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MOBILIDADE URBANA: O COMPROMISSO COM AS PRÓXIMAS GERAÇÕES

Aurelie dos Santos
Aurelie dos Santos
Gerente de Smart Cities na green4T. Graduada em estratégias territoriais e urbanas pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris, a executiva possui experiência organizacional na gestão de projetos de mobilidade adquirida no Brasil, França, Argentina e México. Atuou na implantação de 24 sistemas de bicicletas públicas e carros elétricos compartilhados e publicou o “Projetar e Construir Bairros Sustentáveis”, estudo comparativo sobre operações urbanas consorciadas, em São Paulo e Paris.

Voltando os olhares para os estados e cidades, constatamos que, para atingir a meta almejada, é necessário aderir às iniciativas que possam, em seu todo, contribuir para o compromisso mundial de preservação do meio ambiente.

Em novembro, mais de 200 países se reuniram em Glasgow para um dos eventos sobre sustentabilidade mais importantes do mundo, a COP26. Juntos, discutiram planos para reduzir os impactos das mudanças climáticas, com destaque para o corte de emissões, até 2030. A agenda da COP se propôs a limitar o aquecimento global a 1,5°C até 2100 e evitar uma catástrofe climática. A mobilidade urbana terá um papel importante neste contexto.

Voltando os olhares para os estados e cidades, constatamos que, para atingir a meta almejada, é necessário aderir às iniciativas que possam, em seu todo, contribuir para o compromisso mundial de preservação do meio ambiente. A discussão do uso de combustíveis limpos e renováveis no transporte, tanto coletivo quanto particular, para a descarbonização do sistema, é um ponto central nesta agenda. Desta forma, tecnologias inteligentes ajudam a iniciar esta transformação.



Nas últimas décadas, muitas iniciativas têm surgido com o propósito de impactar positivamente a mobilidade urbana, relacionando os benefícios da qualidade de vida dos cidadãos à preservação do meio ambiente. Entre elas, estão as de startups que nasceram com o ideal de conectar pessoas e promover o deslocamento urbano de maneira coletiva e a baixo custo, em vez de priorizar o transporte individual. 

Além de ajudar a descongestionar as vias em horários de pico, favorecendo a mobilidade, elas contribuem para tornar o ar menos poluído pela quantidade de carros que deixam de circular nas cidades. 

Isso é possível graças à tecnologia fornecedora de dados cruciais para o planejamento urbano no aspecto de intermodalidade. Um bom exemplo é a integração entre metrô e bicicleta compartilhada. Aplicativos como a Quicko ajuda os usuários a trocar os modais de forma prática e eficiente.   

Essas tecnologias, por meio dos algoritmos, dados em tempo real e históricos, informam ao usuário qual é o trajeto mais rápido ou mais barato. Tais plataformas permitem antecipar o trajeto com parâmetros diversos de escolha, como rapidez e conforto.

Cidades de 15 minutos

Outra visão inovadora no sentido de trazer mais sustentabilidade urbana por meio da mobilidade é o conceito de “cidades de 15 minutos”, criado pelo urbanista Carlos Moreno, professor da Universidade de Sorbonne, na França. A ideia é garantir que as pessoas dentro de um perímetro tenham acesso a todos os equipamentos, serviços e necessidades – ou até mesmo ao local de trabalho – , deslocando-se a pé em até um quarto de hora. 

A ideia foi abraçada pela prefeita de Paris, Anne Hidalgo. A espinha dorsal do plano de Anne é a implantação em larga escala de ciclovias em todas as ruas de Paris, algo que já vem sendo feito durante o seu mandato. Além das ruas 100% amigáveis à bicicleta, o plano também prevê a remoção de espaços para carros, como vagas na rua e faixas de rodagem, para a ampliação de calçadas para pedestres. 

A proposta também inclui tornar as principais vias da capital da França inacessíveis aos carros, transformando avenidas e rotatórias em praças para pedestres, como foi feito com a região da Times Square, em Nova York. Quem sabe este modelo poderia ser adotado em cidades brasileiras, a partir de um planejamento baseado na melhoria do meio ambiente e da qualidade de vida?

Apesar das dificuldades das nações para encontrar um equilíbrio entre crescimento econômico e preservação ambiental, temos uma boa sinalização:  na década de 2010, as economias de 23 países cresceram, mas suas emissões diminuíram. A maioria desses países eram desenvolvidos, o que significa que as iniciativas influenciaram a queda da geração de gases de efeito estufa. 

Vale ressaltar que, ao final da COP26, China, Índia, EUA e União Europeia se comprometeram a eliminar progressivamente os combustíveis fósseis, o que abre espaço para uma mobilidade urbana mais sustentável, em prol das futuras gerações.

Agora resta a cada um de nós, como cidadãos e empresas de tecnologia, estar lado a lado em prol do meio ambiente e acompanhar cada etapa para que nosso compromisso traçado aqui, se cumpra até 2030. É cada um fazendo sua parte!

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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