Com metade das pessoas no mundo vivendo sem saneamento básico, busca por propostas que possam solucionar problemas com água deve aumentar
O acesso à água potável e ao saneamento básico é um direito humano essencial, universal e indispensável. Contudo, na maioria das vezes, é negligenciado. Um levantamento recente, divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontou que mais de 3,6 bilhões de pessoas vivem sem saneamento, o que representa quase 50% da população global. Além disso, dentro da estatística, deve-se levar em conta que 2 bilhões de pessoas consomem água contaminada. Diante desse cenário, governos tendem a buscar cada vez mais startups que ajudem a solucionar esse problema.
Fernando Silva, CEO da PWTech, startup brasileira voltada para soluções hídricas, ressalta que a falta de recursos dedicados exclusivamente a uma infraestrutura adequada de saneamento gera impactos negativos consideráveis na saúde da população causando doenças, até sobrecarregando o sistema de saúde e é aqui que as startups entram. “Há registros de que as enfermidades causadas pela falta de saneamento básico e consumo de água contaminada podem ser mortais para crianças. Um estudo recente da ONU apontou que, todos os dias, aproximadamente 700 crianças abaixo de cinco anos morrem por conta disso. Por isso, parcerias com startups que possam ser um apoio na resolução desse problema se tornam cada vez mais estratégicas para as instituições públicas no mundo”, comenta.
Um estudo chamado RegTech: posicionamento estratégico, feito pela KPMG em parceria com a Distrito, mostra que o mercado de govtechs vem crescendo cada vez mais e as startups voltadas para o meio ambiente ficam em segundo lugar no ranking das mais atuantes. E foi justamente para tentar solucionar o problema de falta de água potável que a PWTech desenvolveu uma solução tecnológica de baixo custo que consegue filtrar 5.000 litros por dia e atender até 100 pessoas. “Saneamento e higiene não deveriam ser privilégios apenas daqueles que vivem em áreas ricas. O mundo, especialmente, o Brasil, precisa de mais investimentos em políticas públicas para assegurar o acesso a esses serviços”, ressalta.
Hoje, essa tecnologia leva qualidade de vida e saúde para várias comunidades. Na Ilha do Bororé, às margens da represa Billings, em São Paulo, a população sofria com os impactos da água contaminada. Hoje, graças ao Projeto Nascente, desenvolvido pela startup, em parceria com a Associação de Moradores da Ilha do Bororé (Amib) e a Sapiência Ambiental, seis equipamentos foram instalados no local para atender as famílias da região. “Unimos forças e conseguimos mudar a realidade de várias pessoas que antes sempre precisavam ir à unidades de saúde por conta de doenças causadas por água inapropriada”, compartilha.
Neste sentido, vale reforçar que o melhor caminho para evitar o consumo de água contaminada é instalando um sistema de purificação eficiente, como aconteceu na Ilha do Bororé. “O filtro utilizado deve respeitar os procedimentos de controle e de vigilância definidos pelo Ministério da Saúde, garantindo, assim, que a água fique isenta de bactérias, coliformes fecais, além de manter a turbidez, cor, PH e odor ideais para consumo humano”, finaliza o executivo.