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DISTRITOS INTELIGENTES

Cris Alessi
Cris Alessi
Consultora de Inovação e Transformação Digital; Palestrante. Conselheira. Investidora Anjo; Diretora de programas da Funpar - UFPR. Mãe do Victor e da Marina. Maratonista. Ex-Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Conselho Municipal de Inovação. Co-fundou e presidiu o Fórum InovaCidades ligado à Frente Nacional de Prefeitos. Atua no Conselho de Mulheres na Tecnologia.

Transformar uma cidade em Smart City não é fácil, depende muito de investimento e vontade política. Implantar um Distrito Inteligente é um caminho paralelo interessante e importante.

Já há bons exemplos pelo mundo, o 22@ de Barcelona é o mais famoso. O projeto revitalizou cerca de 200 hectares de uma área industrial considerada obsoleta para transformá-la em um conceito de qualidade de vida, com atividades de conhecimento e inovação. A ação é considerada uma das mais ousadas da Europa e espelho para outras cidades ao redor do mundo, com investimento superior a € 200 milhões em infraestrutura.

Mas cada Smart District é único, com diferentes prioridades temáticas baseadas no contexto local. Claro que há fundamentos essenciais, como moradia, espaços verdes, mobilidade, ciência e tecnologia, qualidade de vida, economia, inovação e inclusão.

O Distrito precisa ainda ter objetivos como Liderança em inovação; Segurança futura; Sustentabilidade; Relevância prática; Percepção pública; e Abordagem interdisciplinar.

O importante é que um Distrito Inteligente não depende totalmente do poder público. É bom que um governo dê o primeiro passo, mas a concretização do projeto vai envolver muito mais a iniciativa privada.

Há coisas boas acontecendo pelo mundo, mas vejo grande potencial no bairro Rebouças, colado ao Centro de Curitiba. Foi o primeiro bairro industrial da cidade, até o final dos anos 60, quando a cidade era cinco vezes menor.

A partir dos anos 70, a Prefeitura criou uma área industrial mais afastada e muito maior, onde hoje há 20 mil empresas. Esse sucesso esvaziou o Rebouças, que herdou barracões e antigos prédios fabris sem uso.

Um deles era um moinho de trigo, onde desde 2017 está a sede da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, onde fui presidente de 2018 a 2023. 

Depois de liderar a integração do ecossistema de inovação Vale do Pinhão, a Agência começou a investir em infraestrutura de seu espaço. Ano passado foram criados o Pinhão Hub, um hub de inovação, e o local ganhou o Worktiba, coworking para startups. O próximo passo é a restauração do terceiro prédio do moinho, que será um espaço corporativo de cinco andares, certificação Leed plantinum.

A boa notícia é num espaço vizinho, antiga fábrica de cerveja da Ambev, onde o Governo do Paraná vai implantar a Fábrica de Ideias, hub de inovação, tecnologia e cultura, de mais de 40.000 m2.

E na mesma esquina do Pinhão Hub vai ser construído o Verse 360, o primeiro empreendimento privado do Vale do Pinhão, aproveitando-se de uma lei de zoneamento especial para a região que oferece mais potencial construtivo para projetos de uso misto. O Verse360, bastante inspirado no 22@, terá studios para moradia estudantil e executiva, espaços de negócios para startups e empresas ligadas à pesquisa e inovação; salas para aulas e eventos corporativos, auditórios e praça para apresentações artísticas e encontros culturais. Vai oferecer, ainda, uma rede de serviços.

O bairro tem cinco universidade próximas, dois importantes hubs de inovação privados, e é vizinho do Sebrae, centro de empreendedorismo e inovação.

A transformação do Rebouças em um Distrito Inteligente está em andamento, numa cidade que é referência em Smart City no mundo. Vale a pena conhecer o projeto agora e acompanhar a transformação.  

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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Transformar uma cidade em Smart City não é fácil, depende muito de investimento e vontade política. Implantar um Distrito Inteligente é um caminho paralelo interessante e importante.

Já há bons exemplos pelo mundo, o 22@ de Barcelona é o mais famoso. O projeto revitalizou cerca de 200 hectares de uma área industrial considerada obsoleta para transformá-la em um conceito de qualidade de vida, com atividades de conhecimento e inovação. A ação é considerada uma das mais ousadas da Europa e espelho para outras cidades ao redor do mundo, com investimento superior a € 200 milhões em infraestrutura.

Mas cada Smart District é único, com diferentes prioridades temáticas baseadas no contexto local. Claro que há fundamentos essenciais, como moradia, espaços verdes, mobilidade, ciência e tecnologia, qualidade de vida, economia, inovação e inclusão.

O Distrito precisa ainda ter objetivos como Liderança em inovação; Segurança futura; Sustentabilidade; Relevância prática; Percepção pública; e Abordagem interdisciplinar.

O importante é que um Distrito Inteligente não depende totalmente do poder público. É bom que um governo dê o primeiro passo, mas a concretização do projeto vai envolver muito mais a iniciativa privada.

Há coisas boas acontecendo pelo mundo, mas vejo grande potencial no bairro Rebouças, colado ao Centro de Curitiba. Foi o primeiro bairro industrial da cidade, até o final dos anos 60, quando a cidade era cinco vezes menor.

A partir dos anos 70, a Prefeitura criou uma área industrial mais afastada e muito maior, onde hoje há 20 mil empresas. Esse sucesso esvaziou o Rebouças, que herdou barracões e antigos prédios fabris sem uso.

Um deles era um moinho de trigo, onde desde 2017 está a sede da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, onde fui presidente de 2018 a 2023. 

Depois de liderar a integração do ecossistema de inovação Vale do Pinhão, a Agência começou a investir em infraestrutura de seu espaço. Ano passado foram criados o Pinhão Hub, um hub de inovação, e o local ganhou o Worktiba, coworking para startups. O próximo passo é a restauração do terceiro prédio do moinho, que será um espaço corporativo de cinco andares, certificação Leed plantinum.

A boa notícia é num espaço vizinho, antiga fábrica de cerveja da Ambev, onde o Governo do Paraná vai implantar a Fábrica de Ideias, hub de inovação, tecnologia e cultura, de mais de 40.000 m2.

E na mesma esquina do Pinhão Hub vai ser construído o Verse 360, o primeiro empreendimento privado do Vale do Pinhão, aproveitando-se de uma lei de zoneamento especial para a região que oferece mais potencial construtivo para projetos de uso misto. O Verse360, bastante inspirado no 22@, terá studios para moradia estudantil e executiva, espaços de negócios para startups e empresas ligadas à pesquisa e inovação; salas para aulas e eventos corporativos, auditórios e praça para apresentações artísticas e encontros culturais. Vai oferecer, ainda, uma rede de serviços.

O bairro tem cinco universidade próximas, dois importantes hubs de inovação privados, e é vizinho do Sebrae, centro de empreendedorismo e inovação.

A transformação do Rebouças em um Distrito Inteligente está em andamento, numa cidade que é referência em Smart City no mundo. Vale a pena conhecer o projeto agora e acompanhar a transformação.  

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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