A falta de moradias chegava a 5,876 milhões, o que representava aproximadamente 8% dos domicílios do País
O déficit habitacional é uma realidade debatida diariamente no Brasil. Segundo dados da Fundação João Pinheiro, em 2019, a falta de moradias chegava a 5,876 milhões, o que representava aproximadamente 8% dos domicílios do País. Dentre as diversas camadas que essa questão atinge, gostaria de focar na parcela que se encaixa em alguns programas habitacionais, também já levantando uma reflexão sobre a possibilidade de uma abrangência maior nessas ações.
Tentando trazer uma visão menos comum: nesses programas de habitação acontece uma união de expertises. O poder público traz o seu conhecimento da sociedade, as prioridades apresentadas e a gestão de orçamento, enquanto as construtoras atuam com o desenvolvimento das moradias e agregam o lado da construção civil.
Vejo que existe um certo debate sobre quem deve atuar nesse problema social e, enquanto não chegamos a uma conclusão, parte da população segue desatendida. O que envolve a sociedade abrange governo, instituições privadas e a população: todos devem unir esforços.
Acredito que, para alcançarmos uma melhor consistência nessas ações, falta uma análise mais técnica, buscar o que cada um pode oferecer de melhor, independente de sua esfera, e atuarmos no problema sem o pensamento de “esta responsabilidade é dele”. Trocar o pensamento pré-estabelecido de “público e privado”, por exemplo, por “eficiente no conhecimento social e eficiente na construção”, juntando os solucionadores para cada etapa. Talvez o preconceito com rótulos afaste a melhor execução de alguma das partes do processo.
Para as construtoras, o “Casa Verde e Amarela” também trouxe novas possibilidades. Um novo campo de atuação se abriu e o trabalho das empresas ganhou, positivamente, uma carga social maior. A partir disso, destaco os benefícios de estudar e entender mais os moradores dos projetos que serão construídos.
Nesse ponto também gostaria de entrar um pouco na nossa atuação. Com estudos, tempo e prática, vimos que os programas habitacionais não precisam ser sinônimos de entregas residenciais mínimas. Há alguns anos, se você pesquisasse itens que temos em nossos condomínios hoje, os encontrariam em empreendimentos de luxo ou, pelo menos, em um bom segmento médio. Como isso foi possível?
Adaptar custos de construção, ter garantias para executar o planejamento dos projetos e, reforçando, entender o público que vai morar nos condomínios são algumas das chaves, na nossa opinião. Além disso, trabalhar os espaços comuns de maneira personalizada, atento aos momentos da sociedade, é uma maneira poderosa de se conectar com as demandas do público.
A questão habitacional é um desafio de toda a sociedade, e as construtoras, quando se atentam aos programas de habitação para baixa renda, encontram possibilidades de conhecimento e troca com a população. A reflexão que fica é que precisamos de uma atuação mais conjunta, interessada e empática nessa causa.
Com informações da Assessoria de Imprensa
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