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PANDEMIA E A ACELERAÇÃO DIGITAL NAS CIDADES

Thomaz Assumpcao
Thomaz Assumpcao
Fundador e CEO da Urban Systems, empresa sócia do Connected Smart Cities & Mobility. Formado em Engenharia pela FEI e com especialização na Strathclide University (Glasgow) e Marketing - UCLA- University of California, atuou como diretor de marketing da Método Engenharia, sendo responsável por trazer ao Brasil alguns dos conceitos de mercados emergentes, como lazer, turismo e sênior living.

A pandemia da Covid-19 gerou uma demanda imediata por novos serviços no setor público e privado e impulsionou a aceleração digital nas cidades

No último ano, nada foi tão discutido quanto a pandemia da Covid-19 associada aos seus impactos como: isolamento social, home office, ensino a distância e comércio fechado. Todas essas mudanças trouxeram implicações e necessidades bastante específicas. E, sem dúvida, o ‘novo normal’ é tecnológico. Processos tecnológicos em desenvolvimento que poderiam levar ainda alguns meses ou anos, passaram por uma grande aceleração impulsionada pela demanda imediata causada pela pandemia. 

O trabalho remoto foi uma das primeiras grandes mudanças para conter o avanço do coronavírus, o que impactou diretamente na mobilidade das grandes cidades e na necessidade de contar com uma boa conexão de Internet e equipamentos para manter o trabalho em casa. Além disso, veio o boom das vendas online, além do ensino a distância. 



Protagonismo e digitalização

Esse momento de crise nos mostrou não somente que dependemos da tecnologia para uma vida melhor, quanto podemos utilizá-la de forma muito melhor e mais inteligente com o objetivo de melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nas cidades inteligentes, ou smart cities, a luta contra a burocracia e a busca por formas mais eficientes de atender o cidadão é uma premissa. 

Considerando as dimensões continentais do Brasil e suas especificidades, era de se esperar que cada região adotasse um plano de combate ao coronavírus.  Por isso, durante esse primeiro ano de pandemia no Brasil, os municípios, mesmo os médios e pequenos, passaram a ter mais protagonismo nas suas decisões, o que exigiu muito preparo e uso da tecnologia por parte dos gestores públicos. Desde a transmissão constante de lives para informar e atualizar a população sobre a situação de cada município, até o início de cadastro específico  para programas de vacinação municipais. 

Tecnologia para desburocratizar 

A incorporação dessas novas tecnologias ou a melhoria daquelas já utilizadas fazem parte de um momento muito favorável para desburocratizar os serviços oferecidos pelas prefeituras, no sentido também de facilitar a instalação de pequenas, médias e grandes empresas, o que pode ajudar na retomada econômica. As cidades inteligentes poderão mostrar, na prática, como utilizar a tecnologia de forma a construir uma sociedade melhor pós pandemia focada na qualidade de vida, facilidade nos serviços e intercambialidade de dados e informações. 

Não há dúvida que tecnologia traz inúmeras possibilidades para as cidades inteligentes: seja para definir as estratégias do transporte coletivo, horários de pico e frota, ou mesmo para otimizar serviços como a coleta de lixo, asfaltamento, definição de novas vias da malha cicloviária, inclusão social, provimento de saúde, educação denúncias e sugestões. 

É importante destacar, ainda, que o protagonismo forçado pela necessidade de tomada de decisões durante a pandemia, deve confirmar a tendência de que seja oferecida tecnologia cada vez mais de ponta ligada ao dia a dia do cidadão, tornando a cidade efetivamente mais autônoma e sustentável em relação a governos regionais, estaduais e nacionais. 

As ideias e opiniões expressas no artigo são de exclusiva responsabilidade do autor, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Connected Smart Cities  

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