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Lula pede que Macron “abra o coração” para acordo UE-Mercosul

Presidente brasileiro diz que não tem interesse em voltar ao protecionismo e defendeu o livre comércio entre os países

Durante declaração conjunta com Emmanuel Macron nesta quinta-feira (5), na França, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que o líder francês “abra o coração” para o acordo Mercosul.

Ao demonstrar determinação para fechar o acordo do bloco com a União Europeia, Lula afirmou que não tem interesse em voltar ao protecionismo e defendeu o livre comércio entre os países.

O presidente brasileiro também abordou a questão da competitividade e potencial econômico envolvido na negociação:

“Nos anos 80, me convenceram de que era preciso ter livre comércio, eu era contra. De que era preciso a globalização, eu era contra. Aí depois que o Brasil entra, agora os que propuseram não querem mais? Porque nós ficamos competitivos? Porque nós temos condições de competir? Isso não vale”, disse Lula.

“São 22 trilhões de dólares que estarão no posto da negociação e 700 milhões de habitantes. Não é pouca coisa esse acordo”, finalizou o chefe de Estado.

Mercosul e UE

Lula reafirmou seu compromisso em firmar o acordo durante seu mandato na presidência do Mercosul:

“Eu tenho seis meses de mandato no Mercosul. E quero dizer aqui que eu deixarei a presidência do Mercosul com o acordo União Europeia e Mercosul firmado”.

O presidente brasileiro também se mostrou disposto a dialogar com os agricultores franceses para demonstrar os benefícios mútuos do acordo:

“Se precisar, eu venho conversar com os agricultores franceses. Se precisar, eu venho conversar para mostrar para eles que eles vão ganhar com o acordo entre Brasil e Mercosul”.

Lula concluiu expressando sua confiança na possibilidade de um consenso:

“Estou convencido, Macron, que eles vão ganhar. Se você quiser, leva um grupo de agricultores para o Brasil ou eu trago um grupo aqui, vamos sentar numa mesa qualquer aí e conversar, eu tenho certeza que a gente faz o acordo”.

Disparidades regulatórias e competição injusta

Em contrapartida, Emmanuel Macron expressou preocupações sobre o acordo comercial. O líder francês destacou os possíveis impactos negativos para os agricultores europeus, enfatizando a necessidade de ajustes no texto do acordo.

Macron afirmou: “Este acordo, nesse momento estratégico, é bom para muitos setores, mas comporta um risco para os agricultores europeus”.

Ele explicou que a discrepância nas regulamentações entre os blocos econômicos cria uma situação injusta para os produtores europeus, que são obrigados a seguir normas ambientais mais rigorosas.

O presidente francês apontou que, enquanto a Europa proíbe o uso de certos agrotóxicos e exige práticas mais sustentáveis de seus agricultores, os países do Mercosul não estão sujeitos às mesmas restrições.

“Como é que eu vou explicar aos agricultores que, no momento em que eu exijo que respeitem as normas, eu abro o mercado para os que não respeitam essas normas?”, questionou Macron.

Fonte: CNN Brasil

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Lula pede que Macron “abra o coração” para acordo UE-Mercosul

Presidente brasileiro diz que não tem interesse em voltar ao protecionismo e defendeu o livre comércio entre os países

Durante declaração conjunta com Emmanuel Macron nesta quinta-feira (5), na França, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu que o líder francês “abra o coração” para o acordo Mercosul.

Ao demonstrar determinação para fechar o acordo do bloco com a União Europeia, Lula afirmou que não tem interesse em voltar ao protecionismo e defendeu o livre comércio entre os países.

O presidente brasileiro também abordou a questão da competitividade e potencial econômico envolvido na negociação:

“Nos anos 80, me convenceram de que era preciso ter livre comércio, eu era contra. De que era preciso a globalização, eu era contra. Aí depois que o Brasil entra, agora os que propuseram não querem mais? Porque nós ficamos competitivos? Porque nós temos condições de competir? Isso não vale”, disse Lula.

“São 22 trilhões de dólares que estarão no posto da negociação e 700 milhões de habitantes. Não é pouca coisa esse acordo”, finalizou o chefe de Estado.

Mercosul e UE

Lula reafirmou seu compromisso em firmar o acordo durante seu mandato na presidência do Mercosul:

“Eu tenho seis meses de mandato no Mercosul. E quero dizer aqui que eu deixarei a presidência do Mercosul com o acordo União Europeia e Mercosul firmado”.

O presidente brasileiro também se mostrou disposto a dialogar com os agricultores franceses para demonstrar os benefícios mútuos do acordo:

“Se precisar, eu venho conversar com os agricultores franceses. Se precisar, eu venho conversar para mostrar para eles que eles vão ganhar com o acordo entre Brasil e Mercosul”.

Lula concluiu expressando sua confiança na possibilidade de um consenso:

“Estou convencido, Macron, que eles vão ganhar. Se você quiser, leva um grupo de agricultores para o Brasil ou eu trago um grupo aqui, vamos sentar numa mesa qualquer aí e conversar, eu tenho certeza que a gente faz o acordo”.

Disparidades regulatórias e competição injusta

Em contrapartida, Emmanuel Macron expressou preocupações sobre o acordo comercial. O líder francês destacou os possíveis impactos negativos para os agricultores europeus, enfatizando a necessidade de ajustes no texto do acordo.

Macron afirmou: “Este acordo, nesse momento estratégico, é bom para muitos setores, mas comporta um risco para os agricultores europeus”.

Ele explicou que a discrepância nas regulamentações entre os blocos econômicos cria uma situação injusta para os produtores europeus, que são obrigados a seguir normas ambientais mais rigorosas.

O presidente francês apontou que, enquanto a Europa proíbe o uso de certos agrotóxicos e exige práticas mais sustentáveis de seus agricultores, os países do Mercosul não estão sujeitos às mesmas restrições.

“Como é que eu vou explicar aos agricultores que, no momento em que eu exijo que respeitem as normas, eu abro o mercado para os que não respeitam essas normas?”, questionou Macron.

Fonte: CNN Brasil

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