Em novembro de 2022, no Egito, ocorreu a COP-27, Conferência das Partes (Conference of the Parties), organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), onde lideranças de todo o mundo se reúnem para discutir ações de enfrentamento ao desafio global das mudanças climáticas e alcançar a neutralidade de carbono.
A COP-27 ocorre desde 1985 e é considerado um dos eventos mais importantes do mundo. Sua expectativa sempre é enorme. Neste ano, uma das principais metas foi a busca de soluções para reduzir a emissão dos gases do efeito estufa.
A participação do Brasil é considerada fundamental nas discussões, principalmente por causa dos desmatamentos dos biomas brasileiros, com destaque para a Amazônia.
A grande esperança é limitar a temperatura global para os próximos anos para 1,5°C, a principal meta estabelecida no Acordo de Paris, de 2015.
Vários países já anunciaram seus compromissos para reduzir as emissões de carbono, as chamadas NDCs (Contribuição Nacionalmente Determinada) com previsão para alcançá-las em 2030.
A NDC brasileira de 2015 estabelece que o Brasil deve reduzir as suas emissões em 37% até 2025 e 43% até 2030, em relação às emissões de 2005.
E qual seria a solução mais rápida e eficaz para alcançar as metas climáticas e de quebra, juntar bem-estar e combate a “praga do sedentarismo pós-pandemia”? O uso maior da bicicleta.
Ela é uma das maiores esperanças para um futuro zero carbono. Durante a COP-27, a sociedade civil de todo o mundo, inclusive o Brasil, assinaram e encaminharam, através do PATH (Partnership for Active Travel and Health), uma carta aberta aos líderes de governo e cidades para que assumam um compromisso de ação em seus Países ao permitir que cresça o uso da bicicleta com segurança de forma mais efetiva nos próximos anos.
Além da Carta, houve eventos paralelos discutindo a necessidade de se pensar a bicicleta como solução para a crise climática. Muitos ainda associam este meio de transporte somente para o esporte e lazer.
No relatório apresentado pela PATH, cita que “63% das viagens urbanas no mundo são inferiores a 5km. Caminhar e andar de bicicleta podem cobrir até 75% das viagens urbanas no mundo”.
A solução está dada! É um caminho longo, porque o automóvel está muito enraizado nas cidades, na cultural mundial, na economia, na vida das pessoas.
Um dos poucos discursos dessa COP-27 sobre reduzir o uso de automóveis nas cidades e estimular as caminhadas e o uso da bicicleta, veio através do discurso da ministra do Meio Ambiente da Holanda, Vivianne Heijnen, que em um dos seus momentos diz: “…a Holanda é conhecida por ser uma nação ciclística. Dizem que as crianças holandesas estão entre as mais felizes do mundo. Imagino que uma das razões é que eles podem andar de bicicleta em quase qualquer lugar… Isso lhes dá a liberdade de crescer como indivíduos e viver uma vida saudável e feliz.”
O futuro nos espera, se não for para nós, será para os que virão. As mudanças climáticas têm impacto na vida de toda a comunidade mundial. Vamos deixar uma cidade amigável e um planeta saudável para nossas crianças. Vamos pedalar!
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