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GOL QUER INICIAR OPERAÇÃO DE CARROS VOADORES EVTOL EM SÃO PAULO EM 2026

Algo parecido com o futuro dos carros voadores do desenho animado dos Jetsons está perto de se tornar realidade. A Gol anunciou que pretende dar início ao uso dos eVTOLs – aeronaves elétricas que pousam e decolam verticalmente – no começo de 2026. Essas aeronaves, capazes de alcançar 320 km/h, são apontadas como o futuro do descolamento nas grandes cidades.

O comandante Sergio Quito, presidente do Conselho de Segurança Operacional da Gol, contou à equipe do Melhores Destinos que a certificação do eVTOL VX4 deve ser concluída no segundo semestre de 2025. Depois, a Gol iniciará a operação em São Paulo nos primeiros meses do ano seguinte.

“De pronto, estamos pensando em São Paulo, onde as operações serão iniciadas como o transporte que mitigaria seu trânsito, reconhecidamente duro. Um trajeto feito de carro em duas horas será concluído em 10 minutos com o eVTOL, em dias e horários previamente divulgados”, contou.

A Gol acredita que a chegada do eVTOL ao Brasil vai construir um novo ecossistema na aviação comercial brasileira e com viés sustentável, já que a aeronave é 100% elétrica.

Segundo Quito, a palavra-chave para a introdução do eVTOL no Brasil é: “possibilidade” – partindo da disponibilidade de novas tecnologias. O novo tipo de aeronave fará parte da malha aérea da Gol e deve transformar o modo de transporte nos grandes centros.

“Sobretudo em grandes metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro, a preocupação com as questões ambientais é também uma urgência. Nesse sentido, o eVTOL é uma solução promissora – e possivelmente irreversível.”

Em 2021, a companhia aérea havia anunciado os planos para adquirir, por meio de um acordo, 250 aeronaves elétricas da empresa Vertical Aeroespacial.

Processo de certificação de aeronaves

Atualmente, a empresa britânica Vertical Aeroespacial está avançando na busca pelas certificações para poder voar pelo mundo com o eVTOL VX4. O processo de validação junto aos órgãos reguladores já começou no Reino Unido, Europa, Estados Unidos e, recentemente, no Japão. E no Brasil? Por enquanto, nada!

Para saber como está o andamento desse processo essencial no Brasil, procuramos a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e, apesar das boas novas divulgadas pela Gol, o órgão informou que “a Vertical Aerospace realizou conversas iniciais com a agência, porém, até o momento, não houve formalização de processo junto à Anac”.

Ou seja, por enquanto, continuamos apenas com expectativas geradas e torcendo para os planos da Vertical e da Gol darem certo, já que ainda não há nada oficial acontecendo para operações serem liberadas de fato no Brasil.

Vale dizer que todo processo de certificação de tipo ocorre em etapas, como a verificação dos requisitos de segurança da aeronave, incluindo testes e avaliações de todos os aspectos técnicos relevantes para garantir a segurança do projeto.

Processo de certificação de aeronaves é dividido em quatro fases:

  1. Pré-requerimento;
  2. Planejamento;
  3. Execução do Plano e de Cumprimento com os Requisitos;
  4. Pós-certificação.

Na prática, o eVTOL da Vertical não está nem na fase 1, onde o certificado é requerido à agência. Isso pode indicar que a expectativa de ver o VX4 voando pelos ares brasileiros pode demorar.

Isso porque, segundo a Anac, não há um prazo para esse tipo de processo de certificação, já que podem haver necessidades de correções e ajustes ao projeto.

“Também é importante ressaltar que por se tratar de uma nova tecnologia, testes e trocas de experiências serão necessários”, explicou a agência. Outros detalhes sobre como esse processo ocorre você confere aqui.

eVTOL VX4

eVTOL VX4

Conforme a Gol, o modelo VX4 é considerado um dos táxis aéreos mais avançados e confiáveis em desenvolvimento. Incluir o eVTOL na malha da empresa brasileira será uma estratégia comercial para expandir seletivamente no mercado de transporte aéreo regional, abrindo novas rotas para mercados domésticos pouco atendidos.

Com tem para até 5 pessoas (um piloto e quatro passageiros), o eVTOL tem alcance de 160 km a 240 km/h, podendo atingir uma velocidade de 320 km/h. Em setembro de 2022, a aeronave voou pela primeira vez com um piloto a bordo.

Cenário no Brasil

Antes da certificação da Anac é difícil ter certeza absoluta de que teremos aeronaves elétricas voando por aqui em até três anos. De todo modo, dá para ver que as discussões sobre as novas tecnologias na aviação não param e o setor está atento.

Inclusive, recentemente, a equipe da Associação Brasileira de Aviação Geral (ABAG) fez a primeira reunião com servidores da área de aeronavegabilidade da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) envolvidos com as questões regulatórias sobre as futuras aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical.

Interior do eVTOL da Eve

O objetivo do encontro foi criar ações colaborativas para o desenvolvimento dessa nova modalidade de transporte aéreo urbano no Brasil. A ideia é ter ainda mais discussões sobre o tema entre os associados e as autoridades da aviação civil brasileira, para compartilhar conhecimentos, expectativas e sugerir soluções para as problemáticas de implantação do novo modal aéreo.

eVTOL da Eve

Paralelamente ao projeto da Vertical Aeroespacial, cerca de cem empresas têm desenvolvido protótipos de eVTOLs pelo mundo. Dentre elas está a Eve Air Mobility, uma subsidiária da brasileira Embraer.

O projeto da Eve está mais avançado do que o da Vertical nas questões burocráticas brasileiras, já que a empresa formalizou o processo para obtenção do certificado de tipo do eVTOL junto à Anac ainda em 2022. Com isso, a previsão é que as entregas do veículo da Eve comecem em 2026.

Além disso, o eVTOL da companhia foi apresentado em março nos Estados Unidos. Durante o festival de inovação SXSW 2023, o veículo elétrico voador pode ser testado pelo público do evento.

Até o momento, o modelo em desenvolvimento conta com mais de 2,7 mil encomendas, somando cerca de US$ 8 bilhões para 26 clientes de diversos continentes, informou a Forbes.

Fonte: Melhores Destinos

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