Se de um lado as tecnologias podem ser aliadas, do outro demandam novas habilidades dos servidores públicos em um mundo cada vez mais digital.
A tecnologia avança a passos largos, revoluciona diversos setores da sociedade e o serviço público não é exceção. Com soluções cada vez mais eficientes e automatizadas, se levanta a questão: o servidor público será substituído?
Sistemas de informação, softwares de gestão e aplicativos móveis já transformaram a gestão pública. Agora, essas ferramentas incorporam funcionalidades baseadas em Inteligência Artificial e automações avançadas.
O objetivo é melhorar o atendimento ao cidadão e agilizar as demandas internas para tornar os serviços públicos mais modernos e eficientes.
A tecnologia possibilita aos servidores se concentrarem em tarefas que exigem habilidades humanas únicas, como tomada de decisão, comunicação interpessoal e resolução de problemas complexos.
Assim, as atividades repetitivas, que hoje dominam a pauta do servidor – como preenchimento de formulários, processamento de documentos e atualização de registros – ficam à cargo de um sistema capaz de realizar tarefas operacionais de forma mais eficiente e precisa, menos suscetível a erros e corrupção.
Esse impacto é sentido à medida que mais usuários experimentam e compreendem que as tecnologias aumentam a oportunidade para o setor público beneficiar os cidadãos e melhorar a rotina de seus servidores.
O trabalho dos servidores públicos continua essencial e não se vislumbra uma substituição da mão-de-obra, mas é fundamental que os profissionais se adaptem às novas tecnologias e aprendam a utilizá-las de maneira estratégica.
A predisposição em se adaptar às mudanças não exime a responsabilidade do Estado em acompanhar essa evolução, principalmente nos municípios, que funcionam como o primeiro ponto de conexão com os cidadãos.
Além de responsabilidade do servidor, é papel crucial dos órgãos governamentais promover essa capacitação e mostrar que os servidores não devem temer as tecnologias, mas usufruir os benefícios que surgem com elas.
Para além das capacidades técnicas, as competências humanas continuam essenciais e passam a ser centrais. Apenas 20% são habilidades para atuar com as ferramentas tecnológicas.
Os 80% das competências são dedicadas à liderança de projetos, ao relacionamento com a rede de parceiros e à atuação, com sensibilidade, para entender a realidade das pessoas que buscam e dependem dos serviços públicos.
É necessário que o servidor público desenvolva um olhar transversal e entenda os problemas em diferentes perspectivas, especialmente pelo viés do cidadão.
Nos próximos anos, ele deverá atuar mais como solucionador de problemas, em atividades político-estratégicas – onde há um componente de cultura, de contato, de relações pessoais – que não podem ser feitas por máquinas.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.
Arquiteto, fundador e CEO da Aprova, a suíte de soluções que moderniza a gestão pública, agiliza o atendimento ao cidadão e já ancorou a economia de R$ 50 milhões em cidades brasileiras. Em 2022 captou a maior rodada de investimentos em uma govtech na América Latina, liderada pela Astella, Banco do Brasil, Vox Capital, CAF e Endeavor. UX (User Experience), especialista em Processos Industriais e Regulamentos, gerência Estratégia, Vendas e Relações com Investidores. Foi presidente do Comitê de Desburocratização do Sinduscon Paraná-Oeste e atuou como arquiteto Sênior na Aba Arquitetura e Construções por quase cinco anos. Possui MBA em Construções Sustentáveis, Ciência e Tecnologia da Arquitetura na Universidade Cidade de São Paulo, foi aluno no programa de extensão em Arquitetura da Temple University na Filadélfia e obteve graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Assis Gurgacz, no Paraná.