As mudanças climáticas são uma realidade inescapável, com efeitos já visíveis ao redor do mundo
Quando olhamos para a Terra do espaço, a primeira coisa que nos impacta é a visão da atmosfera. Essa camada fina, quase invisível, que envolve nosso planeta, e nos aconchega. Uma visão a demonstrar nossa fragilidade e um lembrete poderoso de nossa vulnerabilidade iminente. Então nos perguntamos, como a única espécie que não só evoluiu, mas também usou a tecnologia para moldar nosso ambiente, enfrenta um vaticínio escatológico que ela mesma acelerou ao comprometer nossa atmosfera?
Essa e outras perguntas serão discutidas no encontro Startup20 do G20 que acontecerá no Recife nos dias 04 e 05 de julho no Mirante do Paço da Alfândega. No evento teremos a chance de avaliar nossa capacidade de criar e adaptar tecnologias para permitir a transformação do planeta de uma maneira que nenhuma outra espécie é capaz, e o quão é elevado o custo dessa transformação. Fazemos parte de um superorganismo global, onde cada avanço tecnológico facilita nosso dia-a-dia, mas também aumenta nossas incertezas de permanência. E ainda mais, a energia necessária consumida para esse modus vivendi, em quase sua totalidade, provém de fontes fósseis, que hoje dão vida a esse superorganismo e que amanhã poderão nos levar ao último suspiro.
As mudanças climáticas são uma realidade inescapável, com efeitos já visíveis ao redor do mundo. A calota polar está encolhendo a um ritmo alarmante, e o manto de gelo da Groenlândia perde aproximadamente 300 gigatoneladas de gelo por ano. Isso representa 300 km cúbicos de gelo desaparecendo anualmente, contribuindo significativamente para o aumento do nível do mar, que deve subir meio metro até o final do século.
As rápidas mudanças climáticas apresentam um desafio crítico para os sistemas biológicos vitais da Terra. As árvores, animais, e ainda os fitoplânctons e o zooplânctons dos oceanos, assim como o próprio ser humano terão menos tempo para se adaptar a essas mudanças aceleradas. A complexidade desses sistemas é tamanha que, muitas vezes, ultrapassa nossa capacidade de previsão e compreensão. Aí, em determinado momento, nossa reação será inócua, e nossa adaptação impossível.
A transição para uma economia de baixo carbono é um imperativo urgente, que se tornou agenda nos países desenvolvidos, mas com pouco avanço prático para o tamanho do problema e da urgência. A dependência de energia fóssil não será superada nas próximas décadas sem uma ação coordenada com cooperação dos estados soberanos. É necessário que esses estados não apenas implantem políticas de transição energética, mas também que o façam considerando os interesses das futuras gerações.
Sem a ação concertada das nações, os interesses de curto prazo pelo lucro continuarão a prevalecer, levando-nos a caminhos potencialmente irreversíveis e perigosos. O tempo para agir é agora, e a responsabilidade recai sobre todos nós – governos, empresas e indivíduos – para garantir um futuro sustentável para o nosso planeta. Repetindo: Agora! E concluindo: De todos.
Vista lá de cima, a fina camada da atmosfera é um lembrete da fragilidade da nossa existência e da urgência de nossas ações. Precisamos reconhecer a interdependência entre nossa tecnologia e o meio ambiente e trabalhar juntos para mitigar os impactos das mudanças climáticas. Somente através de uma cooperação global e de uma transição energética significativa poderemos garantir um futuro viável para todas as gerações que virão. Em Recife a cimeira do Startup20 aprofundará todas essas questões.
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Recifense, economista pela UFPE, Auditor do Tesouro Estadual. Atuou como Executivo de Gestão por Resultados nos Pactos pela Vida, Saúde e Educação do Governador Eduardo Campos. Foi Secretário de Estado de Justiça e Direitos Humanos, CEO do Porto de Suape, Executivo da Administração Tributária do Estado de Pernambuco. Ainda foi Secretário de Educação do Recife na gestão do Prefeito Geraldo Júlio e atualmente é Diretor-presidente da EMPREL do atual Prefeito do Recife João Campos.