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ABRINDO AS PORTAS DA FAVELA: STARTUPS UNEM FORÇAS PARA DEMOCRATIZAR ENTREGAS EM COMUNIDADES

Gerando renda e empregos, naPorta e Onedoor atuam no ramo logístico para oferecer soluções que digitalizam e ampliam o acesso aos serviços de entrega em áreas com restrições

Para derrubar a barreira entre a favela e o asfalto, quatro sócios com vivências e especialidades diferentes, mas ao mesmo tempo complementares, criaram um negócio que realiza entregas em comunidades e áreas com restrições para a entrada desses serviços. A naPorta é uma startup que criou um verdadeiro ecossistema de oportunidades envolvendo empresas e os próprios moradores dessas regiões para sanar uma dor latente do mercado e uma demanda urgente de consumidores. Junto com a Onedoor – outra startup do ramo logístico -, ambas atuam para democratizar o acesso e garantir a chegada de produtos diretamente na porta de quem aguarda ansiosamente pelos seus pedidos.

No Brasil, atualmente 60 milhões de pessoas moram em áreas com alguma restrição de entregas, sendo que 13 milhões estão em comunidades. No Rio de Janeiro, cerca de 40% dos endereços são considerados de risco. Este foi o cenário que fez Sanderson, ex-morador de um bairro periférico da Zona Leste de São Paulo, enxergar uma oportunidade de negócio e uma forma de ajudar outros consumidores que, assim como ele, nunca recebiam suas encomendas. Segundo o empreendedor, a motivação para criar a naPorta veio quando ele percebeu que a sua dor não era algo exclusivo da sua região, mas uma dificuldade que milhares de outras pessoas pelo país também enfrentavam.



“A nossa preocupação vai além da simples questão mercadológica. Diz respeito, também, a oferecer dignidade aos moradores, que, por diversas vezes, sofrem preconceito pelo CEP onde moram ou nem possuem um CEP em seu endereço. A nossa solução busca entregar essa conexão, derrubando barreiras e colocando essas regiões no mapa do e-commerce. Hoje, os grandes varejistas já enxergam que precisam oferecer esse nível de serviço do asfalto também para as favelas, pois o que durante décadas foi sinônimo de carência, hoje é visto como potência.”, afirma Sanderson Pajeú, fundador e CEO da startup.

Junto a Sanderson, Leonardo Medeiros (COO), Katrine Scomparin (CMO) e Rodrigo Yanez (CFO) são os cofundadores da startup, que apesar de ter iniciado suas atividades em 2021, já coleciona reconhecimentos importantes, como o selo de Startup Top 3 Ilmpact na ODS 1 (Erradicação da Pobreza) da ONU – que reconhece negócios de impacto socioambiental na América Latina.

Para a comunidade e pela comunidade

A naPorta atua no ramo da logística chamado de “last mile”, que se refere ao último trecho do percurso dos pedidos até o cliente final. Assim, a startup oferece uma solução na qual podem retirar ou receber os produtos de varejistas ou de outras transportadoras em seu centro próprio e, então, redistribuí-los para pontos de coleta mais próximos dos endereços dos consumidores – que também têm a opção de receberem as encomendas diretamente em casa pelos próprios entregadores da naPorta.

Uma vez que possuem a missão de gerar impacto sócio-econômico nas favelas, criando mais oportunidade onde a compra foi originada, a operação da empresa conta com líderes operacionais e entregadores que são obrigatoriamente moradores da região de entrega. Dessa forma, eles criaram uma rede totalmente conectada que, além de promover acesso, também gera empregos e renda para as comunidades. “O morador é alguém que cresceu e vive a realidade daquela região diariamente. Ninguém melhor do que os próprios moradores para conhecerem cada viela, cada beco, cada rua que, hoje, a gente pode não ter mapeado”, explica Sanderson.

Para dar conta de toda essa rede interconectada, a tecnologia surge como uma grande aliada para tornar os processos logísticos otimizados e, assim, melhorar ainda mais a experiência dos clientes. Nessa missão, é a startup catarinense Onedoor que entra em cena com a sua plataforma de orquestração logística e a sua ferramenta de “tracking”, que fornece o rastreamento em tempo real dos pedidos, tanto para quem compra, quanto para quem vende ou entrega.

“Começamos a trabalhar com a naPorta em fevereiro deste ano. Eles nos relataram que a plataforma que usavam para fazer o controle dos pedidos apresentava limitações no cadastro de entregadores, o que limitava o crescimento da empresa. Para melhorar ainda mais a experiência dos consumidores, incorporamos, também, a nossa ferramenta de tracking para resolver uma demanda cada vez mais comum de quem compra online, que é a previsão e o acompanhamento das entregas.”, explica Parsival Ferreira Araújo, cofundador e CEO da startup.

Crescimento e abrangência

A parceria entre as duas empresas, apesar de recente, não poderia acontecer em melhor hora, já que ambas estão em ascensão no ramo da logística com soluções complementares. Assim como a naPorta, a Onedoor também participou do InovAtiva, um programa de aceleração de startups, e foi a partir da participação nessa rede de empreendedores que a aproximação entre as empresas aconteceu para unir forças no processo de entregas nas favelas.

“Acreditamos que a iniciativa da naPorta é essencial e oferece dignidade para que qualquer pessoa possa comprar seus produtos com a certeza de que vai receber na porta de casa. Vimos nessa iniciativa uma grande oportunidade para trazer tecnologia com informações e dados das operações para otimizar cada vez mais as entregas e, assim, excluir qualquer barreira ou limitação que exista para o acesso a esses serviços.”, completa Parsival.

Atualmente, a naPorta atua no Rio de Janeiro (RJ), com operações na Cidade de Deus e adjacências. Mas a partir de abril a empresa expande seu alcance para comunidades da Rocinha, Vidigal, Mangueira e Tuiuti. Já com grandes empresas em sua cartela de clientes, como iFood, Riachuelo e Renner, a expectativa para o segundo semestre deste ano é de continuar crescendo, apostando ainda mais no e-commerce e estendendo as operações para novas comunidades do RJ e de São Paulo (SP).

“Costumamos dizer que a nossa solução tem como objetivo criar conexões, derrubando as barreiras que foram criadas entre a favela e o asfalto. Barreiras de preconceito, acesso e de oportunidade. Nossa missão não é só democratizar o serviço de entrega ou, ainda, acabar com as soluções que as próprias comunidades desenvolveram. Pelo contrário, queremos potencializá-las, oferecendo um serviço mais completo para que o empreendedor da favela possa ir além das “fronteiras”, digitalizando seu negócio e atuando em plataformas de marketplace e podendo ter um e-commerce de sucesso, com serviço de coleta e envios de seus pedidos com total eficiência. Esse é apenas o começo do processo de transformação e digitalização das favelas em todo Brasil. ”, finaliza Sanderson.

Com informações da Assessoria de Imprensa 203 Comunicação

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