Pesquisa aponta que o setor deve crescer 75% até 2030
Além disso, o setor também se destaca na busca por inovação e novas tendências. É o que afirma Antonio Vieira, CEO da plataforma de aplicativo de transporte Gostei.
“Esse desenvolvimento está diretamente ligado à utilização de novas tecnologias, à gestão de frotas, integração entre modais, automatização de operações e, também, ao novo comportamento dos passageiros, que agora buscam alternativas inteligentes e sustentáveis para se locomover”, afirma o CEO.
“Para alcançar o percentual de desenvolvimento estipulado para 2030, as empresas precisam se manter em movimento e sempre antenadas ao mercado, aos interesses dos passageiros e, também, ao bem-estar e a realidade dos motoristas”, considera também.
Neste contexto, Vieira traz 7 tendências para a mobilidade urbana em 2023:
1- Carteira Digital
Há alguns anos, a utilização do dinheiro em papel para pagar corridas de aplicativo caiu drasticamente. Os motoristas se sentem mais seguros quando as corridas são pagas via cartão de débito ou crédito. Por outro lado, os passageiros também optaram por utilizar Pix e carteiras digitais pela praticidade de pedir uma corrida sabendo que ela será debitada automaticamente da sua conta.
Os transportes públicos não ficaram para trás quando o assunto são pagamentos online. Através de seus próprios bancos digitais e alguns aplicativos específicos é possível recarregar seu bilhete único pelo celular ou por meio de um QR Code. Isso acontece, por exemplo, no aplicativo TOP, uma bilheteria digital que permite a compra de passagens de Metrô ou trem da CPTM de São Paulo.
2- Compartilhamento em tempo real
Além de ser uma medida de segurança muito utilizada em corridas de aplicativos de mobilidade, especialmente por mulheres, essa função também facilita a localização dos veículos (carros particulares ou transporte público). Isso faz com que o passageiro reduza seu tempo de espera e tenha a opção de se programar e procurar trajetos mais curtos até o seu destino.
Durante a pandemia, o compartilhamento de informações sobre os transportes foi muito utilizado. Por exemplo, as pessoas identificavam o nível de lotação do transporte público, o andamento do trânsito e escolhiam uma rota ou um horário mais vazio para prevenir um possível contato com o vírus.
3- Maior conectividade
O 5G é uma realidade que vem ganhando espaço e promete se firmar no mercado em 2023. De acordo com o Ministério das Comunicações, enquanto o 4G tem um nível de conectividade que permite o encadeamento de até 10 mil dispositivos por quilômetro quadrado, o 5G tem capacidade de suportar até um milhão de dispositivos simultaneamente.
Trazendo para a mobilidade urbana, a conectividade em tempo real desse número exorbitante de aparelhos promete melhorar os fluxos de trânsito. Assim, aumenta a velocidade de comunicação entre as centrais de controle dos aplicativos de mobilidade e os motoristas, oferecendo rotas mais assertivas enquanto evita engarrafamentos e reduz o tempo das corridas.
4- Parcerias entre o setor público e privado
O investimento em tecnologias de alinhamento entre os meios de transportes públicos e privados facilitou a vida de várias pessoas. Procurar o caminho até o seu destino no Google e receber diversas possibilidades de rotas com a opção de incluir carros particulares de aplicativos durante a pesquisa, que completando o trajeto em locais que passam poucos ônibus, por exemplo, tornou o deslocamento dos passageiros mais acessível, seguro e efetivo.
5- ESG e Sustentabilidade
Com o aumento da conscientização dos passageiros sobre causas sociais e ambientais, eles se tornaram mais exigentes com os serviços que contratam. Para se adequar a essas novas demandas dos clientes, as empresas passaram a se comprometer mais com a ética e sustentabilidade. Por isso a abordagem ESG (do inglês, Environmental, Social and Governance) ganhou maior relevância em todos os segmentos, e não seria diferente com o setor de mobilidade.
As ações ESG aumentam a eficiência das operações, reduzem os custos, os desperdícios de matéria-prima e garantem o maior aproveitamento dos recursos. Além disso, as práticas ESG potencializam as relações entre as lideranças e os funcionários. Melhoram o ambiente de trabalho e a qualidade de vida de todos, refletindo na reputação e imagem positiva da marca. Portanto, isso faz com que os colaboradores desempenhem suas funções com mais qualidade e eficiência e com que a empresa se destaque no mercado.
6- Aumento de pedidos delivery
Desde o início da pandemia, os hábitos de consumo das pessoas mudaram e a busca pela praticidade nunca foi tão importante. Por exemplo, na primeira onda da doença, o delivery passou a ser utilizado como uma alternativa para reduzir os riscos do contato com o vírus da covid-19.
Agora, ele se tornou parte do estilo de vida das pessoas. Através de sites e aplicativos, pode-se fazer qualquer pedido por delivery. Tanto comidas de restaurante quanto compras em farmácias, mercados, pet shops e os demais estabelecimentos.
Contudo, o elevado número de pedidos delivery acarreta o aumento de veículos nas ruas. Sobretudo motos, que são mais utilizadas para esse tipo de entrega por aplicativo.
7- Redução no número de carros próprios
O aumento dos custos com gasolina, seguros, mecânico, impostos e despesas gerais, juntamente ao constante crescimento do mercado e do número de aplicativos de locomoção, seu custo-benefício, influenciaram diretamente a escolha das gerações mais jovens pela utilização de carros particulares de aplicativos ao invés de investir em um carro próprio.
Ademais, é possível ver muitas pessoas da geração Z preferindo utilizar bicicletas e patinetes para realizar trajetos mais curtos. Um dos fatores para essa troca foi a extensão das ciclovias nos centros urbanos. Isso torna o trajeto nesses meios de transporte mais rápido e seguro para a população.
Portanto, no que diz respeito à mobilidade urbana, 2023 chega com diversas tendências engatilhadas. É um setor pronto para abraçar as inovações tecnológicas e a mudança do estilo de vida das pessoas e das cidades. A sustentabilidade e a digitalização, sem dúvidas, serão as palavras que vão guiar o setor de mobilidade neste ano.
Fonte: Mobilidade Estadão