia se consolida como o principal polo de geração de energia a partir dos ventos no país, com força para abastecer mais de 4,5 milhões de lares.
A expansão da energia eólica no Brasil tem um epicentro claro: a Região Nordeste. Liderando essa transformação, um estado se destaca como o maior gerador de energia do país. Embora a competição seja acirrada, dados consolidados mostram que a Bahia assumiu a dianteira, produzindo um volume de energia limpa capaz de iluminar milhões de residências e fortalecer a segurança energética nacional.
O maior gerador de energia dos ventos
A liderança na produção de energia eólica no Brasil é uma disputa dinâmica, travada principalmente entre Bahia (BA) e Rio Grande do Norte (RN). A métrica mais decisiva para essa definição não é o potencial instalado, mas a energia que é efetivamente gerada e entregue ao sistema.
Sob essa ótica, os dados de 2024 confirmam a Bahia como a líder nacional. O estado produziu um total de 35,59 TWh (terawatts-hora) ao longo do ano. Esse volume superou o Rio Grande do Norte, que gerou 29,47 TWh no mesmo período.
A liderança baiana reflete sua robusta infraestrutura e capacidade de expansão. Em 2024, a Bahia possuía 360 parques eólicos e 3.529 aerogeradores em operação, números superiores aos do Rio Grande do Norte, que contava com 308 parques e 3.446 aerogeradores.
Quantos lares a energia eólica baiana abastece?
A produção massiva de energia eólica da Bahia se traduz em um impacto direto na vida dos brasileiros. Para entender essa dimensão, é possível realizar um cálculo preciso sobre sua capacidade de abastecimento.
Com base na geração total de 35,59 TWh em 2024 e no consumo médio anual das residências no Brasil, a energia produzida pelos ventos baianos tem a capacidade de abastecer aproximadamente entre 4,5 e 4,7 milhões de lares brasileiros por um ano inteiro. Esse número demonstra a relevância da contribuição do estado para a matriz energética do país.
Os três gigantes da energia eólica nacional
A força da energia eólica brasileira está concentrada no Nordeste. Além da Bahia e do Rio Grande do Norte, o Piauí se consolidou na terceira posição, formando um trio dominante. Juntos, esses três estados respondem pela vasta maioria da produção nacional.
Em 2024, a produção do Piauí alcançou 14,93 TWh. A hegemonia regional é tão grande que o Nordeste é responsável por impressionantes 92,2% de toda a energia eólica gerada no Brasil.
Por que o nordeste tem os melhores ventos para energia?
A dominância nordestina não é um acaso. A região possui uma combinação única de fatores naturais que a tornam uma das melhores do mundo para a geração eólica. O principal ativo são seus ventos, notáveis pela constância, estabilidade e por soprarem em uma única direção.
Essa previsibilidade aumenta a eficiência dos aerogeradores. Além disso, os ventos são mais intensos no segundo semestre, período que coincide com a estação seca, quando os reservatórios das hidrelétricas estão mais baixos. Assim, a energia eólica atinge seu pico de produção exatamente quando o sistema elétrico mais precisa, garantindo estabilidade para todo o Brasil.
A métrica que confirma a eficiência nordestina
A superioridade dos ventos do Nordeste é medida por um indicador técnico chave: o fator de capacidade. Ele compara a energia que uma usina realmente gera com sua capacidade máxima teórica. No Brasil, impulsionado pelo Nordeste, esse índice supera 50% na “safra dos ventos”, enquanto a média mundial é de cerca de 35%.
Essa altíssima produtividade significa que cada megawatt instalado no Nordeste gera mais energia do que em quase qualquer outro lugar do planeta. Isso torna a energia eólica na região não apenas uma fonte limpa, mas também um investimento excepcionalmente eficiente e estratégico para o futuro do Brasil.
Fonte: CPG | Click Petróleo e Gás
