Workshop promovido pelo Ministério dos Transportes com a ANPTrilhos discute soluções estruturais, institucionais e financeiras para ampliar a oferta ferroviária no país
O transporte ferroviário de passageiros voltou ao centro das discussões estratégicas nesta quarta-feira (28), durante workshop promovido pelo Ministério dos Transportes em parceria com a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos – ANPTrilhos. O evento, realizado em Brasília, reuniu autoridades, especialistas e representantes do setor para debater o desenvolvimento do transporte ferroviário regional de passageiros, a sinergia com a mobilidade urbana, modelos operacionais e o fortalecimento da indústria nacional.
Para o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, o debate marca um novo momento para o setor, conduzido com firmeza e visão estratégica pelo ministro Renan Filho. “O investimento em infraestrutura de transporte público é uma das medidas mais impactantes que instituições públicas e privadas podem adotar para reduzir a congestão e as emissões, aumentar a resiliência urbana e tornar as cidades mais inclusivas e produtivas economicamente”, disse.
O diretor-presidente da Infra S.A., Jorge Bastos, alertou para a falta de investimentos no transporte de passageiros nas últimas renovações de concessões ferroviárias. “O governo anterior renovou as principais ferrovias do país na gestão passada, mas sem destinar recursos para o transporte de passageiros. O atual governo — o ministro, quando chegou — começou a botar o dedo na ferida para revisar essas renovações e tentar viabilizar um retorno monetário, para que possamos investir em trem de passageiro”, reforçou.
Segundo Bastos, o esforço agora é recuperar o tempo perdido e garantir recursos que permitam avanços concretos no transporte ferroviário de passageiros. “Vamos ter certeza de que haverá licitações para trem de passageiros”, completou.
Representando o setor privado, a diretora-executiva da ANPTrilhos, Ana Patrizia Lira, destacou que os operadores de transporte ferroviário de passageiros no país já transportam cerca de 2,5 bilhões de pessoas por ano, dentro de um cenário estimado em R$ 65 bilhões em investimentos. “O transporte ferroviário, sem dúvidas, tem externalidades positivas que são amplamente conhecidas. Estamos falando de um transporte mais seguro, mais confortável e, sobretudo, mais sustentável”, afirmou.
Desenvolvimento sustentável
A agenda ferroviária também se destaca pelo potencial de promover uma mobilidade com benefícios diretos para o meio ambiente e para a qualidade de vida nas cidades. A adoção de soluções estruturantes no transporte de passageiros sobre trilhos está no centro das estratégias de descarbonização e resiliência urbana do país.
De acordo com dados da ANPTrilhos, o transporte ferroviário de passageiros de longa distância apresenta emissões de CO₂ até 3,5 vezes menores em comparação com outros modais. “Estamos falando de um modal que transporta mais pessoas por viagem, de forma semelhante ao que ocorre no transporte de carga. Isso evidencia a importância de construirmos medidas que viabilizem a evolução do transporte regional de passageiros”, afirmou Ana Patrizia Lira.
Integração
A programação contou com representantes do Ministério dos Transportes, de outros órgãos do Governo Federal — como os Ministérios das Cidades e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, e a Casa Civil da Presidência da República, além de autoridades estaduais, reguladores e líderes da indústria ferroviária. Com painéis ao longo de todo o dia, o evento abordou desde a integração com a mobilidade urbana até modelos de negócio, passando ainda por projetos de trens regionais e perspectivas para o fortalecimento da indústria nacional.
Fonte: Assessoria Especial de Comunicação – Ministério dos Transportes
