Documento “O transporte move o Brasil — Propostas da CNT ao país” foi elaborado a partir das análises e pesquisas produzidas pela Confederação
O progresso socioeconômico do Brasil está diretamente relacionado ao desenvolvimento dos seus sistemas de transporte. Afinal, quanto mais uma nação produz, maior é a sua interface com o setor: pessoas precisam se locomover e produtos precisam ser entregues dentro e fora do território nacional. Por isso, uma infraestrutura de transporte planejada, moderna, interligada e que contribua para o aumento da produtividade e da competitividade das empresas e para o bem-estar da população deve ser agenda prioritária dos próximos governantes.
A partir dessa premissa, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) apresenta a publicação “O transporte move o Brasil — Propostas da CNT ao país”. O objetivo do documento é colaborar com a construção dessa agenda estratégica de desenvolvimento do Brasil, especialmente no que se refere à melhoria das infraestruturas de transporte e do ambiente regulatório e de negócios para empresários e investidores.
Além disso, o texto visa à solução de entraves à competitividade do setor, à ampliação da sustentabilidade econômica e ambiental do transporte e à garantia de segurança jurídica para o setor. A publicação foi consolidada a partir de análises e pesquisas produzidas pela CNT e com a colaboração de federações, sindicatos nacionais e entidades associadas.
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O presidente do Sistema CNT, Vander Costa, afirma que a entidade defende uma agenda de Estado, que garanta competitividade ao setor produtivo e a recuperação da capacidade de investimentos pelos governos. “É fundamental que os governos federal e estaduais recuperem sua capacidade de investir, uma vez que detêm sob sua responsabilidade grande parte do sistema viário”. Segundo ele, é imperativo estimular a maior utilização de recursos privados e viabilizar a ampliação da integração modal, a segurança pública e o aprimoramento de marcos regulatórios.
“Esta é a terceira edição do documento, no qual a CNT apresenta sugestões para a estruturação dos planos de governo e identifica as necessidades do transporte em âmbito nacional, a partir de um trabalho minucioso de identificação de entraves e de propostas de solução importantes para o setor”, conclui Bruno Batista, diretor executivo da CNT, responsável pelo estudo.
Confira a seguir alguns pontos-chave do documento:
Capacidade de investimento
– Garantir que os programas e as políticas nas áreas de infraestrutura e logística se tornem planos de Estado, com continuidade nos diferentes governos.
– Recompor o orçamento público para o financiamento de projetos voltados ao aprimoramento das infraestruturas de transporte em todas as modalidades, especialmente as de elevada importância social e aquelas que viabilizem a maior integração modal. A CNT estima que a necessidade imediata de recursos para investimentos em projetos em todas as modalidades de transporte, mobilidade urbana e terminais é de R$ 865 bilhões, 9,9% do PIB de 2021.
– Avançar na agenda de privatizações e concessões, bem como fortalecer o mercado de capitais como fonte complementar de recursos para os investimentos necessários.
Ambiente de negócios
– Promover reformas estruturantes, especialmente a tributária e tornar permanente a política de desoneração da folha de pagamentos, com a ampliação dos segmentos do transporte beneficiados.
– Garantir o aumento da segurança pública, visando coibir os roubos de cargas em todas as modalidades de transporte e os atentados aos veículos de transporte coletivo de passageiros.
– Promover ajustes na política de preços dos combustíveis, para maior previsibilidade.
– Criar marcos regulatórios modernos, que confiram segurança jurídica para investidores privados.
– Fomentar a qualificação da mão de obra, por meio de políticas públicas direcionadas e do fortalecimento do SEST SENAT.
Sustentabilidade ambiental e econômica
– Descarbonizar o transporte por meio de energias alternativas, eficiência energética e diversificação dos tipos de biocombustível.
– Regulamentar o mercado de carbono e incentivar a multimodalidade na matriz nacional de transporte.
– Modernizar o licenciamento ambiental e reconhecer o transporte como ator-chave na logística reversa.
– Estabelecer regras de custeio das gratuidades previstas na legislação para o transporte público coletivo urbano de passageiros, por meio da revisão e atualização da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Segurança jurídica
– Criar marcos regulatórios modernos para atração de investimentos em todas as modalidades de transporte.
– Desonerar os investimentos em infraestruturas de transporte.
– Tornar o Regime Tributário para Incentivo à Modernização e à Ampliação da Estrutura Portuária (Reporto) uma política permanente, possibilitando a ampliação dos investimentos nos setores portuário e ferroviário.
Com informações da Assessoria de Imprensa
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