Uso de indicadores ambientais, sociais e de governança auxilia na busca de soluções para setor
A crise ambiental global é uma realidade e pode afetar, consideravelmente, a qualidade de vida das pessoas, com impacto maior nos grandes centros.
O setor de transportes, tradicionalmente, responde por grande parte da emissão na atmosfera de gases causadores do efeito estufa, por causa do uso de combustíveis fósseis.
Nesse contexto, torna-se urgente a reformulação de hábitos e a adoção de práticas mais responsáveis e sustentáveis para a configuração de cidades mais inteligentes e equilibradas.
Pela importância do tema, as práticas ESG – ambientais, sociais e de governança, na sigla em inglês – foram adotadas nesta segunda edição do levantamento das 100 empresas mais influentes em mobilidade de 2023, atuando como categoria fundamental para avaliação crítica das companhias.
Para que o cenário seja transformado, sociedade e empresas precisam rever suas estratégias de negócios, integrando-os aos propósitos do conceito ESG e promovendo, dessa forma, melhorias em mobilidade urbana como nos sistemas de transporte e outros, com foco na redução de impactos socioambientais.
Transformação na mobilidade
Com base nesse panorama, a plataforma Connected Smart Cities e o Mobilidade Estadão consideraram as premissas ambientais, sociais e de governança como requisitos essenciais para estudo e votação das 100 empresas mais influentes, entre as 300 companhias totais que participaram do levantamento.
Com isso, durante o estudo e a votação, os jurados analisaram ações e políticas de eficiência energética, com uso de fontes renováveis em suas produções, práticas socioambientais responsáveis, projetos e resultados positivos em prol da inclusão, diversidade e equidade, planos de governança transparentes e éticos com geração de benefícios para o meio ambiente e para a população.
Aplicação prática
Roberta Marchesi, diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), destaca a importância de práticas em ESG em seu nicho de atuação.
“O transporte de passageiros sobre trilhos é limpo e movido a energia elétrica, na sua maioria, sem emissões de poluentes na atmosfera. Além disso, é de alta capacidade, transportando muitas pessoas com rapidez, contribuindo para a redução de acidentes e dos congestionamentos”, diz Roberta.
O segmento também é atuante no âmbito das pautas sociais. “É um setor responsável, com práticas de governança corporativa e transparência. Da mesma forma, atua nas causas sociais com o apoio a instituições e parcerias em ações voltadas para a população, que, normalmente, são realizadas nas estações”, analisa.
Visões complementares
De acordo com Paulo Miguel Júnior, presidente da Associação Brasileira de Locação de Automóveis (Abla), já existem alguns reflexos positivos da adoção de tais conceitos na sociedade brasileira.
“Estamos vendo, em algumas empresas, o desenvolvimento de iniciativas, no aspecto de compensação de carbono e na destinação de resíduos. Vemos, também, a inclusão não apenas no atendimento aos clientes como também para o seu público interno”, destaca Júnior.