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DESCARBONIZAÇÃO DOS TRANSPORTES NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Joao Paulo Ledur
Joao Paulo Ledur
Diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo: Profissional com experiência internacional na indústria automotiva, João Paulo Pohl Ledur atualmente é diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, onde responde também pelas áreas de Corporate Venture Capital e Inovação da companhia. Atuando na gestão da estratégia de inovação e seus desdobramentos na cultura organizacional, fazendo conexão do atual negócio com o futuro da mobilidade. Há 18 anos na empresa, parte deles atuando na África do Sul, o executivo tem formação pela Universidade do Vale dos Sinos – Unisinos e Fundação Getúlio Vargas – FGV.

Modais movidos a diferentes propulsões e o transporte coletivo de passageiros se tornam aliados fundamentais na agenda ambiental

No último mês, o mundo inteiro foi impactado pelas cenas tristes provocadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul. As imagens comovem até hoje e, infelizmente, tragédias como essa podem se tornar ainda mais comuns se não atuarmos com urgência para combater as mudanças climáticas. Esse é um desafio que envolve a atuação do setor público, iniciativa privada e sociedade civil, todos têm um papel fundamental na preservação do meio ambiente.  

No segmento de mobilidade, um dos caminhos para uma sociedade mais sustentável é a busca por soluções que tornem os meios de transporte mais eficientes do ponto de vista ambiental. Contamos com inúmeras opções de modais, mas podemos dizer que os ônibus têm papel fundamental nesse processo de transição por fontes mais limpas, principalmente por se tratar de um substituto ao transporte individual de passageiros, o que contribui com a redução das emissões de gases poluentes.

Porém é importante lembrar que o processo de descarbonização do transporte público não é uma tarefa simples e rápida de ser colocada em prática. Dados de janeiro de 2024 do monitor da E-bus Radar apontam que a América Latina tem 5.068 ônibus elétricos em circulação, mas apenas 444 desses veículos estão em operação no Brasil. 

Os números mostram que, mesmo sendo o maior país da região, ainda é preciso vencer algumas barreiras para consolidar a circulação de modais mais sustentáveis. Isso envolve todo o ecossistema de mobilidade. Veículos elétricos, por exemplo, exigem adaptações nas garagens, com instalação de carregadores e até mesmo a instalação de subestações de alta tensão, a depender do volume de carregadores implantados para uso de forma simultânea. 

A Associação Nacional de Transportes Públicos (ANTP) aponta ainda que as garagens de ônibus precisam de readequações, como a criação de área específica para estacionamento e recarga dos veículos – com cobertura, maior distanciamento, isolamento de piso, equipamentos próprios e profissionais habilitados para trabalhar com modelos elétricos. 

Diante desses desafios, é importante reforçar que não existe um único caminho. Atualmente, encontramos no mercado veículos movidos a diferentes propulsões, como o hidrogênio, híbridos, gás, e é a combinação dessas soluções que transformará o segmento de mobilidade. 

Na Marcopolo, além de investir em estudos para viabilizar diferentes sistemas de motorização, olhamos para as características de cada mercado para oferecer veículos que se adaptem à realidade de cada região e pensamos ainda na experiência dos passageiros. Queremos que as viagens sejam cada vez mais confortáveis e seguras e, para isso, buscamos continuamente otimizar os materiais aplicados nos veículos, apostamos em tecnologias de ponta e sistemas mais eficientes. Foi essa busca constante pela inovação que nos permitiu criar o Attivi Integral, veículo elétrico com chassi e carroceria próprios, fabricado 100% no Brasil. 

Os avanços nos mostram que o setor de transportes caminha para uma nova fase, menos poluente e mais comprometida com a agenda climática. Essa é uma transformação necessária e urgente para evitar que novos desastres ambientais se repitam.   

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.

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