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GERAÇÃO T E AS INCERTEZAS DO FUTURO

Cris Alessi
Cris Alessi
Consultora de Inovação e Transformação Digital; Palestrante. Conselheira. Investidora Anjo; Diretora de programas da Funpar - UFPR. Mãe do Victor e da Marina. Maratonista. Ex-Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Conselho Municipal de Inovação. Co-fundou e presidiu o Fórum InovaCidades ligado à Frente Nacional de Prefeitos. Atua no Conselho de Mulheres na Tecnologia.

A Inteligência Artificial continua sendo o carro chefe, com potencial para mudar economias e alterar a sociedade

Uma das programações mais esperadas do Festival SXSW, que ocorre anualmente em Austin, em março, é o relatório Tech Trends do Future Today Institute, apresentado pela CEO do instituto, Amy Webb. Há 17 anos, Amy Webb  tem conseguido antecipar tendências, o que a tornou uma referência mundial em novidades tecnológicas que em breve serão comuns. 

O tema chave para este ano é o superciclo da tecnologia, que em 2024, segundo Amy, não será de apenas um setor, mas de biotecnologia, inteligência artificial e um ecossistema interconectado de wearables para pessoas, pets e objetos. “À medida que convergem, estes três macros segmentos tecnológicos vão redefinir nosso relacionamento com tudo, de farmacêuticos a animais, de bancos aos nossos próprios corpos. No passado, os superciclos eram comandados por apenas uma tecnologia. O atual superciclo vai mudar o curso da história, mas não precisamos nos submeter a ele. Podemos nos ajudar durante essa grande transição. Nós somos a Geração T, a geração da transição”, disse Amy em Austin.

O relatório cobre centenas de tendências tecnológicas em várias indústrias e categorias, mas vale destacar algumas com impacto certo e imediato. A Inteligência Artificial continua sendo o carro chefe, com potencial para mudar economias e alterar a sociedade. Mas tem também riscos grandes que exigem preparação, governança e alinhamento. O foco da IA Generativa vai mudar para a Biologia Generativa, em que modelos de IA levarão à criação de novas moléculas, drogas e organismos vivos.

A IA também levará a uma computação centrada nas pessoas e não nos aparelhos. Em hospitalidade, a tecnologia permitirá a personalização no atendimento, mas não vai superar a abordagem humanizada que apenas pessoas de verdade são capazes. A tecnologia aprimora a capacidade de atletas e transforma espaços esportivos e culturais em arenas e performances inteligentes. WEB3, Metaverso e Novas Realidades ainda têm custo alto, mas a integração proporcionada pela IA vai trazer a sinergia que essa indústria aguarda.

Na Mobilidade, robôs e drones terão desempenho mais prolongado com novas tecnologias das baterias. Em Notícia e Informação, IA, ChatGPT e similares moldarão o futuro de criação, distribuição e monetização de conteúdo. Em Saúde e Medicina, a barreira entre o digital e o biológico aos poucos desaparece. A Exploração Espacial avança para o setor privado, contribuindo para descobertas científicas.

Em Energia e Clima, ganhos significativos virão com nova infraestrutura de energias renováveis focadas em Smart Grids, Armazenamento de Energia e Rastreamento de Carbono. Finanças, Serviços e Seguros continuarão migrando para open banking e blockchain, diminuindo o domínio de gigantes do setor.

Mas vale destacar no relatório as incertezas que pairam sobre essas tendências, pois elas representam o que ainda não sabemos. O Future Institute aponta dúvidas sobre: Com que rapidez e de que maneiras a IA revolucionará os negócios; Quais desafios globais a bioengenharia será capaz de abordar; Como os países e empresas se comprometerão com a descarbonização; Como as pessoas vão priorizar seus ambientes de trabalho; e Qual o futuro da indústria global de fabricação de chips.

Tendência ou incertezas, fica claro que a tecnologia avança sem precedentes. E este superciclo será inevitável, estará em diversos setores, mudará a economia, está mudando as cidades. A boa notícia é que a Geração T não tem faixa etária, tem espaço para todos, é possível sim que a transição seja democrática, amigável e compartilhada. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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