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INICIATIVAS DE SP EXPÕEM ÊXITO DE PARCERIA ENTRE SETORES PRODUTIVOS E ACADEMIA

Sergio Sgobbi
Sergio Sgobbi
Diretor de relações institucionais e governamentais na Brasscom, atuou como consultor em gestão empresarial para micro e pequenas empresas para o SEBRAE/SP e facilitador de cursos nas áreas de RH e Gestão estratégica de negócios. Desempenhou também a função de Secretário de Desenvolvimento Econômico do Município de Araraquara/SP. Graduado em Ciências Sociais (Unesp) e Administração (Uniara) e doutorando em desenvolvimento territorial e meio ambiente.

Sob uma ótica de valorização das competências, habilidades e reconhecimentos únicos do local, Piracicaba se aproveita desse acúmulo de diferencial histórico e se coloca com um outro olhar para o futuro

As barreiras institucionais e administrativas – alicerçadas em concepções, conceitos e tempos distintos de ações – sempre foram entraves para o baixo engajamento dos setores produtivos com as universidades. Se abrirmos o debate junto às universidades, uma outra lista de motivos irá emergir. Mas o fato é que essa tão necessária ação de aproximação da realidade dos problemas empresariais com a produção de ensino, pesquisa e extensão têm evoluído. Exporemos dois casos que têm alavancado a produção de conhecimento e inovações, e propiciado desenvolvimento econômico com inclusão produtiva.

A cidade de Piracicaba, na região de Campinas e São Carlos, no centro do estado de São Paulo, é um polo universitário e, mais recentemente, incorporou empreendedorismo como um fator de alavancagem econômica, retenção de talentos formados pelas universidades da região e atração de grandes empresas interessadas justamente nesta sinergia positiva de conhecimento com geração de negócios. Não é à toa que empresas como Telefônica, Ourofino Agrociência e dezenas de startups estão instaladas lá.



Sob uma ótica de valorização das competências, habilidades e reconhecimentos únicos do local, Piracicaba se aproveita desse acúmulo de diferencial histórico e se coloca com um outro olhar para o futuro. As aplicações advindas do uso das tecnologias emergentes de conectividade, processamento e análise maciça de dados desestruturados, automação de processos de captura e coleta e gerenciamento remoto de aplicações, advento do fenômeno da Internet das Coisas, machine learning, entre outros, colocam o município como centro tecnológico vocacionado ao agronegócio no mundo digital.

Com uma articulação institucional ampla e plural que enseja uma governança diferenciada, mas que mantem a unicidade dos propósitos estabelecidos, aproveita a cultura e conhecimento pregresso a seu favor. A soma de esforços públicos e privados, academia e governos, impõe uma nova perspectiva aos filhos dos pais que, na década passada, sofreram os impactos da exclusão advinda da concentração dos capitais e da busca incessante pela produtividade e competitividade. Assim cria-se uma perspectiva diferenciada ao município e aos munícipes.

A evolução deste processo é apresentada pelos números, onde a proeminência do setor de serviços evolui, chegando a 72,1% do PIB movimentado pela cidade em 2014 – demonstrando uma evolução de 12 pontos percentuais em relação ao período de 2002. Esse espaço conquistado pelos serviços foi simultâneo à redução da participação da indústria na geração de riqueza, que caiu 12,8% no mesmo período.

Similarmente, São Carlos tem um sistema de geração de negócios de base tecnológica, onde a criação de empresas e eventos somaram um total de 475 ações e iniciativas empreendedoras (Report Sanca Hub). Essa dinamização gera oportunidades para aqueles que empreendem, mas também para os que realizam pesquisas e se formam nas áreas de ciência da computação, estatística, química e matemática, por exemplo. Empresas de vários setores identificaram essa tendencia e logomarcas como Santander e Serasa fazem parte do cotidiano da cidade, aproveitando esse ambiente. 

As questões institucionais nesses dois exemplos foram aglutinadas respeitando-se as instâncias de limitações de governanças públicas, privadas e das academias, o que contribui para que a harmonia institucional fosse um alavancador do sucesso atual desses municípios. O modelo amplia e agrega os aspectos econômicos, mas também os sociais, culturais, espaciais e ecológicos como premissas para esse momento, sendo um diferencial e paradigma a ser observado. Que esses exemplos possam inspirar mais municípios a seguirem caminho semelhante, alavancando movimentos de desenvolvimento tecnológico tão necessários no atual momento.

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities 

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