No Dia Nacional da Acessibilidade, saiba como o transporte sobre trilhos se prepara para receber PCDs
Em 5 de dezembro é instituído o Dia Nacional da Acessibilidade. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil existem mais de 18,6 milhões de pessoas com deficiência, indivíduos que, muitas vezes, usam transporte público e enfrentam desafios pela falta de acessibilidade em modais como o metrô e ônibus.
Atualmente, mais de 3 mil pessoas com deficiência circulam mensalmente pela Linha 5-Lilás do Metrô-SP. Este ramal do metrô possui as estações AACD-Servidor, Santa Cruz e Hospital São Paulo, que ficam próximas de entidades e hospitais que atendem PCDs. Por exemplo, o Instituto Jô Clemente, Hospital São Paulo, GRAAC e Dorina Nowill.
Nas linhas administradas pelo metrô, recebem um grande fluxo de PCDs as estações Marechal Deodoro, que fica próxima da instituição Lara Mara para deficientes visuais, e a Estação Santa Cruz, também na região do Instituto Jô Clemente.
Para dar mais autonomia para essa população, metrô e ViaMobilidade estão investindo em melhorias no seu sistema. Confira algumas das iniciativas em vigor e outras que ainda devem entrar em funcionamento no transporte sobre trilhos de São Paulo.
Acessibilidade nas estações do metrô
Todas as estações do metrô de São Paulo são 100% acessíveis, com piso tátil e elevadores que podem atender cadeirantes. Quem afirma isso é Antônio Silva, diretor das Linhas 4-Amarela e 5-Lilás, sob concessão para ViaMobilidade, e Melissa Fortes, chefe do departamento de relacionamento com passageiro do Metrô, que opera as Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha e 15-Prata.
Além de permitir o acesso no prédio, o transporte sobre trilhos conta com outras estruturas para facilitar o trajeto. Por exemplo: a primeira porta do primeiro vagão é reservada para pessoas cadeirantes, os trens têm até mesmo um espaço destinado para a acomodação da cadeira. Os deficientes visuais, por sua vez, devem embarcar na segunda porta do primeiro vagão. O piso tátil das estações guia essas pessoas até a porta recomendada do trem.
“A pessoa com deficiência tem embarque preferencial na primeira porta, assim como uso preferencial do elevador”, explica Melissa. Ela completa dizendo que todos os funcionários recebem treinamentos para atender pessoas com deficiência. Recentemente, o Metrô criou uma capacitação específica para lidar com pessoas com transtorno do espectro autista.
Acompanhamento no trajeto
“Quando uma pessoa com deficiência entra em uma estação, ela pode pedir auxílio para o nosso colaborador. Os agendes descerão com o PCD até plataforma e o colocarão no trem”, explica Silva, diretor das linhas operadas pela ViaMobilidade. Ele ainda detalha que, em seguida, o agente entra em contato com o Centro de Controle e avisa onde o passageiro descerá. Quando chega ao seu destino, a pessoa encontrará outro funcionário de prontidão para recebê-lo.
No metrô o procedimento é similar: a empresa mantém um Posto de Monitoramento para PCD, que atende cerca de 1 mil pessoas por dia. Quando uma pessoa com deficiência entra em uma estação, um funcionário a atende e entra em contato com o Posto, informando o trajeto e pedindo para que alguém o receba na estação final.
“O Metrô preza bastante por isso, temos funcionários treinados que fazem esse monitoramento de pessoas com deficiência durante todo o período de operação”, explica Melissa. A chefe de departamento conta também que a pessoa precisa pedir o apoio, mas mesmo que não requisite ajuda, os agentes ainda irão manter atenção.
Rampa para cadeirantes promovem acessibilidade no Metrô
O Metrô possui rampa para cadeirantes em todas as estações. São estruturas colocadas entre a plataforma e o trem para permitir a passagem de uma cadeira de rodas. “Hoje temos uma variedade de cadeiras de rodas, algumas motorizadas mais pesadas, outras mais simples. Dependendo do modelo de cadeira, usamos uma rampa que cobre o desnível”, afirma Melissa.
Para dar mais autonomia para as pessoas que usam cadeira de rodas, a ViaMobilidade também está desenvolvendo rampas de acesso. O instrumento, que deve entrar em uso em janeiro de 2025, é feito de fibra de vidro, o que garante leveza e flexibilidade.
“Essa rampa que criamos consegue se adaptar aos veículos de diferentes frotas, ela evita que exista um espaço no qual a cadeira possa enroscar ou que a subida seja íngrime, fatores que dificultariam uma pessoa cadeirante acessar o trem”, conta Silva. Todas as estações da Linha 5-Lilás devem receber a rampa no ano que vem, ao todo serão 34 itens do tipo, duas para cada estação da Linha 5-Lilás.
Atualmente, os cadeirantes que usam o sistema da ViaMobilidade ainda precisam de ajuda dos colaboradores. Sendo assim, é necessário que o agente de segurança empurre a cadeira de rodas sobre o vão e tome cuidado para que essa não enrosque.
Postos de atendimento
Na estação Tatuapé, da Linha 3-Vermelha do metrô disponibiliza uma sala de acomodação sensorial para pessoas autistas. “O espaço que foi todo desenvolvido em parceria com secretarias e arquitetos para oferecer um local adequado quando alguém com autismo quiser se estabilizar”, detalha Melissa.
Ao mesmo tempo, o metrô também conta com “postos de atendimento para PCD, na estação Palmeiras, Barra Funda e na estação Tatuapé. Neste local, por exemplo, fazemos pequenos reparos em cadeiras de rodas”, conta Melissa.
Por fim, Silva conta que a ViaMobilidade, “está em uma parceria com a Secretaria de Estado de Direito da Pessoa com Deficiência. A intenção é instalarmos um posto de atendimento pra pessoa com deficiência na estação Santa Cruz. Neste posto, as pessoas vão poder reparar seus equipamentos”, afirma. Cadeiras de rodas e muletas são alguns exemplos desses equipamentos, explica ela.
Fonte: Mobilidade Estadão