Quando bem estruturados, ajudam a evitar congestionamentos e tornam a chegada e a saída dos eventos mais organizadas
Quando se fala em grandes eventos como o Lollapalooza ou o Rock in Rio, a experiência do público vai muito além das atrações no palco. O deslocamento até o local e a logística de acesso são fatores que impactam diretamente a percepção do evento. Ou você, caro leitor, não vai dizer que a primeira coisa que pensa ao ir a um evento de grande porte é: “Mas como eu vou?”. Posso dizer que o estacionamento é parte fundamental da jornada dos espectadores. Quando bem estruturado e integrado à operação, os pátios se tornam um “agente facilitador”, que considero essencial nesse contexto.
Não se trata apenas de uma questão de conveniência. Estudos mostram que motoristas gastam entre 10 e 30 minutos procurando vagas, o que gera 30% do tráfego urbano em áreas congestionadas – como revelou a empresa espanhola Urbiotica. Em um ano, esse tempo perdido pode chegar a 100 horas por motorista, equivalente a mais de quatro dias inteiros. Em eventos, onde a concentração de veículos é exponencial, a falta de gestão adequada amplifica esses números. O resultado? O entorno se transforma em um verdadeiro caos.
Trazendo para a nossa realidade, espaços que comportam grandes eventos já realizam esse tipo de ação. São diversas opções de transporte disponíveis: shuttles exclusivos, transporte público, modais alternativos e o carro particular. No entanto, independentemente do modal escolhido, a chegada e a saída do público precisam ser eficientes para evitar longas esperas, congestionamentos e, claro, frustrações. Ou seja, no “quebra-cabeças” da mobilidade urbana, já está na hora de olharmos para esses espaços como peça estratégica dessa engrenagem.
A INDIGO, líder mundial em gestão de estacionamentos, trabalha para que esses espaços não sejam apenas locais de parada, mas hubs de conectividade para diferentes modais. Como? Em eventos de grande porte, o estacionamento pode se tornar um ponto intermediário de contato com o cliente, permitindo que ele estacione seu carro em pontos estratégicos e finalize o trajeto com outros meios de transporte, como ônibus exclusivos, bicicletas ou até mesmo veículos elétricos compartilhados.
O impacto vai além. Iniciativas como essa reduzem a “pressão” sobre o entorno do evento e melhoram a fluidez do trânsito, como comprovado em cidades como Santander (Espanha) e Gramado (RS), onde sensores inteligentes em vagas diminuíram em 25% o tempo de circulação de veículos.
Esse é um dos pontos em que a tecnologia é fundamental. Quando bem usada, podemos dizer que ela se torna indispensável. A plataforma Indigo Neo, por exemplo, usada em mais de 200 cidades em todo o mundo, permite não apenas a reserva antecipada de vagas, mas também ajusta preços conforme a demanda – uma prática recomendada por Donald Shoup, referência global em mobilidade, que defende uma taxa de ocupação de 80-85% para equilibrar oferta e fluxo.
Aos organizadores de grandes eventos, pensem nisso: não vejam os estacionamentos como espaços isolados. Planejem os festivais incluindo o estacionamento como parte do core business. É necessário ir além da visão tradicional e integrar soluções como parklets (que transformam vagas em áreas de convívio) e modelos de economia compartilhada. É necessário ir além da visão tradicional e planejar de forma ampla e inteligente toda a logística operacional, unindo gestão eficiente, conveniência, excelência e boa experiência.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

Thiago Piovesan é CEO da Indigo Brasil, líder mundial em gestão de estacionamentos e mobilidade individual. Presente em mais de 350 cidades de 10 países, a empresa trabalha para criar espaços que propiciem jornadas tranquilas, conectando serviços e modais de mobilidade aos usuários e ajudando no desenvolvimento de cidades inteligentes e agradáveis para as pessoas.