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A TECNOLOGIA NOS GOVERNOS VAI ACABAR COM O FUNCIONALISMO PÚBLICO?

Marco Antonio Zanatta
Marco Antonio Zanatta
Arquiteto, fundador e CEO da Aprova, a suíte de soluções que moderniza a gestão pública, agiliza o atendimento ao cidadão e já ancorou a economia de R$ 50 milhões em cidades brasileiras. Em 2022 captou a maior rodada de investimentos em uma govtech na América Latina, liderada pela Astella, Banco do Brasil, Vox Capital, CAF e Endeavor. UX (User Experience), especialista em Processos Industriais e Regulamentos, gerência Estratégia, Vendas e Relações com Investidores. Foi presidente do Comitê de Desburocratização do Sinduscon Paraná-Oeste e atuou como arquiteto Sênior na Aba Arquitetura e Construções por quase cinco anos. Possui MBA em Construções Sustentáveis, Ciência e Tecnologia da Arquitetura na Universidade Cidade de São Paulo, foi aluno no programa de extensão em Arquitetura da Temple University na Filadélfia e obteve graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Assis Gurgacz, no Paraná.

Se de um lado as tecnologias podem ser aliadas, do outro demandam novas habilidades dos servidores públicos em um mundo cada vez mais digital.

A tecnologia avança a passos largos, revoluciona diversos setores da sociedade e o serviço público não é exceção. Com soluções cada vez mais eficientes e automatizadas, se levanta a questão: o servidor público será substituído?

Sistemas de informação, softwares de gestão e aplicativos móveis já transformaram a gestão pública. Agora, essas ferramentas incorporam funcionalidades baseadas em Inteligência Artificial e automações avançadas.

O objetivo é melhorar o atendimento ao cidadão e agilizar as demandas internas para tornar os serviços públicos mais modernos e eficientes.

A tecnologia possibilita aos servidores se concentrarem em tarefas que exigem habilidades humanas únicas, como tomada de decisão, comunicação interpessoal e resolução de problemas complexos.

Assim, as atividades repetitivas, que hoje dominam a pauta do servidor – como preenchimento de formulários, processamento de documentos e atualização de registros – ficam à cargo de um sistema capaz de realizar tarefas operacionais de forma mais eficiente e precisa, menos suscetível a erros e corrupção.

Esse impacto é sentido à medida que mais usuários experimentam e compreendem que as tecnologias aumentam a oportunidade para o setor público beneficiar os cidadãos e melhorar a rotina de seus servidores.

O trabalho dos servidores públicos continua essencial e não se vislumbra uma substituição da mão-de-obra, mas é fundamental que os profissionais se adaptem às novas tecnologias e aprendam a utilizá-las de maneira estratégica.

A predisposição em se adaptar às mudanças não exime a responsabilidade do Estado em acompanhar essa evolução, principalmente nos municípios, que funcionam como o primeiro ponto de conexão com os cidadãos.

Além de responsabilidade do servidor, é papel crucial dos órgãos governamentais promover essa capacitação e mostrar que os servidores não devem temer as tecnologias, mas usufruir os benefícios que surgem com elas.

Para além das capacidades técnicas, as competências humanas continuam essenciais e passam a ser centrais. Apenas 20% são habilidades para atuar com as ferramentas tecnológicas.

Os 80% das competências são dedicadas à liderança de projetos, ao relacionamento com a rede de parceiros e à atuação, com sensibilidade, para entender a realidade das pessoas que buscam e dependem dos serviços públicos.

É necessário que o servidor público desenvolva um olhar transversal e entenda os problemas em diferentes perspectivas, especialmente pelo viés do cidadão.

Nos próximos anos, ele deverá atuar mais como solucionador de problemas, em atividades político-estratégicas – onde há um componente de cultura, de contato, de relações pessoais – que não podem ser feitas por máquinas.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

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