Cerca de R$ 2 milhões serão usados para estudar se o modal é mesmo viável na cidade do interior paulista
A cidade de Bauru, no interior de São Paulo, pode ganhar um Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em breve. O meio de transporte, que se assemelha a um bonde, usaria trechos de linha férrea que estão abandonados desde 2001 no município, quando o último trem urbano circulou na cidade.
A Prefeitura criou um Grupo de Trabalho para analisar a viabilidade do VLT e entender se é possível reutilizar as estruturas já existentes. Este grupo deve lançar, em 2025, o edital que contratará a empresa responsável por estudar o projeto.
A cerca de 300 km de São Paulo, a cidade de Bauru possui 380 mil habitantes e conta apenas com ônibus quando o assunto é transporte público. O município obteve R$ 1,5 milhão do Governo Federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para realizar os estudos preliminares a respeito do VLT. Além disso, injetou R$ 500 mil em recursos próprios.
Como será o VLT de Bauru?
De acordo com a Prefeitura, o intuito com o VLT é criar “mais alternativas de mobilidade urbana entre o Centro e outras regiões”. O plano inicial para o modal inclui três ramais que atenderiam as zona oeste, sul e leste da cidade. As linhas passariam pelo Centro, fazendo uma parada na antiga estação de trem, e atenderiam áreas como o Shoppping Boulverd, o Instituto Toledo de Ensino (ITE) e o Poupatempo.
Em nota para o Mobilidade Estadão, a Prefeitura citou como benefícios do modal “a recuperação de linhas obsoletas que estão em uma parte significativa do município, aproveitamento de estruturas físicas e um sistema complementar de transporte que nos ajudará a melhorar a mobilidade urbana do município”.
“O VLT é um trem de baixa capacidade. Ele transporta uma quantidade de pessoas menor que um metrô, por exemplo”, afirma Luís Kolle, engenheiro do Metrô e presidente da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Metrô (AEAMESP).
De acordo com ele, o VLT pode ser uma boa escolha, dependendo do número de pessoas que o usarão. “O que determina o modal que deve usado em uma cidade é a demanda reprimida. Quantas pessoas que você vai precisar pegar naquele trecho”, ele explica.
Por fim, o engenheiro da AEAMESP cita outras opções de transporte, como o BRT, sistema de ônibus em via exclusiva. De acordo com ele, ônibus biarticulados poderiam transportar até 150 pessoas por veículo. O VLT, por outro lado, transporta em média 400 pessoas por carro em Santos, onde já é utilizado.
Fonte: Mobilidade Estadão