O desenvolvimento de espaços a partir de alternativas tecnológicas e eficientes que promovem a gestão inteligente, acessibilidade e promoção da diversidade.
Atualmente, o Brasil enfrenta o crescimento urbano nos moldes de ocupação urbana implementado desde a era industrial. A intensa urbanização pós-moderna das últimas cinco décadas resultou em uma concentração de indústrias. serviços e trabalhadores, tornando as cidades locais de déficit habitacional. Com esse cenário, o urbanismo sustentável não deve ser entendido como um estilo de vida alternativo para a minoria da população preocupada com as questões ambientais, mas como uma forma de apropriação do espaço urbano que vai de encontro com as necessidades emergenciais apresentadas à sociedade.
Aproximadamente 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas são provenientes da construção. Com isso, na busca de minimizar os impactos ambientais provenientes da construção, surge o conceito de urbanismo sustentável que é fruto do planejamento urbano inteligente.
Se a estimativa é que até 2050 80% da população mundial viva em centros urbanos e, segundo o IBGE, até 2050 60% da população será adulta, a demanda por moradias em centros urbanos aumentará substancialmente nos próximos anos. Com isso, nunca foi tão necessário discutir soluções para absorver esse crescimento populacional que permitam o bem-estar para todos os cidadãos, além de incentivar o investimento, desenvolvimento econômico e a sustentabilidade.
O urbanismo sustentável não tem como objetivo propor uma freada na expansão das cidades, mas desenvolver espaços a partir de alternativas tecnológicas e eficientes que, além de buscarem não destruir ou esgotar os recursos ecológicos, promovem a gestão inteligente, acessibilidade e a promoção da diversidade. Os valores sustentáveis propostos dentro da arquitetura e urbanismo estão ligados à recuperação das vias da cidade como espaço de convivência da população, possibilitando a ocupação desses espaços de forma inteligente e sustentável.
Uma cidade inteligente envolve recursos tecnológicos, institucionais e humanos. Pensando nisso, não basta apenas investir em tecnologia: o engajamento dos cidadãos é essencial para a construção de uma cidade. O ‘cidadão inteligente’ é aquele que auxilia na gestão urbana gerando informações, mapeando e discutindo questões que permeiam a vida urbana- entendendo que esses podem ser autores de soluções criativas e transformadoras para suas cidades.
As cidades, como organismos complexos, devem desenvolver na sua gestão urbana princípios que se aliem a sustentabilidade, que promovam o desenvolvimento de cidades mais inteligentes e acessíveis. As soluções urbanas só podem ser realizadas através de consensos entre todos os atores que participam ativamente da tomada de decisão das cidades, ou seja, é preciso viabilizar o diálogo entre o setor mobiliário e financeiro, empresas públicas e privadas, governo e população e até mesmo entre vizinhos do mesmo bairro.