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CUSTO DOS COMBUSTÍVEIS E A NECESSÁRIA TRANSIÇÃO ENERGÉTICA

Marcel Martin
Marcel Martin
Marcel é graduado em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade de São Paulo (USP) e mestre em Planejamento e Gestão de Território pela Universidade Federal do ABC (UFABC). Entre suas experiências profissionais, trabalhou com a coordenação de grandes projetos na área de planejamento urbano, transporte e mobilidade com equipes multidisciplinares. De 2009 a 2016, Marcel atuou como desenvolvimento de estudos de transporte dentre eles, Planos Diretores e de Mobilidade. De 2016 a 2018, trabalhou no Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) com a gestão e coordenação técnica dos produtos previstos do programa de mobilidade urbana de baixo carbono fruto da parceria entre Ministério das Cidades e Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) . No iCS, ele coordena o portfólio de transportes, monitorando projetos relacionados à mobilidade urbana, fomentando o conhecimento e o debate sobre transportes de baixo carbono, além de explorar as interfaces entre qualidade do ar e saúde com as políticas e tecnologias de transporte.

O grande potencial de geração de energia elétrica limpa no Brasil, nos coloca em posição privilegiada para promoção da transição energética que, além de ser uma discussão de sustentabilidade, é uma discussão sobre custos.

O recente cenário geopolítico reafirma a sensibilidade de mercados em relação ao preço do barril do petróleo, e os impactos dessas oscilações são sentidos na quase totalidade do setor de bens e serviços. A dependência do modal rodoviário no Brasil na distribuição de bens de consumo faz com que o custo geral assimile a alta dos preços, aumentando, portanto, o custo de vida dos indivíduos e até inviabilizando o acesso a determinadas mercadorias por parcela significativa da população.

Se pensarmos pelo viés da infraestrutura, ao ampliar a malha ferroviária, a navegação local e ter um projeto nacional de integração intermodal conferirão ao país maior segurança em momentos de instabilidade global;  incrementalmente, deve ser pensada uma política pública para transição energética. A comunidade climática tem reiteradamente alertado para a urgência desse debate, num cenário  crescente de crise marcado pela recorrência de eventos climáticos extremos. 



O grande potencial de geração de energia elétrica limpa no Brasil, nos coloca em posição privilegiada para promoção da transição energética que, além de ser uma discussão de sustentabilidade, é uma discussão sobre custos, entendendo que a fonte de energia é o principal custo após aquisição de veículos. Em meio urbano já há tecnologia de “prateleira” que atende às demandas para transporte de passageiros e bens de consumo. Para transporte inter-regional num país continental, a tecnologia de propulsão elétrica  ainda pode ser um desafio. Entretanto, vale refletirmos sobre o papel de biocombustíveis para estes casos, mas, estes precisam evoluir já que hoje ainda são produzidos de forma arcaica com tecnologias que não potencializam sua densidade energética e dependem de uma cadeia produtiva agrícola que precisa ser melhor rastreada garantindo a confiabilidade de sua origem. 

Sabendo deste cenário, o que o governo federal tem promovido para promover a transição energética no país seja via produção de combustíveis mais sustentáveis, seja no estímulo à indústria de veículos zero emissões?

A transição em curso em grande parte de países europeus, EUA, China entre outros demonstra a viabilidade do “phase-out” dos combustíveis fósseis e do motor a combustão, contudo ainda batalhamos no Brasil para manutenção de prazos do Programa de controle de emissões veiculares PROCONVE. A falta de incentivo público federal é um importante fator nessa equação, porém, a postura conservadora da indústria automobilística brasileira é inédita, sob risco de deixarmos de ser produtores exportadores e nos tornarmos importadores de veículos. 

A transição energética é uma agenda de desenvolvimento nacional e precisa ser debatida em profundidade tanto pela produção automotiva quanto pela produção de combustíveis. O futuro está na economia verde, e esta definitivamente não tem como base combustíveis fósseis e tecnologias.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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