Visando a descarbonização, plataforma permite a troca de informações sobre a pegada de carbono desde a emissão dos poluentes até o final do processo
Diante de um cenário de grandes alterações climáticas, a descarbonização tem se tornado uma pauta de prioridade global. Acelerada pelo Fórum Econômico Mundial (WEF), a GreenPlat, detentora da tecnologia blockchain para gestão ambiental, desenvolveu, em parceria com a Siemens, empresa que tem a sustentabilidade e a transparência como parte integrante de seus negócios, uma plataforma global que rastreia, identifica e permite o compartilhamento de dados e informações fundamentais para reduzir a quantidade de CO² lançado na atmosfera pelas cadeias de valor.
“Por meio do software CO2Tracing é possível ter acesso a dashboards da pegada de carbono dos produtos através do monitoramento online, o que facilita a tomada de decisão e a agilidade dos processos”, afirma Raphael Guiguer, COO e cofundador da GreenPlat, destacando que a cleantech lidera duas coalizões internacionais do WEF para resolver os problemas de rastreabilidade das emissões de CO² e redes de produção conectadas, aumentando a visibilidade de ponta a ponta na cadeia de abastecimento.
Atualmente, um quinto das emissões de carbono do mundo vem dos setores de manufatura e produção. Compreender a pegada de carbono de um produto ajuda a avaliar o impacto gerado e os esforços necessários para a descarbonização. Contudo, também representa um desafio para os fabricantes, pois mais de 80% das emissões acontecem ao longo da cadeia produtiva, o que dificulta a visualização da pegada consolidada devido à falta de transparência dos dados.
“Com a plataforma, queremos mostrar como os dados de emissões de CO2 podem ser trocados com confiança e segurança ao longo das redes de fornecimento. O compartilhamento das informações permite que os fabricantes estabeleçam uma linha de base de emissões de carbono e forneçam a base para iniciativas para descarbonizar as operações de produção”, explica.
Para o executivo, um passo importante para reduzir a pegada de carbono da indústria de manufatura é entender a Pegada de Carbono do Produto (ou PCF, em inglês), que mede as emissões totais de gases de efeito estufa geradas no processo de fabricação de um produto. “Ao compartilhar os dados de carbono ao longo de uma cadeia de suprimentos, os fabricantes podem obter uma pegada de carbono completa em toda a cadeia de suprimentos (conhecido como do “berço ao portão”). Isso ajuda a identificar os principais contribuintes para a pegada de gases do efeito estufa e ajuda a mitigá-la”, ressalta.
Em 2018, a GreenPlat foi anunciada pelo WEF como pioneira tecnológica na área de rastreio de resíduos e matérias-primas através de blockchain, além de ter sido a única startup brasileira de tecnologia ambiental (cleantech) a se apresentar no último fórum presencial no ano de 2020 em Davos, na Suíça.
Neste ano de 2022 a startup mais uma vez é convidada a Davos, enviando desta vez Raphael Guiguer, que representa não só a empresa, mas o Brasil.
O evento aconteceu em excelente momento, já que, no último dia 19, foi publicado o Decreto que regulamenta o mercado de carbono no Brasil, após 13 anos de debates. “Estamos vivendo um momento único na história de nosso país, no qual vemos as legislações ambientais se sofisticando em favor do meio ambiente, e em sintonia com as pressões internacionais. A GreenPlat também está acelerando seus desenvolvimentos em blockchain para aperfeiçoar as ferramentas e atender a todos os diferentes públicos, acelerando uma produção mais sustentável”.