Desenvolve SP, agência de fomento do estado de São Paulo, confirma tratativas com o banco KfW; objetivo é estruturar modelo de negócios.
A Desenvolve SP, agência de fomento do estado de São Paulo, informou ao Diário do Transporte que mantém tratativas com o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) com vistas à estruturação de modelo de negócios voltado à mobilidade urbana.
“Uma nova rodada de reuniões está prevista para ocorrer nos próximos meses”, informa a agência do governo paulista.
No Relatório da Administração 2022, a Desenvolve SP explica que tem buscado novas fontes de recursos para atender a demanda, “para cumprir com o seu papel de agente financeiro do governo do Estado de São Paulo e financiar a economia paulista no cenário de crise e recuperação econômica global”.
Dentre as ações realizadas no ano passado, a agência de fomento ressalta que retomou contatos com o Banco de Desenvolvimento Alemão (KfW) “para estudar e estruturar modelo de negócios para custear a eletrificação da frota de transporte público em todo o Estado de São Paulo, prevista para o exercício de 2023”.
O objetivo de eletrificar a frota de ônibus, diz a Desenvolve SP, remete ao compromisso da agência com os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU), chamada Agenda 2030.
“Entre os quais destaca-se a construção de infraestrutura adaptável, tornando cidades e comunidades sustentáveis”, diz a nota.
Um dos problemas da introdução de ônibus 100% elétricos na frota do transporte coletivo está justamente no custo do investimento. Elaborar modelos de negócios que viabilizem a compra é uma das urgências no país.
O caso da capital paulista é emblemático.
A prefeitura de São Paulo informou em novembro de 2022, que formatou um projeto para a inclusão de ônibus elétricos e infraestrutura no sistema municipal com a participação da distribuidora de energia Enel.
Para cumprir a meta anunciada pelo prefeito Ricardo Nunes de incluir 2,6 mil ônibus até o fim de 2024, o mercado estima que serão necessários R$ 8 bilhões, sendo cerca de R$ 3 milhões por ônibus mais o custo unitário ponderado de infraestrutura e inclusão de tecnologias necessárias.
Segundo a prefeitura, nesta parceria, a ideia é que a Enel X auxilie as empresas [de ônibus] em questões logísticas, de infraestrutura e na viabilização de veículos elétricos, por meio de um modelo de negócio que reflita a experiência do grupo na América Latina.
A Enel já participou de processos de eletrificação de frotas de ônibus urbanos em outras cidades da América Latina, como no Chile, a exemplo do que tinha noticiado o Diário do Transporte em 2018.
Fonte: Portal Movilidad