Estar com pessoas que pensam e trabalham para esse futuro nos ajuda a praticar a “repercepção” todos os dias, em um mundo cada vez mais complexo, esse é um diferencial competitivo para todas as cidades se tornarem inteligentes.
Em 2018, o prefeito Rafael Greca me pediu para assumir a Agência Curitiba de Inovação para fazer o Vale do Pinhão acontecer. A primeira coisa que fiz foi me encontrar com algumas empresas e startups e perguntar: o que vocês precisam? Uma das principais respostas era fortalecer Curitiba buscando atração de investimentos e talentos. O Vale do Pinhão aconteceu, com o trabalho e união do ecossistema de inovação da cidade, com projetos consistentes da Prefeitura e com as inúmeras conquistas de nossos empreendedores, que colocaram o Vale no TOP 3 dos ecossistemas consolidados mais inovadores do Brasil, entre as 7 comunidades mais inteligentes do mundo, temos 3 dos 16 unicórnios brasileiros, estamos na segunda posição nacional no ranking global que aponta os melhores ecossistemas para surgimento e crescimento de startups, enfim, Curitiba está no radar internacional.
Para isso acontecer, foi fundamental estar em eventos e encontros do setor no Brasil e no mundo. Para inovar é preciso constantemente olhar para fora. O ano de 2022 começou trazendo de volta os eventos presenciais e começou quente com a CES Las Vegas abrindo o calendário em janeiro. Em março, fui ao SXSW, em Austin, o maior evento de inovação do mundo. Foram 10 dias, com 1.400 palestras, 400 filmes e centenas de intervenções de marcas em espaços da cidade mostrando temas como Realidade virtual, aumentada, mista e XR; NFTs; Metaverso; Identidade Virtual; Criptomoedas. Assuntos recorrentes entre os palestrantes como Web3; Blockchain; Organização Autônoma Descentralizada (DAO); Diversidade e Inclusão; Saúde mental e qualidade de vida; Mudanças Climáticas. A capital do Texas se transforma durante o SXSW, e andando pelas ruas pude aprender, interagir e traçar um paralelo entre lá e aqui.
Ainda em março o Vale do Pinhão foi um dos protagonistas do Smart City Expo Curitiba, com público recorde de 10.200 pessoas em dois dias. Nosso palco teve mais de 300 pitches e o público pôde ver as novidades de Cidade Inteligente, como a nova luminária de rua que tem uma antena 5G embutida, ou a Muralha Digital de Curitiba, em que câmeras dos guardas municipais transmitem imagem em tempo real ao Centro de Operações.
Em seguida fui convidada para apresentar o Vale do Pinhão no Smart City Expo Doha, no Catar, onde pude perceber como diferentes culturas discutem assuntos semelhantes. Metaverso, Biotecnologia, Mudanças Climáticas e Criptofinance também foram temas recorrentes no evento.
O Catar vem se transformando através do National Vision 2030, plano lançado pelo governo para impulsionar o desenvolvimento do país nos âmbitos econômico, ambiental, humano e social. Doha é uma cidade ultramoderna, com arranha céus iluminados em neons coloridos e muita tecnologia de um lado e, com espaços que mantêm a tradição árabe e muçulmana viva de outro. De uma vila de pescadores de pérolas se tornou uma das mais modernas cidades do mundo. O evento foi realizado no bairro de Msheireb Downtown – um exemplo de reconstrução urbana que alia tecnologia, sustentabilidade, desenvolvimento econômico e preservação histórica. Tive a oportunidade de discutir com as cidades de Madinah, Arábia Saudita e Wales, Austrália no painel ‘Smart Cities in Action: tornando a inovação real’ – como fazer uma Smart City de forma concreta.
Em maio foi a vez de Porto Alegre, que trouxe o South Summit ao Brasil. Lá assinamos um memorando de Curitiba com as cidades de Florianópolis, Porto Alegre, Caxias do Sul e Joinville, estabelecendo as bases do Techroad, um programa de esforços conjuntos para a valorização, fortalecimento e atração de novos negócios para a região sul do Brasil, bem como a atração de talentos e de investimentos privados e públicos para as cidades.
O futuro é da colaboração! Estar com pessoas que pensam e trabalham para esse futuro nos ajuda a praticar a “repercepção” todos os dias, em um mundo cada vez mais complexo, esse é um diferencial competitivo para todas as cidades se tornarem inteligentes.
As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities
Consultora de Inovação e Transformação Digital; Palestrante. Conselheira. Investidora Anjo; Diretora de programas da Funpar – UFPR. Mãe do Victor e da Marina. Maratonista. Ex-Presidente da Agência Curitiba de Desenvolvimento e Inovação e do Conselho Municipal de Inovação. Co-fundou e presidiu o Fórum InovaCidades ligado à Frente Nacional de Prefeitos. Atua no Conselho de Mulheres na Tecnologia.