Para se construir uma cidade inteligente, é fundamental que o líder tenha a mentalidade e a inquietude da transformação
As cidades não ficam inteligentes de uma hora para outra. Se olharmos as histórias das principais smart cities do mundo, veremos que elas chegaram nesse nível por uma conjunção de fatores, durante algum tempo. E todas terão parte dessa história ligada à liderança, de uma pessoa, de um gestor, ou de um grupo de pessoas que esteve à frente das primeiras iniciativas que levaram a cidade a colocar a inovação em seu DNA.
Não há como ser diferente. A rotina de uma cidade é muito intensa, com inúmeras áreas de administração, serviços e programas que afetam milhares de pessoas todos os dias. Se não houver uma posição firme, uma liderança inspiradora, criativa e exigente, o dia-a-dia consome o tempo e os recursos da cidade.
Para se construir uma cidade inteligente, é fundamental que o líder tenha a mentalidade e a inquietude da transformação. Nos cinco últimos anos, como presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação, eu tive a oportunidade, a satisfação e a honra de fazer parte de um time com um líder assim, Rafael Greca, que está em sua terceira gestão como prefeito de Curitiba.
Nunca terei palavras suficientes para agradecer a oportunidade e a confiança do prefeito Rafael Greca. A chance de conviver com essa pessoa ímpar, corajosa, com uma mente inquieta e brilhante, com tanta cultura que chega até a assustar.
À frente da Agência Curitiba conseguimos criar programas e projetos transformadores. Unir o ecossistema de inovação em torno de uma causa comum: construir uma cidade melhor para todos. Isso é o Vale do Pinhão – Curitiba que inova, que se desenvolve, mas também que se conecta, que colabora com todos os atores e entrega valor lá na ponta – para as pessoas.
Juntos, com o ecossistema e o time da Prefeitura, elevamos nossa cidade em níveis incríveis, reconhecidos em dezenas de premiações de Cidade Inteligente e de Inovação no Brasil e fora dele. O ranking Connected Smart Cities é um dos que mais nos enche de orgulho. Chegamos ao primeiro lugar em 2018, ficamos em terceiro nos três anos seguintes e voltamos à primeira colocação no ano passado. É uma conquista gigante em tão pouco tempo, mas que deu continuidade a um planejamento que se iniciou há décadas em Curitiba, passando também pela gestão de Rafael Greca nos anos 90.
Certa vez, recebemos o cônsul do Japão, que me perguntou o que a gente fazia de diferente para causar tanto impacto na cidade com o projeto do Vale do Pinhão.
Falei que trabalhávamos muito, que tínhamos uma visão de futuro, que perseguíamos metas claras, com governança. Ao final da minha fala, ele me disse: “Hum, eu acho que não é isso, falando com você – eu acho que conseguem isso porque você tem entusiasmo”.
Fiquei pensando. Entusiasmo, no dicionário quer dizer: alegria intensa; júbilo. Contei ao prefeito Rafael Greca e ele me lembrou que entusiasmo significa, também, inspiração divina, exaltação do espírito de quem recebe. Não à toa, ano passado Greca foi eleito uma das quatro personalidades no mundo que têm contribuído de forma significativa para o avanço de projetos de cidades inteligentes nos últimos 10 anos, ao ser finalista do World Smart City Awards em Barcelona, na categoria Prêmio de Liderança.
Eu deixei a Agência Curitiba em busca de novos desafios, e com a certeza de que essa história tem ainda muitas páginas para serem escritas. Sigo inquieta, questionadora e entusiasmada.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade da autora, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Consultora de Inovação e Transformação Digital; Palestrante. Conselheira. Investidora Anjo; Diretora de programas da Funpar – UFPR. Mãe do Victor e da Marina. Maratonista. Ex-Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Conselho Municipal de Inovação. Co-fundou e presidiu o Fórum InovaCidades ligado à Frente Nacional de Prefeitos. Atua no Conselho de Mulheres na Tecnologia.