Emissão dos títulos verdes foi coordenada pelo Inter, com parecer independente da Sitawi, e seguiu os Green Bonds Principles
A RZK Energia, empresa brasileira que constrói e opera plantas no mercado de geração distribuída, autoprodução e mercado livre por meio de fontes de energia limpa, anuncia sua nova captação de R$ 56 milhões em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) no mercado de capitais. A operação foi estruturada e coordenada pelo Inter, por meio da Inter DTVM.
Os recursos levantados via a emissão de CRIs serão destinados para o financiamento da construção de usinas fotovoltaicas. A operação tem o prazo de 10 anos e taxa equivalente a IPCA + 7,7% ao ano.
A operação contou com o parecer independente da Sitawi, uma organização especialista na análise da performance socioambiental de empresas e instituições financeiras, e segue os Green Bonds Principles, um conjunto de especificações para papéis de dívida emitidos para financiar projetos com benefícios ambientais.
“Nossa visão é de longo prazo, firmes em nosso propósito em transformar o setor elétrico por meio de ativos de geração sustentáveis, no sentido amplo da palavra: desde estruturação do projeto, construção, operação, financiamento, relações com stakeholders, com sócios, enfim, com toda a cadeia de investimentos para continuarmos crescendo no setor”, afirma Luiz Serrano, sócio e diretor da RZK Energia.
Desde sua criação, em 2017, empresa já levantou cerca de R$ 187 milhões no mercado de capitais e R$ 200 milhões em operações de crédito com bancos. Os valores são investidos nos projetos de longo prazo com empresas de telecomunicações e varejo, além de contratos nos mercados livre e regulados.
“Para o Inter, este é um importante passo no fomento de investimentos sustentáveis. É também um avanço na nossa jornada ESG, em que buscamos incentivar veículos que gerem externalidades positivas para o meio ambiente e para a sociedade”, afirma Christiano Rohlfs Coelho, Head de Sustentabilidade do Inter.
Inspirado pela sigla ESG (Environmental, Social and Governance), o Inter incluiu a dimensão financeira e instituiu os pilares FASG (Financeiro, Social, Ambiental e Governança), que direcionam sua estratégia de sustentabilidade junto à sua materialidade. O investimento sustentável, um dos temas da materialidade do Inter, potencializou a captação da RZK Energia e fortalece ainda mais a área de mercado de capitais da instituição, que coordenou uma série de emissões ao longo do ano. “Esta operação verde é um exemplo de integração das iniciativas FASG nas linhas de negócio do Inter rumo ao desenvolvimento sustentável”, completa Coelho.
Expansão das usinas de energia limpa
Das fontes renováveis, um dos principais atributos positivos é a Redução de Emissões de Gases do Estufa (GEE), pois os projetos renováveis evitam o despacho de fontes térmicas no Sistema Interligado Nacional (SIN), assim como evita a emissão de metano (CH4), nos projetos de Geração com Biogás de Aterro Sanitário. Redução de Emissões é um dos principais itens monitorados pelos fundos e gestoras de investimentos.
A RZK Energia conta oito usinas em operação, sendo três de biogás, uma hidrelétrica e outras três solares. Ao todo, possuem capacidade de 150 MW. Até o final de 2021, a previsão é entregar mais nove usinas solares e mais uma de biogás. Com a inauguração das novas plantas até o final do primeiro trimestre de 2022, chegarão a 29 usinas.
“Devemos consolidar nossa presença no mercado de biogás, atingindo já no próximo ano 43 megawatts (MW). Já em energia solar, daqui dois ou três anos, devemos alcançar 240 megawatts (MW) a partir de usinas construídas e operadas pela RZK. E nas operações e projetos greenfield consideramos principalmente o mercado de capitais como fonte de financiamento, sendo que a maioria conta com SPO de terceira parte”, diz Serrano.
Com o aumento do número de usinas, a RZK Energia se prepara para atender a demanda crescente do mercado por fontes de energia limpa e com valores mais acessíveis. Segundo o diretor, a tendência é que cada vez mais os clientes busquem esta transição por conta da redução de gastos e por precisarem se posicionar frente às necessidades de gestão de riscos, além de tornar claro aos diferentes públicos as opções para o consumo de energia. “A sociedade cobra cada vez mais das empresas e do setor público informações sobre aspectos socioambientais e de governança corporativa. Investidores e consumidores querem clareza e acesso às informações”, finaliza Serrano.