Trânsito caótico, principalmente nos horários de pico durante a semana e no caminho ao Laranjal aos sábados e domingos, já é uma rotina para os pelotenses
Trânsito caótico, principalmente nos horários de pico durante a semana e no caminho ao Laranjal aos sábados e domingos, já é uma rotina para os pelotenses. E uma das principais causas é o impressionante aumento da frota de veículos no Município. A matéria publicada na página 3 da edição deste final de semana do Diário Popular mostra que, de acordo com dados Departamento Estadual de Trânsito (Detran), existe um automóvel para cada dois habitantes na cidade. Um dado que ajuda a explicar os problemas de mobilidade urbana que estamos enfrentando.
Ainda segundo o levantamento do Detran, o números de carros e utilitários circulando pelas ruas passou de 166 mil, em 2012, pra 223 mil em 2022, um aumento de 34,% em dez anos. E nos últimos 15 anos o crescimento foi de impressionantes 92,51%. O diretor-superintendente da Fundação Estadual de Planejamento Metropolitano e Regional (Metroplan) do Rio Grande do Sul, Francisco Hörbe, explica que no início da década passada houve uma grande redução nos impostos dos automotores, o que facilitou ainda mais a compra destes veículos.
Assim como em inúmeros setores, a pandemia da Covid-19 também deixou suas marcas no trânsito. Segundo a professora dos cursos de Transporte Terrestre e de Hotelaria da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Raquel Holz, o medo do contágio pelo coronavírus fez como que muitos usuários do transporte público tirassem os carros da garagem para realizar deslocamentos que, normalmente, fariam de ônibus. Ela também ressalta que a qualidade do serviço prestado é outro fator que afasta os usuários. “Hoje em dia, o transporte público não consegue atender plenamente a demanda e a maioria da frota não possui a qualidade que a população merece.”
A Prefeitura segue investindo na requalificação de vias, colocação de semáforo e até mudança no sentido de algumas ruas, tudo com o intuito de dar mais fluidez no trânsito. Tudo isso, obviamente, ajuda a tornar os deslocamentos menos estressantes para quem dirige. Mas dificilmente será a solução definitiva. Somente com investimento forte na qualidade do transporte público e também fazendo com que as ciclofaixas levem os ciclistas a pontos mais distantes é que vamos encontrar o ponto ideal da mobilidade urbana em Pelotas.
Fonte: Diário Popular