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SAIBA COMO É CALCULADO O TEMPO DOS SEMÁFOROS EM SÃO PAULO

Conheça os métodos usados pela Companhia de Engenharia de Trânsito da capital paulista

Crianças de até sete anos caminhando em uma velocidade de 7 m/s (metros por segundo), idosos em 8 m/s e demais usuários em 1 m/s. Esses são os parâmetros que o Estatuto do Pedestre determinou para São Paulo calcular o tempo que os semáforos ficam abertos para pedestres. No entanto, essa não é a realidade encontrada nos faróis da capital paulista.

De acordo com a CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo), a velocidade média de caminhada usada em seus cálculos é 1,2 m/s. Para definir quanto tempo um semáforo fica aberto para pedestres, a empresa leva em conta a largura da via e essa velocidade média.

Ao mesmo tempo, a CET afirma em nota enviada para o Mobilidade Estadão que período em vermelho piscante é parte do tempo de travessia. Exemplificando, a CET afirma que, “em uma via de 12 metros, uma pessoa teria quatro segundos de sinal verde, 10 de vermelho piscante e um segundo de vermelho para cumprir sua travessia, totalizando 15 segundos”

Em resumo, os paulistanos têm de quatro a oito segundos de sinal verde, dependendo da rua para atravessar.

Enfrentando as travessias

Silvia Stuchi, diretora do Instituto Corrida Amiga, acredita que a fórmula usada para calcular o tempo semafórico não favorece os pedestres. De acordo com a ativista, “uma pesquisa da CET de 2022 que aponta que quase 70% da população não reconhece o vermelho piscante como ainda um tempo de prioridade para pessoa terminar a sua travessia com segurança”.

Silvia ressalta ainda que “a velocidade média de 1,2 m/s não é condizente com a velocidade de caminhada de uma pessoa idosa, pessoa com deficiência ou crianças”.

Ainda em nota, a CET deixa claro que, “no caso de travessias próximas a hospitais e outros locais onde transitam pessoas com mobilidade reduzida, a velocidade de caminhada adotada é menor e, posterior aos cálculos, são confirmadas e ajustadas com observações de campo”.

No entanto, a representante da ONG ainda defende que “infelizmente a CET ainda prioriza a fluidez dos veículos motorizados em detrimento da vida do deslocamento das pessoas”.

O Estatuto do Pedestre também determina que o tempo de espera dos transeuntes não ultrapasse 90 segundos. Essa é outra resolução que a CET não segue. Em nota, o órgão afirma que “não define um tempo máximo de espera para pedestres, mas nos horários críticos de trânsito, nos picos, a espera máxima é de 1 minuto e meio. Eventualmente, em algumas avenidas, pode chegar a dois minutos. Fora dos picos, a espera máxima é de um minuto, em média.”

Possíveis soluções

Para melhorar a experiência dos pedestres em São Paulo seria necessário “aumentar o tempo de verde, diminuir o ciclo do vermelho e adotar o que o Estatuto do Pedestre coloca sobre as diferenças de velocidade de caminhada”, afirma Silvia.

A ativista deixa claro que proporcionar uma cidade mais acolhedora para a mobilidade ativa é um esforço que não foca apenas no tempo dos semáforos. “Precisamos pensar em calçadas, travessias, acessibilidade, arborização, sinalização horizontal e vertical, redução de velocidade e campanhas educativas. Também em punição, para as pessoas que não respeitarem essas regras”

Fonte: Mobilidade Estadão

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