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NEGÓCIOS DE IMPACTO TRANSFORMAM A REALIDADE DO SETOR PÚBLICO NO BRASIL

Marco Antonio Zanatta
Marco Antonio Zanatta
Arquiteto, fundador e CEO da Aprova, a suíte de soluções que moderniza a gestão pública, agiliza o atendimento ao cidadão e já ancorou a economia de R$ 50 milhões em cidades brasileiras. Em 2022 captou a maior rodada de investimentos em uma govtech na América Latina, liderada pela Astella, Banco do Brasil, Vox Capital, CAF e Endeavor. UX (User Experience), especialista em Processos Industriais e Regulamentos, gerência Estratégia, Vendas e Relações com Investidores. Foi presidente do Comitê de Desburocratização do Sinduscon Paraná-Oeste e atuou como arquiteto Sênior na Aba Arquitetura e Construções por quase cinco anos. Possui MBA em Construções Sustentáveis, Ciência e Tecnologia da Arquitetura na Universidade Cidade de São Paulo, foi aluno no programa de extensão em Arquitetura da Temple University na Filadélfia e obteve graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade Assis Gurgacz, no Paraná.

Além de movimentar US$ 715 bilhões em investimentos, os negócios de impacto estão reduzindo os problemas ambientais e as desigualdades sociais nos municípios.

No mundo corporativo, cada ação de uma empresa tem repercussões, positivas ou negativas. A pressão por responsabilidade social e ambiental está redefinindo o mercado, onde a busca por impacto positivo se torna um diferencial competitivo.

Negócios de impacto se destacam pela intencionalidade: eles visam reduzir desigualdades através de suas atividades principais. Quanto mais eficazes são em cumprir essa missão, mais lucrativos e bem-sucedidos se tornam.

Segundo um relatório da Global Impact Investing Network (GIIN) de 2020, o mercado global de investimentos de impacto movimentou US$ 715 bilhões. A América Latina e o Caribe receberam 7% desse total, cerca de US$ 50 bilhões, com o Brasil liderando em número de negócios de impacto e investimentos.

Em 2019, havia aproximadamente 1.300 negócios de impacto no Brasil, que receberam mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos, de acordo com a Aspen Network of Development Entrepreneurs (ANDE).

Apesar do crescimento, o setor enfrenta desafios como a falta de regulamentação clara e dados confiáveis. A participação tímida do setor público e a necessidade de maior conscientização sobre o tema também são obstáculos.

Pensar em impacto é vital para resolver problemas complexos. Soluções criativas e sustentáveis são mais do que um diferencial; são uma estratégia para atrair consumidores que buscam empresas alinhadas com seus valores.

Uma pesquisa da Accenture revelou que 64% dos consumidores brasileiros acreditam que as marcas devem se posicionar sobre questões sociais e ambientais, e 62% deixariam de comprar de marcas que não compartilham seus valores.

Em resposta a essa tendência, o Banco do Brasil lançou em 2018 o BB Impacto ASG, um programa de investimento em negócios de impacto, com um fundo de R$ 200 milhões gerido pela Vox Capital.

O objetivo do programa é apoiar startups que oferecem soluções inovadoras para os segmentos de agronegócio, educação financeira, meios de pagamento, seguros e governo. Para selecionar as startups, o programa considera o potencial de impacto social ou ambiental que elas podem gerar.

Impacto no setor público

Uma das investidas é a Aprova, uma plataforma de gestão e automação de processos do setor público que evitou o consumo de mais de 400 mil toneladas de papel no setor público nos últimos seis anos.

Fundada em 2017 pelo arquiteto Marco Antonio Zanatta, a empresa recebeu o maior aporte já realizado em uma govtech da América Latina, no valor de R$ 22,5 milhões.

A rodada Seed foi liderada pela Astella – que já havia investido na govtech em 2021 – e Banco do Brasil por meio da VOX Capital. Também teve participação do CAF (Banco de Desenvolvimento da América Latina e Caribe) e da Endeavor.

Além da redução do impacto ambiental, o social também entra nessa conta. A govtech implementou o alvará autodeclaratório para habitações de interesse social na maior cidade do país, São Paulo.

A automação do licenciamento – que permite a emissão instantânea do alvará de construção que levava até um ano para ser liberado – provocou um salto na aprovação de moradias populares de 39 mil obras autorizadas em 2019 para 131 mil em 2021.

Em apenas seis meses após a implantação da tecnologia mais de 48 mil famílias foram beneficiadas. Hoje já são 265 mil moradias aprovadas no programa voltado para famílias de baixa renda.

Esforço colaborativo

Segundo Marco, somente através de uma ação coordenada e comprometida será possível enfrentar os desafios do setor público e construir um futuro que equilibre desenvolvimento econômico com equidade social.

Ele reforça que a participação ativa da sociedade civil é essencial, mas que os setores público e privado têm um papel igualmente crucial ao investir em práticas e recursos que gerem esse resultado.

“A colaboração entre o setor público e privado mostra que soluções inovadoras podem trazer benefícios significativos para a redução de desigualdades em paralelo ao crescimento com propósito e lucro”, conclui.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities

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