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ESG: O FUTURO DA MOBILIDADE É ELÉTRICO. E O DAS BATERIAS?

Veículos 100% elétricos emitem zero carbono para a atmosfera, mas o destino das baterias de íon de lítio ainda é incerto e ameaça a sustentabilidade

Os veículos elétricos conquistaram espaço no mercado automotivo e na paisagem urbana. Basta circular por alguns minutos para encontrar algum modelo 100% elétrico ou híbrido. Mas essa indústria promissora, que somente no mês de setembro colocou no mercado 6.388 novos veículos, segundo a Anfavea, ainda tem um paradoxo importante para ser resolvido quando se fala da saúde do planeta.

Veículos totalmente elétricos são considerados como de emissão zero. Mas ainda não há destino certo para as baterias supermodernas de íon de lítio que cada um desses carros carrega no assoalho, independentemente da marca. As iniciativas para resolver o problema vão desde buscar um destino sustentável para esse item — hoje fundamental para a revolução elétrica da mobilidade — até aumentar ao máximo a vida das baterias.

“Além da importância ambiental, o uso sustentável das baterias é importante e necessário. A demanda por lítio já promete crescer quatro vezes o consumo da principal matéria-prima das baterias nos próximos anos. Por sua vez, estima-se que os carros elétricos serão responsáveis por 90% da produção mundial. Todos os dispositivos eletrônicos modernos possuem baterias de lítio, desde os bilhões de smartphones até as calculadoras de mão. Diante desse cenário, é importante potencializar ao máximo a segunda vida dessas baterias e de seus componentes”, afirma Junior Miranda, CEO da GreenV, mobilitytech que desenvolve tecnologias inteligentes em mobilidade elétrica.

Economia circular

Fora do Brasil, várias empresas têm investido no desenvolvimento de baterias mais eficientes, assim como em iniciativas da chamada economia circular, um conceito estratégico focado em redução, reutilização, recuperação e reciclagem de material e energia.

Um exemplo é a Redwood Materials, criada por ex-executivos da Tesla, da europeia Northvolt e da Li-Cycle, com sede em Toronto. A empresa trabalha na desmontagem das baterias usadas para tentar reutilizar o máximo possível das peças e transformando-as em algo novo.

Outros players também estão se preparando para dar um destino mais nobre para as baterias usadas. A OnTo Technology prevê um mercado bem aquecido a partir de 2025 e já estuda formas de produzir novos eletrodos para baterias a partir de material extraído das usadas, evitando o descarte completo.

A própria Tesla sinalizou que usará as baterias que não servem mais em seus veículos para fornecer energia a sua Gigafactory, onde produz seus modelos. A chinesa BYD pretende destinar o que for possível para suas estações de recarga estacionárias.

“Apesar de não haver, ainda, uma padronização para a reciclagem desse material, pois cada fabricante de carros ou baterias desenvolve o produto com tecnologias específicas que passam por processos químicos diferentes para obter mais rendimento das células, o futuro do mercado de reciclagem é muito promissor”, declara o CEO da GreenV.

Brasil

No Brasil, a metalúrgica Tupy e o Senai Paraná firmaram parceria com a BMW Group Brasil. O objetivo é desenvolver um processo sustentável que garanta a recuperação de compostos químicos das baterias no final da vida útil dos veículos elétricos. Com investimento de aproximadamente R$ 3,4 milhões, o projeto prevê que cada participante levará conhecimentos específicos para os estudos dentro da sua área de atuação.

Nesse caso, o propósito desse processo de reciclagem de baterias de carros elétricos é a ressíntese do material ativo do cátodo de uma bateria, com material 100% reciclado. A partir disso, serão obtidos parâmetros de eficiência de todo o processo, da pureza do material reciclado, do índice econômico e do índice ambiental.

Essa iniciativa abre um novo ciclo para o uso de minerais reciclados na fabricação de baterias novas. Consequentemente, haverá uma redução gradual na dependência de matéria-prima. Previsto para ter a duração de dois anos, a parceria já deve ter os primeiros resultados ainda neste ano.

Fonte: Exame

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