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CAMINHOS PARA ELETRIFICAR FROTAS NO BRASIL

Joao Paulo Ledur
Joao Paulo Ledur
Diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo: Profissional com experiência internacional na indústria automotiva, João Paulo Pohl Ledur atualmente é diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, onde responde também pelas áreas de Corporate Venture Capital e Inovação da companhia. Atuando na gestão da estratégia de inovação e seus desdobramentos na cultura organizacional, fazendo conexão do atual negócio com o futuro da mobilidade. Há 18 anos na empresa, parte deles atuando na África do Sul, o executivo tem formação pela Universidade do Vale dos Sinos – Unisinos e Fundação Getúlio Vargas – FGV.

O compromisso do Brasil com a descarbonização foi firmado no Acordo de Paris e abrange setores como energia, indústria e transporte. 

Ao abordar a descarbonização, um dos temas centrais da COP29, destacam-se a produção de biocombustíveis e a eletrificação da frota de veículos como soluções para os países alcançarem suas metas de redução da pegada de carbono. Diferentemente do Azerbaijão, anfitrião desta edição da Conferência Anual das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, o Brasil se destaca pela disponibilidade de matérias-primas renováveis, posicionando-se na vanguarda da substituição dos combustíveis fósseis por alternativas menos poluentes.

O compromisso do Brasil com a descarbonização foi firmado no Acordo de Paris e abrange setores como energia, indústria e transporte. A meta é alcançar a neutralidade de carbono até 2060, o que implica equilibrar as emissões de gases de efeito estufa com a capacidade de absorção da natureza.

Para descarbonizar o setor de transporte, enfrentamos desafios significativos. Um dos principais é a infraestrutura de recarga limitada, um obstáculo que também afeta outros países e impacta o desenvolvimento do setor de veículos elétricos.  Segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), o Brasil contava com 10.622 eletropostos em agosto deste ano, um crescimento de 179% em relação a 2023. A maioria dos pontos de recarga ainda está concentrada em grandes centros urbanos e é focada em carros elétricos de passeio, enquanto ônibus elétricos ainda exigem conectores específicos e estações de recarga com alta potência.

Nesse contexto, diversos cenários podem ser explorados para o avanço da descarbonização no setor de transporte do Brasil. Enquanto a infraestrutura de abastecimento não se expande, é necessário um esforço coordenado entre vários atores, com a participação ativa do governo e das concessionárias de energia – como já ocorre no Brasil – na implementação de medidas que incentivem a transição para fontes de energia renováveis e limpas. Isso inclui a oferta de novos subsídios para a aquisição de veículos movidos a combustíveis menos poluentes, políticas públicas que incentivem prefeituras a modernizar suas frotas de transporte coletivo e incentivos para que as indústrias adotem tecnologias limpas e sustentáveis.

Para que o setor de transporte avance na agenda global de descarbonização, uma alternativa defendida pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) é a diversificação dos modais de transporte e a ampliação de veículos que usam combustíveis híbridos. No que diz respeito aos veículos híbridos, que combinam motores a diesel ou etanol com baterias, já temos um modelo em desenvolvimento, a ser lançado em 2026, onde a energia que alimenta o motor elétrico é gerada por um motor a etanol. Essa solução viável oferece ao mercado um micro-ônibus que pode ser utilizado em qualquer região do país, colaborando para o ecossistema, uma vez que é neutro em relação ao ciclo do CO2 e permite a obtenção de créditos de carbono.

Entre os projetos da empresa, destaca-se ainda outro veículo destinado para o transporte urbano e intermunicipal, combinando a eficiência dos motores diesel e elétrico com baterias.

Como uma indústria atuante no setor de transporte, acompanhamos de perto os movimentos globais pela transição energética. Esta edição da COP será crucial para incentivar os países a focarem na agenda antifóssil, evidenciando a necessidade de acordos que promovam a redução das emissões de gases de efeito estufa, a promoção de energias renováveis e a implementação de políticas de adaptação às mudanças climáticas.

A agenda climática não é uma responsabilidade exclusiva da indústria, mas estamos comprometidos em desenvolver produtos e soluções que ajudem o País a trilhar um caminho que contribua para o alcance das metas climáticas, garantindo um futuro mais sustentável para as próximas gerações.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

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