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AÇÕES GOVERNAMENTAIS E POLÍTICAS CONSISTENTES SÃO FUNDAMENTAIS NO COMBATE ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS, AFIRMAM CEOS OUVIDOS PELO PACTO GLOBAL DA ONU E ACCENTURE

Setor privado pode liderar ações de mobilização de capital e implantação das tecnologias necessárias, afirmam CEOs. Impacto das mudanças climáticas já é sentido nos negócios e cadeias de suprimentos.

De acordo com o maior estudo de sustentabilidade realizado até hoje pelo Pacto Global das Nações Unidas e pela Accenture (NYSE: ACN), apenas 18% dos CEOs acreditam que governos e formuladores de políticas oferecem as orientações necessárias para o cumprimento de metas de sustentabilidade e mudanças climáticas. Durante a COP26, que aconteceu em Glasgow em outubro de 2021, líderes de negócios deixaram claro que as mudanças climáticas já estavam causando disrupções em suas cadeias de suprimentos, além de cobrarem ações de seus governos. De acordo com eles, os assuntos que exigem atenção são a precificação de carbono, investimentos em infraestrutura e compromissos financeiros para uma transição para net-zero equitativa no Sul Global — uma vez que a janela para atingir a meta de 1,5°C até 2030 já está fechando.

De acordo com o relatório Climate Leadership in the Eleventh Hour – que conta com extensas entrevistas individuais com mais de 100 executivos de alto escalão e uma pesquisa com mais de 1.100 CEOs espalhados por 113 países e 21 setores – os líderes do setor privado encontram dificuldades para acelerar suas metas climáticas, ainda que 73% se sintam cada vez mais pressionados a agir. Entre os entrevistados, 57% afirmam estar priorizando a ação climática em meio à recuperação da pandemia de Covid-19.



Para 49% dos CEOs, as interrupções na cadeia de valor por conta de eventos climáticos extremos estão entre os principais riscos às suas operações. Por outro lado, apenas 7% afirmam ter ‘avançado’ na configuração de sistemas de alerta para eventos de risco climático. Além disso, 71% dizem estar empenhados no desenvolvimento de uma meta de emissões net zero para suas empresas e 57% acreditam estar operando de acordo com a meta de 1,5°C. Todavia, apenas 2% dessas empresas possuem uma meta formal validada pela organização Science Based Targets (SBTi).

“Temos dois caminhos possíveis pela frente: uma abordagem de business as usual profundamente falha, ou uma economia global capaz de proteger as pessoas, o planeta e os sistemas naturais que nos sustentam”, explica Sanda Ojiambo, CEO e diretora executiva do Pacto Global da ONU. “Não podemos mais conduzir os negócios como se nada estivesse acontecendo. Depois de conversar com os CEOs, ficou claro que a comunidade empresarial não se sente preparada para lidar com a emergência climática. O Pacto Global da ONU tem um papel fundamental a desempenhar a fim de auxiliar as empresas no desenvolvimento de ferramentas e melhores práticas eficazes para lidar com os desafios futuros, ao mesmo tempo em que garante que elas possam se envolver com os governos em políticas e regulamentações.”

Quando o assunto é impulsionar a liderança e ações de CEOs no combate às mudanças climáticas, o estudo também destaca uma mudança significativa ocorrida entre os stakeholders. A maior mudança observada em 14 anos pelo estudo foi que, em 2019, investidores e mercados de capitais ocupavam o oitavo lugar entre as prioridades dos CEOs e em 2021 já estavam entre as três principais preocupações desse público. A tendência reflete o maior salto na influência dos stakeholders desde o início do estudo, em 2007. Isso ocorre à medida que os investidores pressionam cada vez mais as empresas para mapear os riscos e entender as oportunidades apresentadas pela transição para um mundo net-zero de 1,5°C.

“Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os compromissos do Acordo de Paris oferecem um roteiro mais claro de como as empresas devem liderar em relação ao clima e à inovação necessária para resolver alguns dos maiores desafios do mundo. Mas com o prazo cada vez mais curto para atingir essas metas e com os efeitos físicos das mudanças climáticas antes do esperado, é necessário que os líderes tomem uma atitude e sejam responsabilizados por um desempenho mensurável”, explica Peter Lacy, líder global de Sustainability Services, CRO e membro do Global Management Committee da Accenture. “Nossos dados mostram que, quando os líderes unem o valor do negócio à sustentabilidade e ao impacto da tecnologia, a vantagem competitiva é perfeitamente alcançável “.

O estudo destaca os esforços dos principais CEOs para aumentar seus orçamentos de sustentabilidade, diversificar suas operações e forças de trabalho e acelerar as ações de P&D para soluções resilientes ao clima, impulsionando padrões mais altos de responsabilidade e mostrando o que é possível fazer quando ambição e ação climática se encontram. Ainda que 65% dos líderes já estejam avançando em seus novos modelos de negócios e soluções net zero para atingir suas metas, apenas 16% de todos os CEOs acreditam estar em um nível de maturidade avançado.

“Os CEOs costumavam dizer que as tecnologias relevantes ainda eram muito incipientes. Bem, agora as coisas mudaram. Outra crítica frequente era que investidores e o mercado de capitais não estavam totalmente de acordo com os dados ESG. Agora estão. Sinceramente, o que não temos mais é tempo. Os governos precisam agir e os CEOs estão prontos. Não se trata apenas da coisa certa a fazer. Temos um valor de negócio que também está em risco”, conclui Lacy.

A COP26 foi um marco na forma de encarar a sustentabilidade. Com líderes empresariais cautelosamente otimistas acerca da cooperação internacional para resolver a crise climática, foram destacados cinco pontos fundamentais para a implantação de medidas mais ousadas para o cumprimento das metas relacionadas ao Acordo de Paris. Abaixo, alguns exemplos:

  1. Alinhar as Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) para uma trajetória de aquecimento de 1,5°C;
  2. Reforçar a cooperação global em mecanismos de precificação de carbono alinhados ao Acordo de Paris;
  3. Cumprir e superar o compromisso de US$ 100 bilhões em financiamento climático para o Sul Global;
  4. Estabelecer padrões comuns para proteção da biodiversidade e caminhos para uso das soluções baseadas na natureza;
  5. Aumentar o envolvimento das empresas na formação de políticas climáticas para uma ação colaborativa.

“Estamos diante de uma crise planetária tripla – a crise climática, a crise da biodiversidade e a crise de poluição – e precisamos ampliar nossas metas, acelerar nossas ações. O setor privado tem uma responsabilidade adicional nesse esforço coletivo em prol de um mundo sustentável, net zero, resiliente e equitativo, e deve agir de acordo com as promessas relacionadas a prazos, metas e planos confiáveis. Já temos tudo que é preciso para cumprir a promessa da Agenda 2030 e do Acordo Climático de Paris — o que falta é o comprometimento de cada um de nós”, reforça a vice-secretária-geral das Nações Unidas, Amina J. Mohammed.

Para mais informações, acesse o site da Accenture e do UN

Sobre o estudo:

O CEO Study realizado pelo Pacto Global da ONU e pela Accenture representa mais de uma década de pesquisa sobre negócios sustentáveis. Juntamente com o Relatório de Progresso do Pacto Global da ONU, constitui a pesquisa mais abrangente do mundo até hoje sobre a contribuição das empresas para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Nesta edição especial do CEO Study, o maior programa mundial de entrevistas com CEOs sobre sustentabilidade, 1.232 CEOs de 113 países e 21 setores apresentam suas perspectivas autênticas e sinceras sobre a contribuição do setor privado para a ação climática.

Com informações da Assessoria de Imprensa bcw

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