Experiência francesa com os estacionamentos subterrâneos demonstra que esse modelo pode ser uma boa opção para contribuir com a revitalização urbana e com o melhor aproveitamento dos espaços
Os desafios de mobilidade nas grandes cidades são enormes. Incentivar o uso e garantir o acesso aos diferentes meios de transporte, oferecer um transporte coletivo de qualidade, promover a fluidez e a segurança no trânsito, ter um sistema viário adequado, requalificar o espaço urbano, promover o respeito aos pedestres e reduzir a poluição exigem esforços conjuntos do poder público, da iniciativa privada e da sociedade. E o setor de estacionamentos deve ser um aliado nesse processo.
A bem-sucedida experiência francesa com os estacionamentos subterrâneos demonstra que esse modelo pode ser uma boa opção para contribuir com a revitalização urbana e com o melhor aproveitamento dos espaços. Em Paris, cidade em que o Grupo Indigo foi fundado, há dois milhões de metros quadrados destinados a vagas subterrâneas. E a companhia tem forte atuação nesse segmento na capital francesa.
Um exemplo é o primeiro estacionamento subterrâneo da cidade sob concessão que foi construído em 1964 sob o Hôtel Nacional des Invalides e é atualmente administrado pela Indigo. O projeto foi fundamental para remodelar a praça e preservar a história do local.
E as inovações não param na capital francesa. A cidade está em constante mudança para oferecer mais qualidade de vida aos seus moradores, e os estacionamentos também estão se transformando. Atualmente, já existem experiências de novos usos para os estacionamentos subterrâneos em Paris: eles incluem espaços para guardar caminhões e veículos elétricos usados para abastecer o comércio local e fazer entregas. Além disso, oferecem opções para incentivar outros modais, como bicicletas, e podem servir como armazéns de mercadorias.
No Brasil, os estacionamentos subterrâneos também poderiam ser uma opção para requalificar o espaço urbano, mas enfrentam diversos desafios: os investimentos necessários são altos, os prazos das concessões teriam que ser maiores e é crucial que o poder público e a iniciativa privada atuem em colaboração para viabilizar esses projetos.
Como essa implantação ainda é difícil no Brasil, a Indigo tem concentrado esforços em transformar suas unidades em pontos que reúnam uma variedade de serviços e promovam outros meios de locomoção. Dessa forma, por meio de parcerias, alguns estacionamentos da Indigo já oferecem equipamentos para recarga de carros elétricos. A empresa também trabalha com empenho para que os estacionamentos usem energia mais limpa; no aeroporto de Curitiba, por exemplo, foram instalados painéis solares.
Outra iniciativa em estudo pela companhia no Brasil é o cyclopark, um estacionamento que atende às necessidades específicas de ciclistas e suas bicicletas, inspirado em um modelo que já está em operação na França.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities.
Thiago Piovesan é CEO da Indigo Brasil, líder mundial em gestão de estacionamentos e mobilidade individual. Presente em mais de 350 cidades de 10 países, a empresa trabalha para criar espaços que propiciem jornadas tranquilas, conectando serviços e modais de mobilidade aos usuários e ajudando no desenvolvimento de cidades inteligentes e agradáveis para as pessoas.