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ELEIÇÕES 2022 E AS CIDADES INTELIGENTES

Willian Rigon
Willian Rigon
Geógrafo pela Universidade de São Paulo e com MBA em Marketing (FGV) e Gestão de Negócios (FIA), é sócio diretor de Novos Negócios da Necta, sendo o pesquisador responsável do Ranking Connected Smart Cities e outros estudos de abrangência nacional. É palestrante e professor convidado no curso de Cidades Inteligentes e no Learn Connected Smart Cities.

Abordando este assunto este ano, queremos trazer os demais atores do setor público à luz da sua importância na participação da transformação de nossos municípios em cidades mais inteligentes

Tratar do assunto eleições nos últimos anos tem sido um tema evitado por muitos, principalmente em comunicações institucionais, devido principalmente às polarizações existentes no cenário político brasileiro. Ao contrário de outros países, como o próprio Estados Unidos, onde muitas empresas defendem seu posicionamento e ideologia, no Brasil a situação é diferente, de forma estratégica e legal.

De qualquer forma, este texto não tem a intenção de discutir candidatos (ou pré-candidatos) a nenhum cargo em si, mas relembrar a importância do cidadão em realizar boas escolhas, mesmo no pleito atual das eleições, quando não estamos decidindo os futuros gestores executivos e legislativos do município, a cidade onde vivemos, mas sim alçando outras esferas: a estadual e federal.



O Connected Smart Cities, idealizado por Necta e Urban Systems tem em seu “connected” a defesa de dois conceitos: a conexão do olhar de dados e indicadores que permeiam diferentes setores ou segmentos de uma cidade e a conexão dos diferentes atores que trabalham juntos, ou não, em favor do desenvolvimento mais inteligente das nossas cidades. E é sobre esse segundo aspecto da conexão que vamos tratar um pouco mais hoje.

Se estivéssemos discutindo há dois anos atrás o mesmo tema, as eleições, a sinergia entre cidades e a eleição de prefeitos e vereadores, seria de mais fácil compreensão e assimilação, mas abordando este assunto este ano, queremos trazer os demais atores do setor público à luz da sua importância na participação da transformação de nossos municípios em cidades mais inteligentes.

Governadores são executivos públicos que governam pelos seus Estados, e apesar de não gerirem o espaço municipal, muitas de suas responsabilidades impactam diretamente nas nossas cidades, além de serem responsáveis por setores específicos, ou eixos se pensarmos no Ranking Connected Smart Cities, como a segurança pública, a saúde e a educação.

Assim, é importante compreendermos e avaliarmos as opções existentes, pois enquanto por premissa o cargo pressupõe garantir o desenvolvimento de seu estado, o mesmo necessita de boa visão estratégica para pensar e buscar soluções de forma regionais, atendendo à necessidades de cada cidade ou região de seu estado, cumprindo com seus deveres, mas extrapolando na qualidade de suas ações.

Mais do que investir 25% da receita do estado em educação, 12% na saúde, administrar presídios e a própria segurança pública (polícia civil e militar), o governador também é responsável pelo investimento e manutenção da infraestrutura no estado, permeando os eixos de mobilidade, tecnologia e inovação e meio ambiente (saneamento).

Aliás, é premissa do governo estadual, não aguardar apenas os repasses e formas de financiamento públicos federais, sendo alternativa, procurar outras formas de investimento, como pedidos de empréstimos a empresas financeiras. 

Assim como nossos governadores, os deputados estaduais, representantes da população de cada estado atuando na Assembleia Legislativa, tendo a função de propor, debater e votar as leis estaduais que não conflitem com leis municipais e federais, são tão importantes para as questões de educação, saúde, segurança, mobilidade e infraestrutura, assim como tem papel fundamental na fiscalização do governo federal. Importante que estes políticos, e futuros servidores tenham conhecimento das necessidades dos habitantes do seu estado, para que os interesses defendidos e propostas estejam em sinergia com as necessidades das cidades de sua unidade da federação.

Similar atuação, mas de forma menos local, tem o deputado federal, que legisla em favor do país, e fiscaliza o governo federal. Aqui mesmo entendendo que o foco da smart city são as cidades, vale a nossa atenção para que escolhamos candidatos que estão alinhados com os conceitos modernos de planejamento e gestão urbana, que compreende o papel da tecnologia no desenvolvimento das cidades, que façam boas decisões a respeito do orçamento público e que zelem pelo desenvolvimento do país e da sociedade como um todo.

Bom, poderíamos discutir um pouco mais sobre os demais cargos nesta eleição, mas nosso objetivo é chamar a atenção para a conexão entre os diferentes atores que transformam nossas cidades brasileiras. Nós enquanto sociedade civil, temos o poder em nossas mãos para decidir e buscar aqueles que melhor nos representam, também exercendo nosso papel produtivo (trabalhadores, pesquisadores, especialistas, empresários, organização social), em favor das nossas cidades, e cobrando dos nossos dirigentes, os atores públicos, em todos os seus níveis, em seus diferentes poderes, a atuação efetiva na transformação das nossas cidades em cidades inteligentes, humanas, sustentáveis, inclusivas e etc.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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