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SEMINÁRIONTU: SETOR DISCUTE SOLUÇÕES PARA REDUZIR EMISSÃO DE GASES GERADOS PELOS ÔNIBUS

A chegada do padrão Euro 6 em 2023, as tecnologias disponíveis no mercado brasileiro e a importância da renovação da frota em circulação no país permearam as discussões do 6º painel do Seminário Nacional NTU 2022

“Do Euro à Descarbonização do ônibus urbano” foi tema do debate que reuniu lideranças do setor na discussão sobre a versatilidade das tecnologias para suprir as mudanças no padrão de emissão de carbono dos veículos. Ulisses Lacava Bigaton, Coordenador de Comunicação da NTU e mediador do painel, destacou que este encontro de ideias fortalece iniciativas que entregam soluções de menor impacto ao meio ambiente. “Temos a oportunidade de entender o que as empresas estão fazendo nesta frente e ainda compreender que descarbonização não é unicamente eletrificação. É preciso que todas as opções sejam levadas em consideração para serem pensadas de acordo com as necessidades de cada realidade”, avaliou.

Marcello Von Schneider, diretor institucional & Head da Unidade de Ônibus Elétricos da BYD, e Mauricio Cunha, vice-presidente Industrial da Caio, também pensam da mesma forma. Cunha observou ainda que não há uma matriz única capaz de suprir as necessidades do Brasil. “É importante entender que o veículo elétrico, por exemplo, tem seu nicho em cidades preparadas para que essa tecnologia seja utilizada, mas tão importante quanto a evolução da matriz energética é termos um programa de renovação da frota. É isso que vai trazer benefícios exponenciais para o país”, enfatizou.



Tornar o Brasil protagonista do debate sobre a sustentabilidade do sistema de transporte também foi o ponto de fala da diretora executiva da Eletra, Ieda Maria Oliveira. A executiva explanou sobre o papel da rede privada nessa proposição de mudanças e destacou que o avanço do setor e as novas tecnologias tornam possíveis pensar em alternativas de menor impacto a curto prazo. “Nossa estimativa é que no próximo ano, tenhamos um aumento na demanda por veículos elétricos no país e, falando de um país como o Brasil, que detém a terceira maior frota de ônibus urbano do mundo, é preciso evoluir os modelos de gestão energética para dominarmos todas as tecnologias. Não podemos ter apenas uma tecnologia para aplicação. Todas são importantes. Projetos fundamentais, como biocombustíveis, refletem que precisamos de uma matriz diversificada”, enfatizou Ieda.

Danilo Fetzner, diretor de Vendas Ônibus América Latina da Iveco, destacou que a realidade tecnológica é indiscutível e irreversível. O executivo detalhou também que desenvolver soluções para o mercado brasileiro e pensar em alternativas que acompanhem o crescimento dessas alternativas, como os veículos a gás, somam ao debate e acenam para evolução continua desta agenda. “O Brasil é um dos maiores produtores de extração de gás e pode ser uma alternativa para os elétricos. É de suma relevância termos opções na mesa e debater sobre outras fontes de energia. Apesar de ter mais capilaridade, ainda enfrentemos dificuldades estruturais e precisamos de políticas públicas sérias de incentivo à produção de distribuição de outras matérias-primas”.

Eclético

A diversidade de modais, as experiências observadas em outros países latino-americanos, além da importância da renovação das frotas também foram expostas pelo diretor de Estratégia e Transformação Digital da Marcopolo, João Paulo Ledur. “O futuro não é elétrico. O futuro é eclético. Não há uma única solução em termos de matriz energética nos rumos da descarbonização. Para além da perspectiva da Marcopolo, o caminho da descarbonização passa por uma convergência no mindset dos principais atores do setor para que, de fato, o Brasil seja protagonista desta jornada”, avaliou.

Outro destaque do painel foi a diversidade de negócios no mercado de transportes do país que, segundo o diretor de Vendas e Marketing de Ônibus Brasil da Mercedes-Benz, Walter Barbosa, e Celso Mendonça, da gerência de Vendas de Soluções de Mobilidade da Scania, há vários Brasis no Brasil, e pensar em soluções direcionadas para cada necessidade gera benefícios que passam pelo equilíbrio de recursos, com tecnologias distintas. Além disso, os executivos observaram ainda que apenas 50% da matriz energética brasileira é hídrica e é essencial entender a origem da eletricidade para que as ponderações sejam feitas, respeitando as peculiaridades de cada região. “Transporte sustentável com uma visão mais sistêmica”, enfatizou Celso.

Jorge Carrer, diretor da Volkswagen Ônibus e Caminhões, reiterou os profundos impactos da pandemia para a economia e ainda que este é um processo gradativo para um setor tão amplo e diverso. “Precisamos de todos os recursos na mesa e de boas fontes de energia para alcançarmos um transporte mais limpo e para que esta seja uma realidade. Em um futuro não muito distante é fundamental que as soluções de mobilidade sejam estratégicas e holísticas, sem dar à tecnologia a responsabilidade de transformar o transporte público.  Estamos falando de renovação ou substituição de frotas e fomentar de forma inteligente o próprio transporte público, com políticas públicas sérias e bem estruturadas”, ressaltou Carrer.

“Se fizermos um retrospecto é notória a evolução do nosso setor. Então, produto não é mais problema. Acessar o produto e torná-lo uma alternativa sustentável é o grande desafio e para isso é urgente política de governo efetiva de longo prazo com programa de renovação de frota ágil”. Esta é a percepção do diretor Comercial de Ônibus Mercado Brasil da Volvo, Paulo Arabian. Ele também aponta para as principais adversidades do setor e alerta para a necessidade de envolver todos os atores nesta agenda. “Não andamos sozinhos. A responsabilidade é dividida”, reforçou.

Coube ao CEO do Grupo Vamos, Gustavo Henrique Braga Couto, a responsabilidade de concluir as discussões do painel. Ele explicou que no país os veículos têm vida útil de 12 anos, em média, uma condição que precisa ser repensada, segundo ele. “Precisamos pensar em opções tangíveis para retirar esses ônibus de circulação e tecnologia não é mais um desafio. Agora, é preciso avançar e pensar como operar uma matriz energética mais limpa, com veículos mais eficientes, com soluções híbridas e tecnologias complementares. É Pensar sobre uma ótica estrutural para desenvolver soluções economicamente viáveis”, concluiu.

Fonte: NTU

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