3 em cada 5 entrevistados pelo Datafolha consideram que cadastrados em aplicativos devem ser classificados como “profissionais que trabalham por conta própria”
Uber defende facilitar a inclusão de trabalhadores de aplicativos na Previdência e que as plataformas possam pagar parte das contribuições
Segundo pesquisa inédita do Instituto Datafolha, divulgada na última quinta-feira (24/2), 94% da população brasileira concorda que é necessário aumentar a proteção social dos motoristas e entregadores que trabalham com aplicativos e a grande maioria (93%) também é favorável a uma mudança na legislação para incluir novas formas de trabalho, como a atividade via aplicativos, no sistema de Previdência Social.
A pesquisa também identificou que a maioria dos brasileiros considera como melhor opção para motoristas e entregadores que eles sejam classificados como “profissionais que trabalham por conta própria, com flexibilidade e autonomia para trabalharem quando quiserem”.
De acordo com o Datafolha, 3 em cada 5 entrevistados preferem o modelo de trabalho independente do que a classificação de motoristas e entregadores como empregados das plataformas.
O resultado do levantamento mostra que a opinião pública está alinhada ao que querem os próprios motoristas e entregadores, que foram entrevistados pelo Datafolha em outra pesquisa recente e revelaram desejo de manter sua autonomia no trabalho sem vínculo empregatício, mas contar com os benefícios oferecidos pela contribuição à Previdência.
Com base na pesquisa com motoristas e entregadores, a Uber divulgou no ano passado um posicionamento público em que defende adequações na legislação que permitam às plataformas inscrever os parceiros na Previdência e fazer pagamentos proporcionais aos seus ganhos, de forma a reduzir o valor de contribuição dos profissionais.
“A Uber está disposta a avançar nessas duas frentes para ajudar a fechar uma equação que aumente a proteção desses trabalhadores sem prejuízo da flexibilidade que tanto valorizam. É hora de poder público, sociedade, empresas e trabalhadores priorizarem essa agenda para darmos passos concretos e atualizarmos a legislação previdenciária de acordo com a realidade das novas formas de trabalho”, afirma Ricardo Leite Ribeiro, diretor de políticas públicas da Uber no Brasil.
PREVIDÊNCIA
O novo estudo do Datafolha também aponta que 80% da população concorda que “o sistema trabalhista está desatualizado e não adaptado ao trabalho realizado através de plataformas digitais” e 85% consideram que o sistema de previdência social “não será suficiente para apoiar os trabalhadores, é preciso que as empresas também ajudem”.
Nesse sentido, a pesquisa aponta que a grande maioria dos brasileiros (89%) apoia a proposta de criação de um novo modelo de contribuição de motoristas e entregadores à Previdência no qual os trabalhadores pagariam uma parte e as plataformas pagariam outra.
O Datafolha entrevistou 1.005 pessoas nas cinco regiões do país de todas as classificações econômicas, em amostra representativa da população brasileira adulta (18 anos e acima). A margem de erro máxima é de 2 pontos percentuais, com intervalo de confiança de 95%.
Abaixo, outros números da pesquisa realizada pelo Datafolha:
- 82% dos brasileiros consideram que dirigir ou entregar com aplicativos “é um trabalho digno”, e a principal razão, apontada por 81% dessas pessoas, é que a atividade permite aos trabalhadores “sustentar a família”
- 92% dos brasileiros concordam que a Previdência Social “deve ser oferecida a todos, independentemente se são trabalhadores por conta própria ou empregados”
- Das pessoas que conhecem quem tenha trabalhado com aplicativos, 94% dizem que a atividade as “ajudou em um momento difícil” e 72% afirmam que elas tinham satisfação com a atividade
- 88% dos brasileiros concorda que o trabalho com aplicativos de mobilidade e entregas “ajuda a reduzir o desemprego” e 83% afirma que as plataformas “permitem que qualquer um que queira tenha fácil acesso ao trabalho e geração de renda”