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CAMPINAS TESTA SISTEMA QUE LIBERA SEMÁFOROS PARA AMBULÂNCIAS EM EMERGÊNCIAS

Estudo mostra que aplicação de tecnologias tem potencial para tornar o trânsito brasileiro mais inteligente

Um estudo desenvolvido na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) por especialistas do Instituto de Engenheiros Eletricistas e Eletrônicos (IEEE), instituição que reúne cientistas do mundo todo, demonstrou ser possível reorganizar o tráfego favorecendo a passagem de veículos que estão atendendo emergências, principalmente as ambulâncias.

Segundo Gabriel Gomes de Oliveira, membro do IEEE, professor colaborador da Unicamp e um dos principais autores do estudo, o trabalho partiu da constatação de que as cidades enfrentam desafios comuns. “Como exemplo, o tráfego intenso e os congestionamentos em diversos momentos do dia”, explica.

“E isso se transforma em um grande problema nas emergências médicas. Dessa forma, são situações em que o tempo é fundamental para salvar vidas ou evitar sequelas” diz Oliveira.

Foram usados, em primeiro lugar, recursos de cidades inteligentes, como tecnologia de internet da coisas (IoT) e a lógica Fuzzy – técnica matemática da área de inteligência computacional usada para otimizar o gerenciamento de semáforos.

A princípio, essas tecnologias serviram de base para a construção de uma plataforma que controla, em tempo real, dispositivos conectados como os semáforos, priorizando a passagem de ambulâncias e viaturas policiais.

Liberação do semáforo para ambulâncias

Gomes explica que a simulação foi feita com veículos que levavam os pacientes para o Hospital PUC-Campinas, que tem 13 semáforos nas proximidades e é reconhecido como trecho de alta densidade de tráfego.

“Dessa forma, também escolhemos esse hospital porque ele recebe pacientes de Campinas e de cidades próximas como Nova Odessa, Sumaré, entre outras”, explica o professor.

Na prática, a comunicação é feita pela plataforma brasileira Dojo, que consiste em um sinal de alerta das ambulâncias enviado diretamente aos gestores de trânsito.

“O condutor da ambulância insere seu destino direto no navegador de GPS e a rota já é definida para ele considerando menores tempos semafóricos”, explica Oliveira.

O sistema pode ser adaptado para outras cidades, informa o especialista. “Assim, ele pode se tornar uma solução escalável e eficiente para diferentes contextos urbanos”, complementa o pesquisador.

Alguns resultados do projeto

Entre os benefícios que a tecnologia pode oferecer em situações reais, destaca-se a redução entre 30% a 50% do tempo semafórico para veículos de emegência.

“Entretanto, as simulações oscilam de acordo com o horário de tráfego analisado, podendo chegar a 50% de diminuição do tempo nos horários menos movimentados. São índices muito positivos quando falamos de situações de emergência”, afirma.

“Com a melhor utilização de recursos urbanos e uma reorganização do tráfego, todos que fazem parte do sistema de trânsito se beneficiam. Assim, outras cidades brasileiras com os mesmos desafios podem ter a tecnologia empregada”, explica Oliveira.

Entretanto, Oliveira afirma que o instituto está patenteando a tecnologia e que novos testes podem incluir veículos como bombeiros e carros de polícia. “Também oferecemos a plataforma para o Poder Público, mas não tivemos retorno”, afirma.

Fonte: Mobilidade Estadão

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