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MOBILIDADE COMO UMA ALIADA DO MEIO AMBIENTE

Joao Paulo Ledur
Joao Paulo Ledur
Diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo: Profissional com experiência internacional na indústria automotiva, João Paulo Pohl Ledur atualmente é diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, onde responde também pelas áreas de Corporate Venture Capital e Inovação da companhia. Atuando na gestão da estratégia de inovação e seus desdobramentos na cultura organizacional, fazendo conexão do atual negócio com o futuro da mobilidade. Há 18 anos na empresa, parte deles atuando na África do Sul, o executivo tem formação pela Universidade do Vale dos Sinos – Unisinos e Fundação Getúlio Vargas – FGV.

O processo de eletrificação no país é um movimento gradual e, diante dos desafios de infraestrutura, um caminho que demonstra ser eficiente é o uso de veículos híbridos.

Os debates em torno das ações em prol do meio ambiente, em busca de uma sociedade mais sustentável, tornaram-se prioritários no cenário global. Diversos países do mundo buscam meios de minimizar a emissão de gases poluentes e melhorar a qualidade de vida das pessoas. O Brasil tem sofrido consequências relacionadas às condições climáticas extremas e, desta vez, o desafio é minimizar os impactos provocados pela combinação de tempo seco, calor, baixa umidade do ar e as queimadas, que resultam na má condição da qualidade do ar.

Diversos países do mundo já investem em ações para reduzir os efeitos dos altos índices de gases poluentes no ar, o que envolve desde ações de recuperação de áreas verdes, processos produtivos mais eficientes e até iniciativas em prol da descarbonização dos sistemas transportes. Londres é um exemplo, a cidade passa por um processo de substituição dos tradicionais double deckers, os ônibus de dois andares, movidos a combustíveis fósseis por veículos com motorização elétrica. A meta é que nos próximos dez anos toda a frota em circulação seja substituída.  

Isso mostra que a indústria da mobilidade tem um papel fundamental no processo de melhoria da qualidade do ar. Aqui no Brasil, temos algumas cidades dando passos importantes para minimizar a poluição ambiental, como São Paulo, Porto Alegre e Salvador, que começaram a implantar os ônibus elétricos para o transporte de passageiros. No entanto, esse é só o início desse processo de transformação.

O processo de eletrificação no país é um movimento gradual e, diante dos desafios de infraestrutura, um caminho que demonstra ser eficiente é o uso de veículos híbridos. Uma pesquisa feita pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), que ouviu associados da Sindipeças, aponta que até 2030 mais da metade dos veículos em circulação no país serão elétricos ou híbridos. Os veículos híbridos foram apontados como uma ponte para o processo de eletrificação no país e, de acordo com a opinião de 30% das pessoas ouvidas, o Brasil deve focar sua infraestrutura e capacidade para desenvolver uma plataforma de produção de veículos híbridos. 

Em linha com o que o estudo mostrou, recentemente, a Marcopolo apresentou o primeiro micro-ônibus híbrido, que utiliza o etanol como fonte para a geração de energia das baterias. Trata-se de um modelo desenvolvido no país, com tecnologia nacional, e que pode ser utilizado em qualquer região. Um exemplo prático de uso do veículo são as áreas rurais, onde certamente um modelo 100% elétrico teria mais dificuldade de recarga, enquanto o híbrido movido a etanol, consegue ser abastecido com facilidade e contribuir com o meio ambiente, pois se trata de modelo neutro no ciclo do CO2.

Nesse processo de modernização das cidades, é importante entendermos que não existe um único caminho para a sustentabilidade. Cada país investirá em soluções que se adaptem à realidade local, de acordo com a infraestrutura de cada região. Neste momento, o importante é que as indústrias estejam preparadas para atender aos diferentes cenários, em prol de um objetivo único: oferecer mais eficiência e qualidade de vida para as pessoas. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

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